Como Fazer a Especialidade de Árvores
REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:
- Descrever as diferenças entre árvores e arbustos.
- Descrever a função das folhas na vida de uma árvore.
- Esquematizar as partes de uma folha completa. Identificar nas folhas coletadas as partes existentes.
- Montar exsicatas de 15 espécies diferentes de árvores e rotular cada exsicatas. Os rótulos deverão conter o nome científico, família, nome popular e características da árvore.
- Conhecer de memória as espécies do requisito anterior e ser capaz de identificar outros indivíduos da mesma espécie no campo.
- Citar 2 exemplos de cada árvore que recebeu seu nome devido:
- Ao seu uso comum;
- Ao ambiente em que cresce;
- A alguma característica especial;
- À região geográfica onde é encontrada;
- Às primeiras pessoas a descobri-la e descrevê-la.
- Conhecer o nome científico das 2 grandes divisões de árvores e saber as diferenças entre elas.
- Escrever um texto argumentativo sobre a importância da conservação da vegetação do ecossistema onde você mora.
- Dar 2 exemplos de árvores que:
- Crescem melhor em lugares úmidos e alagados;
- Crescem melhor em altitudes elevadas em montanhas.
- Contar 5 historias bíblicas de árvores que tiveram papel importante.
Aprendendo sobre a Especialidade de Árvores
Explorar o mundo das árvores é uma jornada fascinante. A Especialidade de Árvores ensina a identificar espécies, entender sua biologia e reconhecer sua importância vital para o planeta e na Bíblia. Este guia prático ajudará os desbravadores a cumprir todos os requisitos e a se tornarem verdadeiros guardiões da natureza.
Como fazer a Especialidade de Árvores
Árvore ou Arbusto? Entendendo a Diferença
Para começar a jornada na Especialidade de Árvores, é fundamental saber distinguir uma árvore de um arbusto. A principal diferença está no porte e na estrutura. As árvores são plantas de grande porte, geralmente com mais de 6 metros, que possuem um tronco único, lenhoso e bem definido. Seus galhos e a copa se formam a uma certa distância do solo.
Já os arbustos são menores, raramente ultrapassando os 6 metros de altura. Sua característica mais marcante é a ramificação que começa diretamente da base, próxima ao chão, sem a formação de um tronco principal distinto. Em resumo, enquanto árvores têm um tronco claro e copa elevada, arbustos são mais baixos e ramificados desde o solo.
O Coração Verde da Natureza: Funções e Partes da Folha
As folhas são verdadeiras usinas de energia para as árvores, desempenhando funções essenciais para sua sobrevivência. Elas são responsáveis por três processos vitais:
- Fotossíntese: É o processo em que a folha usa a luz solar, o dióxido de carbono e a água para produzir glicose (o alimento da planta) e liberar oxigênio. A clorofila, que dá a cor verde, é crucial para captar a energia do sol.
- Respiração: Através de pequenas aberturas chamadas estômatos, a folha realiza trocas gasosas. A planta consome oxigênio e libera dióxido de carbono para gerar energia para suas atividades.
- Transpiração: A planta libera vapor de água, também pelos estômatos, para regular sua temperatura e ajudar a “puxar” a seiva bruta (água e nutrientes) das raízes até o topo.
Uma folha completa é formada por partes específicas que o desbravador deve saber identificar. Para cumprir este requisito da especialidade, é preciso desenhar e nomear estas estruturas:
- Limbo: A parte larga e achatada da folha, onde a fotossíntese acontece. É cortado por nervuras, que transportam a seiva.
- Pecíolo: A haste que conecta o limbo ao galho da árvore.
- Bainha: A base do pecíolo que se alarga e envolve o caule, prendendo a folha.
- Estípulas: Pequenas estruturas na base do pecíolo, presentes em algumas plantas, que protegem as gemas.
Ao coletar folhas para a especialidade, observe quais dessas partes estão presentes. Nem toda folha é completa; algumas não possuem pecíolo (são sésseis) ou estípulas.
Criando sua Coleção Botânica: Como Montar uma Exsicata
Uma exsicata é uma amostra de planta prensada e seca, usada para estudo e documentação. Montar uma coleção é uma parte prática e muito importante da Especialidade de Árvores. Siga os passos para criar exsicatas de 15 espécies diferentes:
- Coleta: Escolha um ramo com cerca de 20-30 cm, contendo folhas e, se possível, flores ou frutos. Anote em um caderno a data, o local e as características da árvore (porte, cor das flores, etc.).
- Prensagem e Secagem: Estique a amostra entre folhas de jornal, arrumando as folhas para que fiquem bem visíveis (uma virada para cima, outra para baixo). Coloque o jornal sob uma pilha de livros pesados ou em uma prensa botânica. Troque o jornal a cada dois dias para evitar mofo, até que a planta esteja totalmente seca.
- Montagem: Com a planta seca e quebradiça, fixe-a com cuidado em uma cartolina (tamanho A3 é ideal). Use pequenas tiras de papel com cola ou costure com linha e agulha. Guarde sementes ou frutos soltos em um pequeno envelope de papel e fixe-o na cartolina.
- Rotulagem: No canto inferior direito, cole uma etiqueta com as informações essenciais: Família, Nome Científico, Nome Popular, Local e Data da Coleta, Nome do Coletor e uma breve descrição da árvore.
Tornando-se um Mestre na Identificação de Árvores
Memorizar as 15 espécies da sua coleção e saber identificá-las no campo é um dos principais requisitos. Isso exige prática e observação atenta. O objetivo é que você, desbravador, desenvolva a habilidade de reconhecer as árvores ao seu redor.
- Estude sua Coleção: Revise suas exsicatas regularmente, associando o nome científico e popular à aparência da planta.
- Observe Detalhes-Chave: Para identificar uma árvore, não olhe apenas as folhas. Analise o formato da copa, a textura da casca do tronco (ritidoma), a disposição das folhas no galho (alternadas ou opostas) e procure por flores ou frutos, mesmo que no chão.
- Crie Associações: Ligue o nome da árvore a uma característica marcante. O “Ipê-amarelo” tem flores amarelas, e a “Barriguda” tem um tronco que parece uma barriga.
- Pratique no Campo: A melhor forma de aprender é praticando. Visite parques e matas e tente encontrar exemplares das árvores que você estudou.
Os Dois Grandes Grupos de Árvores: Gimnospermas e Angiospermas
As árvores são classificadas em duas grandes divisões: Gimnospermas e Angiospermas. Conhecer as diferenças entre elas é essencial para entender a botânica.
Gimnospermas (do grego, “semente nua”) são árvores cujas sementes não são protegidas por frutos. Elas se desenvolvem em estruturas chamadas estróbilos, que conhecemos como pinhas. Essas plantas não possuem flores verdadeiras e sua polinização ocorre geralmente pelo vento. Exemplos clássicos são os pinheiros, as araucárias e os ciprestes.
Angiospermas (do grego, “semente na bolsa”) são o grupo mais diverso e comum. Sua principal característica é a presença de flores, que atraem polinizadores, e de frutos, que se desenvolvem para proteger as sementes. A grande maioria das árvores conhecidas, como mangueiras, ipês, jacarandás e laranjeiras, pertence a esta divisão.
A História por Trás dos Nomes: Curiosidades Botânicas
Muitas árvores recebem seus nomes populares por razões históricas, geográficas ou por suas características únicas. Conhecer essas origens torna a Especialidade de Árvores ainda mais interessante.
- Pelo uso comum:
- Pau-Brasil: Nomeado pela madeira de cor de brasa, usada para extrair um corante vermelho.
- Saboneteiro: Seus frutos contêm saponina, que produz espuma e era usada como sabão.
- Pelo ambiente em que cresce:
- Ipê-amarelo-do-brejo: O nome já indica que é uma espécie adaptada a áreas alagadas.
- Palmito-juçara: É uma palmeira típica de ambientes de floresta úmida, como a Mata Atlântica.
- Por uma característica especial:
- Chorão: Seus galhos longos e pendentes lembram lágrimas escorrendo.
- Barriguda: Possui um inchaço na base do tronco para armazenar água, parecendo uma “barriga”.
- Pela região geográfica:
- Pinheiro-do-paraná: Árvore símbolo do estado do Paraná e da região Sul do Brasil.
- Pequi (Caryocar brasiliense): Seu nome científico faz referência à sua ampla ocorrência no Brasil.
- Pelos seus descobridores:
- Bougainvillea: Homenagem ao navegador francês Louis Antoine de Bougainville, que liderou a expedição que a encontrou.
- Manacá-da-serra (Tibouchina): O gênero foi nomeado pelo botânico Jean Baptiste Aublet.
Onde Elas Vivem? Árvores de Ambientes Úmidos e de Montanha
Cada espécie de árvore é adaptada a um habitat específico. Algumas prosperam em solos encharcados, enquanto outras preferem o ar rarefeito das montanhas.
Para lugares úmidos e alagados, encontramos árvores de mata ciliar. Dois bons exemplos são o Guanandi, comum em brejos e várzeas, e o Ingá, frequentemente encontrado nas margens de rios, sendo crucial para a recuperação desses ecossistemas.
Para altitudes elevadas em montanhas, as árvores são adaptadas a temperaturas mais baixas e ventos fortes. Os exemplos mais notáveis no Brasil são o Pinheiro-do-paraná (Araucária), que domina as paisagens montanhosas do Sul, e o Podocarpus, a única conífera nativa da Mata Atlântica, encontrada em campos de altitude.
Árvores na Bíblia: Símbolos de Fé e História
As árvores têm um papel significativo em muitas passagens bíblicas, servindo como símbolos poderosos e instrumentos nos planos de Deus. Conhecer essas histórias é um dos requisitos espirituais da Especialidade de Árvores.
- A Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal (Gênesis 2-3): Localizada no Éden, seu fruto proibido foi o centro da história da queda do homem, introduzindo o pecado no mundo.
- A Sarça Ardente (Êxodo 3): Um arbusto que queimava sem se consumir foi o local onde Deus se revelou a Moisés e o chamou para libertar Israel.
- A Figueira que Secou (Marcos 11): Amaldiçoada por Jesus por não ter frutos, a figueira secou, servindo como uma lição sobre a importância de uma fé que produz resultados, e não apenas aparência.
- A Árvore de Zaqueu (Lucas 19): Um sicômoro (figueira-brava) foi o instrumento que permitiu a Zaqueu, um homem de baixa estatura, ver Jesus, levando a um encontro que transformou sua vida.
- A Árvore da Vida (Gênesis 2 e Apocalipse 22): Presente no início e no fim da Bíblia, ela simboliza a vida eterna. No Éden, seu acesso foi perdido; no paraíso restaurado, suas folhas trarão a “cura das nações”.
Defendendo Nosso Ecossistema: A Importância da Conservação
Um dos requisitos finais da Especialidade de Árvores é refletir sobre a importância da conservação. Para escrever seu texto argumentativo, foque no ecossistema onde você mora (Mata Atlântica, Cerrado, Amazônia, etc.) e use os seguintes argumentos para estruturar suas ideias:
- Regulação do Clima e da Água: Explique como a vegetação local ameniza temperaturas e protege nascentes e rios, garantindo a qualidade da água que consumimos.
- Manutenção da Biodiversidade: Argumente que a mata nativa é o lar e a fonte de alimento para inúmeros animais, e sua destruição leva à extinção de espécies.
- Benefícios para a Sociedade: Destaque como as árvores melhoram a qualidade do ar, protegem o solo contra a erosão e oferecem espaços de lazer e bem-estar para a comunidade.
- Ameaças Atuais: Identifique os principais problemas que afetam seu ecossistema, como desmatamento, queimadas e poluição, mostrando que você está ciente da realidade local.