Como Fazer a Especialidade de Tubarões
REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:
- Quais as principais diferenças entre peixes ósseos e cartilaginosos?
- Fale sobre a dentição dos tubarões e a diversidade de alimentos que consomem.
- Explique como ocorre a respiração dos tubarões.
- Cite 2 exemplos de peixes cartilaginosos que não sejam tubarões.
- Saber identificar, por meio de figuras, 5 espécies de tubarões.
- Qual a importância da Ampola de Lorenzini?
- Qual o menor e qual o maior tubarão que existem?
- Identificar as principais estruturas morfológicas de um tubarão através de um esquema (que pode ser confeccionado pelo próprio desbravador ou pelo instrutor).
- Visitar um aquário, observar peixes cartilaginosos e fazer um relatório sobre o que você aprendeu.
Aprendendo sobre a Especialidade de Tubarões
Mergulhe nos oceanos e descubra os segredos dos predadores mais fascinantes do planeta! Este guia prático foi criado para ajudar os desbravadores a conquistar a Especialidade de Tubarões, desvendando mitos e revelando fatos incríveis sobre sua biologia e comportamento.
Como Fazer a Especialidade de Tubarões
Concluir a Especialidade de Tubarões é uma jornada emocionante pelo mundo da biologia marinha. Para obter a insígnia, os desbravadores precisam explorar desde a anatomia única desses animais até seu papel fundamental nos ecossistemas oceânicos. Este guia oferece as informações necessárias para cumprir todos os requisitos da especialidade.
Esqueleto de Cartilagem: O que Define um Tubarão?
A primeira grande característica que separa os tubarões da maioria dos peixes é o seu esqueleto. Eles pertencem ao grupo dos peixes cartilaginosos (Chondrichthyes), que se distinguem dos peixes ósseos (Osteichthyes) em vários aspectos fundamentais.
- Esqueleto: Tubarões e arraias possuem um esqueleto feito inteiramente de cartilagem, um material mais leve e flexível que o osso. Peixes como a sardinha têm esqueletos ósseos.
- Brânquias: Peixes ósseos protegem suas brânquias com uma placa óssea chamada opérculo. Os tubarões não possuem essa placa, exibindo de 5 a 7 fendas branquiais abertas nas laterais da cabeça.
- Escamas: A pele de um tubarão é áspera como uma lixa devido às suas escamas placoides, que são estruturalmente semelhantes a pequenos dentes. Peixes ósseos têm escamas finas e sobrepostas.
- Flutuabilidade: Para não afundar, os tubarões contam com um fígado grande e rico em óleo, que é menos denso que a água. Eles não possuem bexiga natatória, o órgão cheio de gás que ajuda os peixes ósseos a flutuar.
- Fecundação: A fecundação nos tubarões é sempre interna, com o macho utilizando órgãos chamados claspers para transferir o esperma.
A Incrível Dentição e a Dieta dos Tubarões
A dentição de um tubarão é uma de suas adaptações mais famosas. Seus dentes não são fixos na mandíbula, mas sim presos na gengiva em múltiplas fileiras, funcionando como uma “esteira rolante”. Quando um dente da frente cai, um novo de trás se move para substituí-lo, garantindo que eles sempre tenham uma mordida afiada. A forma dos dentes revela muito sobre a dieta de cada espécie.
- Dentes pontiagudos: Ideais para agarrar presas escorregadias, como peixes. São comuns em espécies como o tubarão-mangona.
- Dentes triangulares e serrilhados: Perfeitos para cortar grandes pedaços de carne de presas como focas. É a marca registrada do tubarão-branco e do tubarão-tigre.
- Dentes achatados: Usados para esmagar as conchas de crustáceos e moluscos, encontrados em tubarões que se alimentam no fundo do mar.
- Dentes reduzidos: Gigantes como o tubarão-baleia e o tubarão-peregrino são filtradores. Seus dentes são minúsculos e não participam da alimentação, que consiste em filtrar plâncton da água.
Como os Tubarões Respiram Debaixo d’Água?
Tubarões extraem oxigênio da água através da respiração branquial. O processo é eficiente e adaptado ao estilo de vida de cada espécie. Existem dois métodos principais para fazer a água fluir pelas brânquias.
Muitas espécies, como o tubarão-branco, praticam a ventilação forçada, precisando nadar constantemente para que a água entre pela boca e passe pelas brânquias. Se pararem, podem sufocar. Outras espécies, como o tubarão-lixa, usam o bombeamento bucal, contraindo os músculos da boca para sugar água. Muitas também possuem espiráculos, pequenas aberturas atrás dos olhos que permitem a respiração mesmo quando estão parados no fundo do oceano.
Parentes Próximos: Conhecendo Outros Peixes Cartilaginosos
O grupo dos peixes cartilaginosos não se resume aos tubarões. Para cumprir os requisitos desta especialidade, é importante conhecer outros membros dessa classe. Dois exemplos notáveis são as arraias e as quimeras.
- Arraias (Ordem Batomorphi): Parentes próximas dos tubarões, as arraias têm corpos achatados e nadadeiras peitorais expandidas que parecem asas. Elas são encontradas em ambientes marinhos e de água doce em todo o mundo.
- Quimeras (Subclasse Holocephali): Conhecidas como “tubarões-fantasma”, as quimeras são um grupo mais antigo que vive em águas profundas. Elas se diferenciam por terem uma única abertura branquial coberta por pele e a mandíbula superior fundida ao crânio.
Guia de Identificação: 5 Espécies de Tubarões para Conhecer
Saber identificar diferentes espécies é uma habilidade chave para a Especialidade de Tubarões. Observe o formato do corpo, da cabeça, das nadadeiras e a coloração.
- Tubarão-Branco (Carcharodon carcharias): Corpo robusto em forma de torpedo, focinho cônico, dorso cinza-escuro e ventre branco. Seus dentes são grandes, triangulares e serrilhados.
- Tubarão-Baleia (Rhincodon typus): O maior peixe do mundo. Seu corpo cinza-azulado é coberto por um padrão único de manchas e listras claras. A boca é enorme e fica na frente da cabeça.
- Tubarão-Martelo (Gênero Sphyrna): Inconfundível pela cabeça em formato de “T” ou martelo, com os olhos nas extremidades. Esse formato amplia seu campo de visão.
- Tubarão-Tigre (Galeocerdo cuvier): Possui listras verticais escuras no corpo, que lembram as de um tigre, e um focinho curto e largo. É famoso por sua dieta extremamente variada.
- Tubarão-de-Recife-dos-Galápagos (Carcharhinus galapagensis): Corpo esguio e hidrodinâmico, típico de tubarões de recife. A coloração é cinza-amarronzada e a primeira nadadeira dorsal é alta e proeminente.
O Sexto Sentido: O Superpoder da Ampola de Lorenzini
A Ampola de Lorenzini é um dos segredos mais incríveis dos tubarões. Trata-se de uma rede de poros cheios de gel, visíveis como pontos escuros ao redor do focinho, que funcionam como um sexto sentido. Esse órgão permite a eletrocepção, a capacidade de detectar campos elétricos minúsculos.
Essa habilidade é crucial para a sobrevivência, permitindo localizar presas escondidas na areia apenas pela detecção dos seus batimentos cardíacos e também para a navegação, usando o campo magnético da Terra como uma bússola natural durante longas migrações.
Gigantes e Anões: O Maior e o Menor Tubarão do Mundo
A diversidade no mundo dos tubarões é impressionante, variando de gigantes gentis a predadores que cabem na palma da mão. Conhecer esses extremos é parte fundamental da Especialidade de Tubarões.
O menor tubarão é o Tubarão-lanterna-anão (Etmopterus perryi), que mede cerca de 20 centímetros e vive em águas profundas. Ele possui órgãos que emitem luz para se camuflar. Em contrapartida, o maior tubarão (e maior peixe do mundo) é o Tubarão-baleia (Rhincodon typus), que pode ultrapassar 18 metros de comprimento. Apesar do tamanho, é um filtrador inofensivo que se alimenta de plâncton.
Anatomia de um Predador: As Partes de um Tubarão
Um dos requisitos práticos da especialidade é identificar as estruturas externas de um tubarão. Para isso, o desbravador pode desenhar ou usar um esquema pronto, nomeando as partes principais que tornam seu corpo tão hidrodinâmico e adaptado à caça.
- Nadadeiras: Identifique a primeira e a segunda nadadeira dorsal (estabilidade), as nadadeiras peitorais (sustentação e direção), as pélvicas, a anal e a nadadeira caudal (propulsão).
- Cabeça: Localize o focinho, os olhos, as narinas (usadas para o olfato), a boca (geralmente ventral) e os espiráculos (ajudam na respiração).
- Corpo: Aponte as fendas branquiais (por onde a água sai) e a linha lateral (que detecta vibrações na água).
Missão Prática: Sua Visita ao Aquário
A melhor forma de consolidar o conhecimento é ver os animais de perto. A visita a um aquário que abriga peixes cartilaginosos é um requisito prático e uma experiência inesquecível. Para cumprir esta etapa da Especialidade de Tubarões, o desbravador deve planejar a visita e elaborar um relatório.
Durante a visita, observe o comportamento das diferentes espécies de tubarões e arraias. Anote como eles nadam, respiram e interagem. Tente identificar as espécies com base no que aprendeu. Depois, organize suas anotações em um relatório simples, descrevendo o local, as espécies que viu, seus comportamentos e, o mais importante, o que você aprendeu com a experiência ao vivo.