Como Fazer a Especialidade de Rafting – Desbravadores
REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:
- Ter a especialidade de Natação principiante II.
- Cite quantos são os níveis de dificuldade de corredeiras e explique como é feita essa classificação.
- Com um grupo de, no mínimo, 4 pessoas, demonstrar a forma correta de embarcar e sair do bote num pier na beira de um rio.
- Num bote carregado com, no mínimo, 4 pessoas, demonstrar as manobras a seguir:
- Remada frente
- Remada ré
- Remada direita ré
- Remada esquerda ré
- Num bote carregado com, no mínimo, 4 pessoas, durante cruzamento de uma corredeira, demonstrar os seguintes movimentos de segurança:
- Segurar
- Dentro (ou piso)
- Citar, pelo menos, 3 itens de segurança necessários à prática do rafting e descrever a utilidade de cada um.
- Descrever a posição correta que se deve ficar no caso de cair no rio e estar sendo levado(a) pela correnteza através de corredeiras.
- Num bote com, no mínimo, 4 pessoas, demonstrar o resgate de um pessoa em águas profundas das seguinte maneiras:
- Pessoa próxima a uma distância de 2m do bote, utilizando-se a zona ‘T’ do remo
- Pessoa a mais de 3m do bote, utilizado a corda de regate
- Em águas profundas e, com um grupo de, no mínimo, 4 pessoas, demonstrar:
- Como desvirar um bote
- Como subir novamente no bote sem ajuda de outra pessoa
- Percorrer, no mínimo, 10 km num rio com corredeiras de nível III ou maior, demonstrando conhecimento nas regras de segurança do rafting.
- Pesquisar 2 rios próximos da sua região que sejam adequados para a prática do rafting e coletar as seguintes informações:
- Local da nascente e desembocadura do rio
- Trecho onde a prática do rafting é adequada
- Épocas do ano em que o rio está favorável à prática do rafting
- Nível de dificuldade mínimo e máximo do rio
- Profundidade minima e máxima do rio
- Altura da maior queda (corredeira)
- Nível de poluição das águas
Aprendendo sobre a Especialidade de Rafting
Domine as corredeiras e conquiste a Especialidade de Rafting! Este guia prático para desbravadores ensina tudo sobre segurança, manobras e trabalho em equipe para uma aventura inesquecível.
Como fazer a Especialidade de Rafting
A jornada para conquistar a Especialidade de Rafting começa com uma base sólida de segurança na água. Por isso, o primeiro passo é ter a especialidade de Natação Principiante II. Essa exigência garante que cada desbravador possua as habilidades essenciais de sobrevivência aquática, fundamentais para enfrentar os desafios de um rio com confiança e preparo.
Entendendo o Desafio: A Classificação das Corredeiras
Antes de entrar no bote, é vital entender o terreno. Os rios são classificados internacionalmente em seis níveis de dificuldade, que ajudam a medir o desafio e o risco. Essa classificação considera o volume de água, a inclinação do leito, a quantidade de rochas e a força das ondas. Conhecer esses níveis é o primeiro passo para um planejamento seguro.
- Nível I (Muito Fácil): Correnteza fraca e ondas pequenas. Ideal para um passeio tranquilo, quase sem necessidade de manobras.
- Nível II (Fácil): Ondas um pouco maiores, mas com um caminho claro. Exige algumas manobras básicas e atenção.
- Nível III (Intermediário): Ondas irregulares e passagens que exigem manobras precisas e trabalho em equipe. É o nível mais comum para o rafting comercial com iniciantes.
- Nível IV (Difícil): Águas turbulentas com ondas grandes e contínuas. Requer experiência, agilidade e excelente sincronia da equipe.
- Nível V (Muito Difícil): Corredeiras longas, violentas e com alto risco. Apenas para remadores muito experientes e com forte esquema de segurança.
- Nível VI (Extremo): Considerado o limite do navegável, com risco de vida iminente. Não é praticado comercialmente.
Equipamentos Essenciais para uma Aventura Segura
A segurança é o pilar da Especialidade de Rafting. Três itens são absolutamente obrigatórios e sua função deve ser conhecida por todos os participantes.
- Colete Salva-Vidas: Garante a flutuação em caso de queda. Modelos de rafting permitem liberdade de movimento para remar e protegem o tronco contra impactos.
- Capacete: Protege a cabeça contra choques com pedras, galhos ou até mesmo com os remos dos colegas. É um item indispensável em qualquer rio com corredeiras.
- Cabo de Resgate (Throw Bag): Uma corda flutuante dentro de um saco, projetada para ser arremessada com precisão. É usada para resgatar alguém que caiu na água e se afastou do bote.
O Início da Jornada: Embarque e Primeiras Remadas
A aventura começa antes mesmo de entrar na água. Embarcar e desembarcar de um bote de rafting exige coordenação para manter o equilíbrio da embarcação. O processo deve ser feito de forma organizada, um participante de cada vez, sempre pisando no centro do bote e ocupando sua posição rapidamente para estabilizar o peso.
Dominando as Manobras Básicas de Rafting
Uma vez a bordo, a propulsão e o controle do bote dependem da sincronia da equipe. As remadas são comandadas pelo instrutor e devem ser executadas por todos ao mesmo tempo. A base para o sucesso no rafting está no domínio de quatro movimentos essenciais.
- Remada Frente: Usada para impulsionar o bote para a frente. O remo entra na água à frente do corpo e é puxado para trás com a força do tronco.
- Remada Ré: Freia o bote ou o move para trás. É o movimento inverso, empurrando a água de trás para frente.
- Remada Direita Ré: Para virar o bote para a direita. A equipe do lado direito rema para trás, enquanto a do lado esquerdo rema para frente, fazendo o bote girar.
- Remada Esquerda Ré: Para virar o bote para a esquerda. A equipe do lado esquerdo rema para trás, e a do lado direito rema para frente.
Comandos de Segurança: A Chave para Superar Obstáculos
Em trechos mais intensos, o instrutor pode usar comandos de segurança que exigem uma resposta imediata de toda a equipe. Eles são projetados para aumentar a estabilidade do bote e proteger os tripulantes em momentos críticos.
Segurar (ou Firme): Ao ouvir este comando, todos param de remar, seguram a corda de segurança com uma mão e trazem o remo para o colo com a outra, inclinando o corpo para dentro do bote. Isso baixa o centro de gravidade e prepara a equipe para um impacto ou uma onda grande.
Dentro (ou Piso): Um comando para situações de risco iminente de virar. Todos devem se jogar para o fundo do bote o mais rápido possível, colocando todo o peso no ponto mais baixo para máxima estabilidade. A equipe permanece no piso até o instrutor liberar.
Lidando com Imprevistos: Técnicas de Resgate e Sobrevivência
Mesmo com toda a preparação, quedas podem acontecer. Saber como agir dentro e fora da água é uma parte crucial dos requisitos da Especialidade de Rafting.
Homem ao Mar: A Posição de Segurança na Água
Se cair na água, a regra de ouro é nunca tentar ficar de pé, pois o pé pode ficar preso em pedras no fundo do rio. A posição correta de segurança é flutuar de costas, com a barriga para cima e os pés elevados à frente, na direção da correnteza. Isso protege a cabeça e permite usar as pernas como um para-choque para amortecer impactos contra rochas.
Trazendo um Colega de Volta: Procedimentos de Resgate
O resgate de um colega deve ser rápido e eficiente. Se a pessoa estiver perto (até 2 metros), um remador pode estender o remo, oferecendo a manopla em ‘T’ para que ela se segure e seja puxada para o bote. Se estiver longe, usa-se a corda de resgate (throw bag), arremessando-a para além da vítima para que ela possa agarrá-la e ser rebocada de volta.
Quando o Bote Vira: Como Desvirar e Subir a Bordo
Em uma situação em que o bote vira completamente, a equipe precisa agir em conjunto. Para desvirar, os participantes se posicionam em um dos lados, agarram as alças do lado oposto e usam o peso do corpo para alavancar e virar o bote. Para subir de volta sem ajuda, o ideal é ir para uma das pontas do bote, dar um impulso forte com as pernas na água e jogar o tronco sobre a borda, girando o corpo para dentro.
A Prova Final: A Descida de 10km em Corredeiras
O ponto alto da Especialidade de Rafting é o teste prático: percorrer um trecho de no mínimo 10 quilômetros em um rio com corredeiras de nível III ou superior. Durante essa descida, o desbravador deverá demonstrar domínio de todas as técnicas aprendidas, desde a postura e remada correta até a pronta obediência aos comandos de segurança e o espírito de equipe, que é a essência do rafting.
Explorando os Rios: Onde Praticar Rafting no Brasil
A etapa final envolve pesquisar e conhecer os locais para a prática do esporte. Abaixo, estão exemplos de dois rios famosos no estado de São Paulo, detalhando as informações necessárias para completar este requisito da especialidade.
Rio Jacaré-Pepira (Brotas, SP)
Nascente e Desembocadura: Nasce na Serra de Itaqueri e deságua no Rio Tietê.
Trecho Adequado: O trecho mais popular para rafting fica no município de Brotas, com percursos de 8 a 12 km.
Época Favorável: No verão (dezembro a março), quando as chuvas aumentam o volume do rio.
Nível de Dificuldade: Varia de Nível II a IV, dependendo da estação.
Profundidade e Quedas: Profundidade variável, com quedas que podem chegar a 3 metros de altura.
Nível de Poluição: Considerado um dos rios mais limpos do estado de São Paulo, seguro para recreação.
Rio Paraibuna (São Luiz do Paraitinga, SP)
Nascente e Desembocadura: O trecho paulista nasce em Cunha (SP) e ajuda a formar o Rio Paraíba do Sul.
Trecho Adequado: A prática é comum em São Luiz do Paraitinga, dentro do Parque Estadual da Serra do Mar.
Época Favorável: Também no verão, quando as chuvas deixam as corredeiras mais fortes.
Nível de Dificuldade: Corredeiras de classe II a III, podendo atingir classe IV na estação chuvosa.
Profundidade e Quedas: A profundidade é muito variável, com trechos de remanso e corredeiras intensas.
Nível de Poluição: O trecho dentro do parque é preservado e limpo, porém, outras partes do mesmo rio em áreas urbanas sofrem com poluição.