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Como Fazer a Especialidade de Numismática – Desbravadores

Especialidade de Numismática

REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:

  1. Relatar sucintamente a história do dinheiro, sua evolução e as mais variadas formas de dinheiro da atualidade, como o cheque, o cartão de crédito, etc.
  2. Contar resumidamente a história do dinheiro em seu país, mencionando as datas de estabelecimento de casas da moeda e fábricas de cunhagem. Mencionar também as mudanças das cédulas e moedas de seu país ao longo do tempo.
  3. Explicar como o dinheiro é distribuído pelo governo em seu país.
  4. Definir quaisquer dos termos a seguir, caso se apliquem ao sistema monetário de seu país:
    1. Mescla de metais
    2. Cunhagem revestida
    3. Moeda comemorativa
    4. Cunho
    5. Fundo
    6. Inscrição
    7. Borda marcada com letras
    8. Anverso
    9. Reverso
    10. Série
    11. Impressão sobreposta
    12. Tira magnética
    13. Tinta fluorescente
    14. Controle de inflação
    15. Numeração das notas
    16. Papel-moeda
  5. Descrever o anverso e o reverso das cédulas usadas atualmente em seu país.
  6. Saber como a qualidade das moedas é avaliada pelos colecionadores.
  7. Ter moedas ou notas de dez diferentes países. Descrever o que há em cada uma delas, dar os nomes de pessoas ou objetos retratados nas mesmas e, quando possível, mencionar as datas de cada uma.
  8. Cumprir um dos seguintes itens:
    1. Colecionar, pelo menos, cinco moedas ou notas de seu país que não estejam mais em circulação.
    2. Colecionar uma série datada de moedas de seu país, começando com o ano de seu nascimento (não é necessário incluir moedas raras ou caras).
  9. Relacionar as características de segurança contra falsificação das cédulas vigentes em seu país e as apresentar para sua unidade ou Clube.

Aprendendo sobre a Especialidade de Numismática

Numismática é a ciência que estuda moedas e medalhas. Para os Desbravadores, a Especialidade de Numismática transforma a curiosidade sobre o dinheiro em uma jornada de conhecimento histórico e cultural. Este guia prático ajudará você a cumprir todos os requisitos e a desvendar os segredos por trás das peças que usamos todos os dias.

Como fazer a Especialidade de Numismática

A Jornada do Dinheiro: Do Escambo ao PIX

A história do dinheiro começa muito antes das moedas. Inicialmente, as trocas comerciais eram feitas por meio do escambo, a troca direta de um produto por outro. Itens de valor comum, como gado, sal e conchas, funcionavam como “moedas-mercadoria”. Curiosamente, termos como “salário” (pagamento em sal) e “pecúnia” (do latim pecus, rebanho) surgiram dessa prática.

As primeiras moedas de metal surgiram no século VII a.C., na Lídia (atual Turquia), e foram popularizadas pelos gregos. Elas eram feitas de metais nobres como ouro e prata, e seu valor estava ligado ao material. Com a necessidade de guardar essas riquezas, surgiram os primeiros bancos, operados por comerciantes de ouro que emitiam recibos. Esses recibos deram origem ao papel-moeda.

Hoje, o dinheiro evoluiu para formas ainda mais abstratas. Além das cédulas e moedas físicas, existem várias formas de dinheiro que facilitam as transações diárias.

  • Cheque: Uma ordem de pagamento escrita, sacada contra um banco.
  • Cartão de Crédito e Débito: Permitem pagamentos eletrônicos, seja a crédito para pagar depois ou com débito direto da conta.
  • Transferências Eletrônicas: Métodos como PIX, TED e DOC movimentam fundos entre contas bancárias de forma digital e instantânea.
  • Criptomoedas: Moedas digitais descentralizadas, como o Bitcoin, que existem apenas no ambiente virtual e usam criptografia para segurança.

A História Monetária do Brasil: Dos Réis ao Real

No Brasil Colônia, circulavam moedas portuguesas e espanholas. Para organizar a produção local, a Coroa Portuguesa fundou a Casa da Moeda do Brasil em 8 de março de 1694, em Salvador, Bahia. As primeiras moedas genuinamente brasileiras foram cunhadas em 1695. A sede mudou-se para o Rio de Janeiro em 1702, onde permanece até hoje, em um moderno complexo industrial inaugurado em 1984.

A economia brasileira passou por muitas mudanças, refletidas em suas diversas moedas. Conhecer essa linha do tempo é fundamental para a Especialidade de Numismática.

  • Réis (1694-1942): A moeda mais duradoura da nossa história.
  • Cruzeiro (1942-1967): A primeira grande reforma monetária.
  • Cruzeiro Novo (1967-1970): Uma moeda de transição para controlar a inflação.
  • Cruzado (1986-1989): Famoso pelo corte de três zeros.
  • Cruzado Novo (1989-1990): Outra tentativa de estabilização.
  • Cruzeiro Real (1993-1994): A última moeda antes do plano atual.
  • Real (1994-atualmente): Instituído em 1º de julho de 1994, estabilizou a economia.

Como o Dinheiro Chega ao seu Bolso?

A distribuição de dinheiro no Brasil é um processo coordenado pelo Banco Central (BC). Tudo começa quando o BC determina a quantidade de novas cédulas e moedas necessárias para a economia. Essa encomenda é enviada para a Casa da Moeda do Brasil, que é a responsável pela fabricação física do dinheiro.

Após a produção, o dinheiro novo é entregue ao Banco Central, que o “coloca em circulação”, ou seja, o oficializa como moeda de valor legal. De lá, ele é enviado para centros de distribuição (custodiantes), sendo o Banco do Brasil o principal responsável por essa logística. Por fim, os bancos comerciais recebem as notas e moedas e as disponibilizam para a população através de caixas eletrônicos e agências.

Desvendando o Dicionário do Numismata

Para entender a Especialidade de Numismática, é preciso conhecer alguns termos técnicos. Aqui estão as definições dos principais conceitos aplicados ao sistema monetário brasileiro:

  • Mescla de metais (Liga metálica): Mistura de metais para criar moedas mais resistentes. A moeda de 1 Real, por exemplo, já usou ligas como alpaca e cuproníquel.
  • Cunhagem revestida: Processo em que um núcleo de metal (aço) é coberto por outro (bronze ou cobre), como visto no anel dourado da moeda de 1 Real.
  • Moeda comemorativa: Peça emitida para celebrar eventos especiais, como as moedas das Olimpíadas do Rio 2016.
  • Cunho: A matriz de metal com o desenho em negativo que, sob pressão, grava a imagem na moeda.
  • Fundo (ou Campo): A parte lisa da moeda, sem desenhos ou textos.
  • Inscrição (ou Legenda): Todo o texto gravado na moeda, como “REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL”.
  • Borda marcada com letras: Inscrições na lateral da moeda, presentes em algumas edições comemorativas.
  • Anverso: A face principal da moeda ou cédula, considerada a “cara”. No Brasil, costuma ter a Efígie da República.
  • Reverso: A face oposta, a “coroa”. Nas notas do Real, apresenta os animais da fauna.
  • Série: Conjunto de notas ou moedas com o mesmo design, como a “Primeira Família” e a “Segunda Família” do Real.
  • Impressão sobreposta (Quebra-cabeça): Elemento de segurança onde desenhos do anverso e reverso se completam quando vistos contra a luz.
  • Tira magnética: Nas cédulas brasileiras, é um fio de segurança com propriedades magnéticas embutido no papel.
  • Tinta fluorescente: Tinta que brilha sob luz ultravioleta (UV), usada para revelar números e fibras de segurança.
  • Controle de inflação: Políticas do Banco Central para manter o poder de compra da moeda, principalmente ajustando a taxa de juros (Selic).
  • Numeração das notas: Código único de letras e números que identifica cada cédula.
  • Papel-moeda: O mesmo que cédula ou nota, impresso em papel fiduciário com itens de segurança.

Conhecendo a Fauna nas Cédulas do Real

As cédulas da Segunda Família do Real possuem um padrão visual. O anverso (frente) de todas elas exibe a Efígie da República. Já o reverso (costas) homenageia um animal da rica fauna brasileira, tornando cada nota única.

  • R$ 2,00 (Azul): Tartaruga-de-pente.
  • R$ 5,00 (Roxa): Garça-branca-grande.
  • R$ 10,00 (Vermelha): Arara-vermelha.
  • R$ 20,00 (Amarelo-alaranjado): Mico-leão-dourado.
  • R$ 50,00 (Marrom): Onça-pintada.
  • R$ 100,00 (Azul-claro): Garoupa.
  • R$ 200,00 (Cinza e sépia): Lobo-guará.

Como Avaliar a Qualidade de uma Moeda?

O valor de uma moeda para um colecionador depende muito de seu estado de conservação. Os numismatas usam uma escala para classificar a qualidade das peças. Conhecer essa classificação é um dos principais requisitos da especialidade.

  • Flor de Cunho (FC): Perfeita. A moeda nunca circulou e mantém o brilho e os detalhes originais, sem nenhum sinal de manuseio.
  • Soberba (S ou SOB): Quase perfeita. Apresenta cerca de 90% dos detalhes originais e pode ter um mínimo sinal de desgaste, mas ainda com brilho.
  • Muito Bem Conservada (MBC): Já circulou e mostra desgaste nas partes altas do relevo, mas mantém cerca de 70% dos detalhes. As legendas são nítidas.
  • Bem Conservada (BC): Desgaste mais visível, com cerca de 50% dos detalhes preservados. As legendas são legíveis, mas gastas.
  • Regular (R): Alto nível de desgaste, com apenas 25% dos detalhes visíveis. Apenas a silhueta principal é identificável.
  • Um Tanto Gasta (UTG): O estado mais baixo. A moeda está muito desgastada, com detalhes quase apagados. Só é colecionável se for extremamente rara.

Iniciando sua Coleção Internacional

Uma parte divertida da Especialidade de Numismática é a prática. Para este requisito, você precisa obter e descrever moedas ou notas de dez países diferentes. Ao descrever, anote o país, o valor, o ano e o que está representado no anverso e no reverso. Por exemplo, uma moeda de 25 centavos dos EUA (Quarter Dollar) traz George Washington no anverso, enquanto uma moeda de 1 Euro tem uma face comum para todos os países e uma face nacional, que na Alemanha exibe uma águia.

Dando os Primeiros Passos como Colecionador

Para cumprir este requisito prático, você deve escolher uma de duas tarefas de coleção. Ambas são excelentes para iniciar no mundo da numismática.

  • Opção A: Colecionar moedas ou notas fora de circulação.
    • O objetivo é encontrar cinco peças que não são mais usadas no Brasil, como moedas de Cruzeiros, notas de Cruzados ou até a antiga nota de R$ 1. A melhor forma de encontrá-las é perguntando a parentes mais velhos ou visitando feiras de antiguidades.
  • Opção B: Montar uma série datada.
    • A tarefa aqui é juntar uma moeda de cada valor (5, 10, 25, 50 centavos e 1 Real) para cada ano, começando pelo ano do seu nascimento. A principal fonte para esta coleção será o troco do dia a dia, transformando a atividade em uma caça ao tesouro.

Segredos Contra a Falsificação: Como Identificar uma Nota Verdadeira

A segurança é um aspecto crucial do dinheiro. As notas do Real possuem vários elementos para impedir falsificações. Apresentar esses itens para sua Unidade ou Clube é um dos requisitos finais da Especialidade de Numismática. A verificação pode ser feita com o método “Toque-Olhe-Sinta”.

  • Marca-d’água: Ao segurar a nota contra a luz, a imagem do animal e o valor aparecem na área clara.
  • Impressão em Alto-Relevo: Ao passar o dedo sobre a legenda “REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL” e nos números, você sentirá uma textura diferente.
  • Número que Muda de Cor: Nas notas de R$10, R$20 e R$200, o número do valor muda de verde para azul ao movimentar a nota.
  • Fio de Segurança: Uma linha escura que cruza a nota e se torna visível contra a luz. Nela, estão escritos o valor e a palavra “REAIS”.
  • Faixa Holográfica: Presente nas notas de R$50 e R$100, ao movê-las, o valor e a palavra “REAIS” se alternam na faixa prateada.
  • Elementos Fluorescentes: Sob luz ultravioleta, o número do valor brilha e pequenos fios coloridos aparecem espalhados pela nota.
  • Quebra-Cabeça: O desenho do número do valor, que parece incompleto, se alinha perfeitamente quando a nota é vista contra a luz.
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