Como Fazer a Especialidade de Cuidados e Manutenção de Violões – Desbravadores

REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:

Aprendendo sobre a Especialidade de Cuidados e Manutenção de Violões

Aprenda a cuidar do seu instrumento como um profissional! Este guia para a Especialidade de Cuidados e Manutenção de Violões ensina tudo, de afinar a consertar, transformando desbravadores em verdadeiros zeladores de seus violões.

Como fazer a Especialidade de Cuidados e Manutenção de Violões

Para iniciar a jornada na Especialidade de Cuidados e Manutenção de Violões, é fundamental já possuir a especialidade de Violão (HM 087). Esse pré-requisito garante que o desbravador tenha a base necessária sobre como tocar, facilitando a compreensão dos aspectos técnicos de conservação e reparo do instrumento.

O Artesão dos Instrumentos: Conhecendo o Luthier

O profissional que constrói, conserta e ajusta instrumentos de corda é chamado de luthier. Este nome vem da palavra francesa “luth” (alaúde), mostrando a tradição secular da profissão. O trabalho de um luthier combina marcenaria, física e uma profunda sensibilidade musical para garantir que cada instrumento tenha a melhor sonoridade e tocabilidade. Um dos maiores nomes da história é o italiano Antonio Stradivari, cujos violinos, os famosos Stradivarius, são até hoje sinônimo de perfeição sonora e valor inestimável.

Desvendando o Violão: As Partes e Suas Funções

Compreender a anatomia de um violão é o primeiro passo para realizar sua manutenção. Desmontar e montar um instrumento permite identificar cada componente e sua importância para o som e a estrutura. Conhecer essas partes é essencial para cumprir os requisitos da especialidade.

• Tarraxas (Tuning Pegs): Localizadas na cabeça, servem para afinar o instrumento, ajustando a tensão das cordas.
• Pestana (Nut): Guia as cordas no início da escala, mantendo o espaçamento e a altura corretos.
• Rastilho (Saddle): Fica no cavalete e transmite a vibração das cordas para o tampo, definindo também a altura final delas.
• Cordas (Strings): A fonte do som. Vibram para produzir as notas e podem ser de aço ou nylon.
• Trastes (Frets): Filetes de metal na escala que dividem as notas em semitons.
• Cavalete (Bridge): Peça colada no tampo que ancora as cordas e transfere sua vibração para o corpo.
• Cabeça (Headstock): Parte superior que sustenta as tarraxas.
• Braço (Neck): Conecta a cabeça ao corpo; é onde o músico forma os acordes e notas na escala.
• Tróculo (Heel): Peça de junção que une o braço ao corpo do violão, garantindo estabilidade.
• Corpo (Body): Funciona como a caixa de ressonância, amplificando o som das cordas.
• Fundo (Back): A parte traseira do corpo do violão.
• Tampo dianteiro (Top/Soundboard): A parte frontal do corpo, crucial para a projeção e qualidade do som.
• Lateral (Sides): As “paredes” do corpo, que conectam o tampo ao fundo.
• Abertura (Sound Hole/Boca): Orifício no tampo que projeta o som amplificado para fora.
– Escala (Fretboard): Lâmina de madeira no braço onde os trastes são inseridos e os dedos pressionam as cordas.
• Capacitor: Componente eletrônico em violões eletroacústicos que ajuda a controlar o timbre (tone).
• Elementos decorativos: Detalhes como a roseta (mosaico na boca) e frisos, que além de estéticos, protegem as quinas.

Manutenção das Tarraxas: Distinção e Cuidados Essenciais

As tarraxas são diferentes para cordas de nylon e de aço. As de nylon possuem um eixo de plástico ou metal revestido, mais grosso, para acomodar a maior espessura das cordas. Já as de aço têm um pino metálico fino e com um furo, projetado para suportar a alta tensão. A manutenção correta prolonga sua vida útil e garante uma afinação precisa.

1. Desmontagem: Use uma chave de fenda para soltar os parafusos que fixam a tarraxa na cabeça do violão.
2. Limpeza: Com uma escova e um produto desengripante, remova toda a sujeira e oxidação das engrenagens. Seque bem com um pano.
3. Lubrificação: Aplique grafite em pó ou uma pequena quantidade de óleo de máquina nas engrenagens para garantir um movimento suave.
4. Montagem: Recoloque as tarraxas na posição correta e aperte os parafusos firmemente, sem exagerar.

Dominando as Cordas: Identificação e Afinação

As cordas de um violão são contadas de baixo para cima, da mais fina (1ª corda – Mi agudo) para a mais grossa (6ª corda – Mi grave). As três mais finas são as “primas” e as três mais grossas, revestidas, são os “bordões”. A afinação padrão, da 6ª para a 1ª corda, é Mi (E), Lá (A), Ré (D), Sol (G), Si (B), Mi (E). Para afinar, utilize um afinador eletrônico ou um aplicativo de celular, girando a tarraxa correspondente a cada corda até atingir a nota correta.

Peças-Chave para o Timbre: Pestana e Rastilho

A pestana e o rastilho influenciam diretamente o som do violão. O material com que são feitos determina a qualidade da transferência de vibração das cordas para a madeira. Conhecer as opções é parte fundamental da Especialidade de Cuidados e Manutenção de Violões.

• Osso: Considerado o melhor material, oferece som com mais volume, clareza e sustentação.
• Plástico: Comum em instrumentos de entrada, produz um som com menos definição.
• Grafite e Sintéticos (Tusq): Alternativas modernas que ajudam a manter a afinação estável.

Para confeccionar uma dessas peças, o processo simplificado envolve obter um bloco do material (osso, por exemplo), usar a peça antiga como molde para marcar as dimensões, lixar o bloco até atingir o formato desejado e, no caso da pestana, abrir os sulcos para as cordas com limas finas, garantindo a altura correta.

Ajustando a Ação: Como Baixar as Cordas Corretamente

Baixar a altura das cordas, ou “regular a ação”, torna o violão mais macio e confortável de tocar. O procedimento mais comum é lixar a base do rastilho aos poucos, testando a altura constantemente. É preciso ter muito cuidado, pois se as cordas ficarem baixas demais, ocorrerá o “trastejamento”, um zunido indesejado causado pelo contato da corda com os trastes. Se não tiver segurança, o ideal é procurar um luthier.

Protegendo seu Instrumento: Como Evitar Ferrugem

A oxidação é inimiga das cordas e ferragens, causada pelo suor e pela umidade. Para evitar a ferrugem, é crucial limpar as cordas com uma flanela seca após cada uso. Guardar o instrumento em um case com sachês de sílica gel também ajuda a controlar a umidade. Para as peças metálicas, a limpeza regular com um pano seco previne a corrosão e mantém o brilho.

Reparos Estruturais: Colando Fissuras e Fazendo Enxertos

Pequenos acidentes acontecem, mas muitos danos podem ser reparados. Para colar uma fissura (rachadura), a cola mais indicada é a alifática (Titebond – rótulo vermelho), específica para madeira. O processo envolve limpar a fenda, aplicar a cola e pressionar a área com grampos até a secagem completa. O excesso de cola deve ser removido com um pano úmido.

Quando há perda de material, como um buraco ou lasca, é necessário fazer um enxerto. Esta técnica consiste em preparar a área danificada, cortar um pedaço de madeira compatível para encaixar perfeitamente no local, colar a peça e, após a secagem, nivelar a superfície com lixas. Um acabamento final com verniz pode tornar o reparo praticamente invisível.

Renovando o Visual: O Processo de Pintura de um Violão

Pintar um violão é um projeto avançado que exige paciência e atenção aos detalhes, sendo uma das tarefas mais complexas da Especialidade de Cuidados e Manutenção de Violões. O processo se divide em três etapas cruciais.

• Lixamento: É a fase mais importante. O objetivo é remover todo o acabamento antigo, começando com lixas grossas e progredindo para as mais finas, até obter uma superfície perfeitamente lisa.
• Escolha da Tinta: Tintas automotivas, como Laca Nitrocelulose ou PU, são ideais. Antes da cor, é essencial aplicar um fundo preparador (primer) para selar a madeira e garantir uma pintura uniforme.
• Aplicação e Secagem: A tinta deve ser aplicada em camadas finas e uniformes, respeitando o tempo de secagem entre cada demão. A pressa pode arruinar o trabalho, pois a cura completa do verniz pode levar semanas.