Como Fazer a Especialidade de Braile – Desbravadores
REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:
- O que é Braile?
- Escrever uma biografia de Louis Braille de, pelo menos, 1 página.
- O que é sensibilidade epicrítica?
- O que são papel braile, regletes e punções?
- O que é máquina ‘perkins’?
- O que é uma cela braile?
- Quais são e o que significam os graus 1, 2 e 3 do sistema braile?
- Participar de um curso para escrever e ler em braile. O curso poderá ser virtual ou presencial. • Nota:Este site,http://www.braillevirtual.fe.usp.br/, apresenta um curso interessante e interativo, adequado para juvenis, em português, espanhol e inglês.
- Traduzir, na presença do instrutor, o texto bíblico de Marcos 10:46-52.
- Ler, em braile, no mínimo 90 palavras por minuto.
- Escrever um pequeno cartão com uma mensagem bíblica para um deficiente visual.
- Discutir o evangelho contido em João 9 com o seu instrutor.
Aprendendo sobre a Especialidade de Braile
O Braille é um incrível sistema de escrita e leitura tátil que abre um universo de conhecimento para pessoas cegas. Conquistar a Especialidade de Braile é mais do que cumprir requisitos; é desenvolver empatia, aprender uma nova habilidade e entender como a comunicação pode superar barreiras. Este guia prático ajudará os desbravadores a dominar cada etapa desta jornada de aprendizado e serviço.
Como Fazer a Especialidade de Braile
Desvendando o Código: O Que é o Sistema Braille?
O Braille não é um idioma, mas sim um código tátil universal que representa letras, números e símbolos. Ele é fundamental para a alfabetização e inclusão de pessoas com deficiência visual. A base de todo o sistema é a cela Braille, um pequeno retângulo com seis pontos em relevo, dispostos em duas colunas de três. A coluna da esquerda tem os pontos 1, 2 e 3 (de cima para baixo), e a da direita, os pontos 4, 5 e 6. A combinação desses pontos gera 63 caracteres diferentes, permitindo a escrita na maioria das línguas.
Para otimizar a escrita e a leitura, o sistema possui diferentes níveis de complexidade, conhecidos como graus:
- Grau 1: É a forma básica, onde cada palavra é escrita letra por letra. Ideal para a alfabetização inicial.
- Grau 2: Introduz abreviações e contrações para palavras comuns, preposições e conjunções. É o padrão mais usado em livros, pois economiza espaço e agiliza a leitura.
- Grau 3: Uma forma altamente abreviada, semelhante à taquigrafia, usada principalmente para anotações pessoais e que exige grande domínio do sistema.
O Gênio por Trás dos Pontos: A História de Louis Braille
Louis Braille nasceu na França, em 1809. Aos três anos, um acidente na oficina de seu pai o deixou cego. Apesar da tragédia, ele era um aluno brilhante. Aos 10 anos, foi estudar no Instituto Real de Jovens Cegos de Paris, onde os livros usavam um método de letras em relevo, pouco prático e difícil de usar para escrever.
A grande virada aconteceu em 1821, quando um militar chamado Charles Barbier apresentou um sistema de “escrita noturna” com 12 pontos para comunicação silenciosa no escuro. Inspirado, o jovem Louis, com apenas 15 anos, simplificou o código para apenas seis pontos, tornando-o muito mais eficiente. Em 1829, ele publicou a primeira versão do seu sistema, que se tornou a base para a escrita e leitura que conhecemos hoje.
Mesmo sendo um professor respeitado, seu sistema enfrentou resistência e só foi adotado oficialmente na França dois anos após sua morte, em 1852. Hoje, a invenção de Louis Braille é reconhecida mundialmente como uma ferramenta revolucionária que garantiu acesso à educação e cultura para milhões de pessoas.
Ferramentas do Ofício e a Sensibilidade Tátil
Para ler e escrever em Braille, são necessárias ferramentas específicas e uma habilidade tátil apurada. A capacidade de diferenciar os pontos com os dedos depende da sensibilidade epicrítica, um tipo de tato fino que permite discriminar formas, texturas e pontos próximos na pele. É essa sensibilidade que o desbravador desenvolverá ao praticar para esta especialidade.
Instrumentos Manuais: Reglete e Punção
Os instrumentos tradicionais para a escrita manual são simples, mas eficazes. O conjunto é formado por:
- Papel Braille: Um papel mais grosso e resistente (gramatura de 120g/m² ou mais) que sustenta os pontos em relevo sem rasgar.
- Reglete: Uma placa de metal ou plástico com duas partes. A superior tem janelas no formato da cela Braille, e a inferior tem as depressões correspondentes aos seis pontos.
- Punção: Uma ferramenta pontiaguda usada para pressionar o papel contra as depressões da reglete, criando os pontos. A escrita é feita da direita para a esquerda, de forma espelhada, para que a leitura, no verso da folha, seja feita corretamente da esquerda para a direita.
A Máquina Perkins
A máquina Perkins Brailler é a “máquina de escrever” do Braille. Criada em 1951, ela permite uma escrita muito mais rápida. Possui seis teclas principais, que correspondem aos seis pontos da cela, e são pressionadas simultaneamente para formar um caractere. Sua grande vantagem é que os pontos são gravados para cima, permitindo que o usuário leia o que acabou de escrever sem remover o papel.
Desenvolvendo a Habilidade: Cursos e Prática de Leitura
Para cumprir os requisitos da Especialidade de Braile, é essencial participar de um curso. Existem ótimas opções online e gratuitas que guiam o aprendizado desde o início. A prática constante é o segredo para desenvolver a sensibilidade nos dedos e memorizar o alfabeto.
O site Braille Virtual da USP (braillevirtual.fe.usp.br) é uma ferramenta interativa e gratuita, altamente recomendada para desbravadores.
Um dos desafios da especialidade é atingir a velocidade de leitura de 90 palavras por minuto. Para isso, a prática diária é fundamental. Use as pontas dos dedos indicadores de ambas as mãos, com um toque leve, e evite regredir na leitura. A mão esquerda pode iniciar a linha enquanto a direita termina a anterior, criando um fluxo contínuo.
Aplicando o Conhecimento: Tradução e Serviço
A parte prática da especialidade envolve demonstrar as habilidades adquiridas. O desbravador precisará traduzir, na presença do instrutor, a passagem de Marcos 10:46-52. É importante ter o material (reglete e punção ou máquina Perkins) e uma tabela do alfabeto Braille para consulta, prestando atenção aos sinais de pontuação e de letra maiúscula.
Outro requisito une a habilidade técnica com um gesto de carinho: escrever um cartão com uma mensagem bíblica para uma pessoa com deficiência visual. Escolha um versículo de encorajamento, como Salmos 27:1 ou Filipenses 4:13, e escreva-o em um papel mais firme. Entregar este cartão a alguém em sua igreja ou comunidade torna a experiência ainda mais especial.
Luz para os Cegos: Reflexões sobre João 9
A especialidade culmina com uma discussão sobre o evangelho em João 9, que narra a cura do cego de nascença. A conversa com o instrutor deve explorar as profundas lições espirituais da passagem. Jesus ensina que o sofrimento nem sempre é um castigo, mas pode ser uma oportunidade para a glória de Deus se manifestar.
A história contrasta a cura da cegueira física do homem com a cegueira espiritual dos fariseus, que se recusam a ver a verdade. O testemunho simples do homem curado — “Uma coisa sei: eu era cego e agora vejo!” — é um poderoso lembrete de que a experiência pessoal com Cristo é a maior prova de Seu poder. A verdadeira cegueira é não reconhecer Jesus como a Luz do Mundo.