Artes e Habilidades Manuais

Como Fazer a Especialidade de Construção Nativa – Desbravadores

Especialidade de Construção Nativa

REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:

  1. Ajudar no planejamento de uma casa simples, bem esquadrada e com precisão.
  2. Ajudar na escolha e corte de madeiras adequadas no mato para uso no piso, vigas, placas da parede, pregos, degraus e portas.
  3. Fazer o seguinte:
    1. Trançar materiais para paredes.
    2. Fazer seções para a parede, com medidas de 1 m x 1 m. Mostrar 2 padrões diferentes de tranças.
  4. Mostrar capacidade para cobrir um telhado corretamente, usando sapé, folhas de palmeira, de coqueiro ou outro material.
  5. Quando necessário, selecionar, preparar e usar cipós para amarração das vigas e estruturas.
  6. Participar da construção de uma casa, com não menos que 4m x 2m com materiais nativos. Na construção da casa, praticar todos os requisitos anteriores (1 a 5). Enquanto construir a casa, mostrar o cuidado necessário para manter o material livre de cupins.
  7. Demonstrar capacidade para identificar, usar e os cuidados quanto à segurança no manuseio das seguintes ferramentas: machado, serra, martelo, talhadeira, faca, régua, fita métrica e pá.

Aprendendo sobre a Especialidade de Construção Nativa

Aprenda a construir abrigos com técnicas ancestrais na Especialidade de Construção Nativa. Este guia para desbravadores ensina a planejar, usar materiais naturais e construir com segurança.

Como fazer a Especialidade de Construção Nativa

Dominar a Especialidade de Construção Nativa é uma jornada que conecta o desbravador com técnicas de sobrevivência e engenharia rústica. Aprender a construir com recursos da natureza desenvolve a criatividade, o trabalho em equipe e um profundo respeito pelo meio ambiente. Este conhecimento é essencial para quem busca autossuficiência em acampamentos e expedições.

Planejamento e Fundação: O Início de Tudo

Toda construção sólida começa com um bom planejamento. O primeiro passo é escolher o local e limpar o terreno. Para garantir que a estrutura tenha cantos perfeitos de 90 graus, a técnica do “triângulo pitagórico” (ou 3-4-5) é fundamental. A partir de uma estaca inicial, meça 3 metros em uma direção e 4 metros na perpendicular. A distância entre as pontas dessas duas linhas deve ser exatamente 5 metros, formando um ângulo reto preciso. Esse processo é repetido nos outros cantos para demarcar o perímetro com estacas e barbante.

Para proteger a construção da umidade do solo, que atrai pragas e apodrece a madeira, é essencial construir uma fundação. Um alicerce de pedras ou blocos de concreto, com 20 a 30 cm de altura, eleva a estrutura e garante sua longevidade.

A Escolha Certa: Selecionando Madeiras na Natureza

A durabilidade da sua construção nativa depende diretamente da qualidade da madeira. Madeiras como Maçaranduba, Angelim Pedra, Cumaru e Ipê são conhecidas pela alta resistência a pragas e ao tempo, ideais para vigas e pisos. O Eucalipto, por ser de reflorestamento, representa uma opção mais sustentável. Ao coletar no mato, priorize árvores mortas que ainda estão de pé, pois a madeira estará mais seca. Lembre-se que o corte de madeira deve ser sempre feito com autorização dos órgãos ambientais.

Levantando as Paredes: A Arte do Pau a Pique

A técnica do pau a pique, ou taipa de mão, é um método tradicional para vedar as paredes. Consiste em criar uma grade com peças de madeira ou bambu na vertical e na horizontal. Os vãos dessa estrutura são então preenchidos com um trançado de materiais flexíveis, como galhos finos, bambu ou cipós, que servirão de base para a aplicação de uma massa de barro.

Padrões de Trançado para Paredes Firmes

Para praticar, você pode criar uma seção de 1m x 1m. Fixe as varas verticais com cerca de 15 a 20 cm de distância entre elas e comece a tecer as horizontais. Existem diferentes padrões que garantem a firmeza da parede:

  • Trançado Simples: Funciona como uma cesta. Passe a vara horizontal por trás da primeira vertical, pela frente da segunda, por trás da terceira, e assim por diante. A fileira seguinte deve inverter o padrão para travar o conjunto.
  • Trançado Duplo (Sanduíche): Use duas fileiras de varas verticais paralelas. O material de trançado é passado entre elas, criando uma parede mais espessa, robusta e com melhor isolamento térmico.

Após o trançado, a parede é preenchida com uma mistura de barro. Uma boa receita é 60% de argila, 40% de areia e fibras naturais, como palha ou capim seco, que ajudam a evitar rachaduras quando a massa secar.

Protegendo do Clima: Como Cobrir o Telhado

A cobertura com materiais naturais é uma etapa crucial da Especialidade de Construção Nativa. Usando sapé, folhas de palmeira ou de coqueiro, a montagem é feita de baixo para cima. Pequenos feixes do material são amarrados na estrutura de madeira do telhado, começando pelo beiral. Cada nova camada deve se sobrepor generosamente à anterior para criar uma barreira impermeável, garantindo que a água da chuva escorra sem infiltrar. Uma boa inclinação no telhado acelera esse escoamento.

A cumeeira, parte mais alta do telhado, é a área mais vulnerável a infiltrações. Ela deve receber uma camada extra de material, bem compactada e amarrada, para uma vedação completa.

Amarrações Firmes: O Uso Inteligente do Cipó

Em uma construção rústica, os cipós funcionam como cordas naturais para fixar as vigas e a estrutura. Escolha cipós flexíveis e resistentes. Para prepará-los, pode-se bater levemente para amaciar as fibras e remover a casca externa. O cipó úmido é mais maleável e fácil de trabalhar. A “amarra quadrada” é a mais comum para unir duas peças de madeira em 90 graus. Enrole o cipó firmemente na junção, alternando por cima de uma viga e por baixo da outra, e finalize apertando as voltas para garantir uma união sólida.

Projeto Prático e Proteção Contra Cupins

A aplicação de todos os requisitos culmina na construção de um abrigo de pelo menos 4m x 2m. Durante todo o processo, a prevenção contra cupins é fundamental para a vida útil do seu projeto. Esses insetos são atraídos por madeira e umidade.

  • Controle de Umidade: A fundação elevada é a primeira linha de defesa, evitando o contato da madeira com o solo úmido.
  • Seleção da Madeira: Opte por madeiras naturalmente resistentes, como a Maçaranduba.
  • Tratamentos Naturais: Aplicar óleo queimado de motor na madeira cria uma barreira protetora contra umidade e pragas.
  • Inspeção Constante: Antes de usar qualquer peça, verifique se há furos ou serragem, sinais clássicos de infestação.
  • Limpeza da Área: Não acumule restos de madeira ou folhas perto da construção, pois servem de atrativo para cupins.

Segurança em Primeiro Lugar: Manuseio Correto das Ferramentas

Completar a Especialidade de Construção Nativa exige o uso correto e seguro de diversas ferramentas. Conhecer as regras de segurança é tão importante quanto saber construir.

  • Machado/Machadinha: Use sempre calçados de segurança. Mantenha uma distância segura de outras pessoas e direcione os golpes para longe do corpo.
  • Serra/Serrote: Use luvas para proteger as mãos. Uma lâmina afiada torna o corte mais seguro e eficiente.
  • Martelo: Verifique se a cabeça está firme no cabo e mantenha o foco no alvo do golpe para evitar acidentes.
  • Talhadeira: Óculos de proteção são obrigatórios para proteger os olhos de estilhaços.
  • Faca/Facão: O corte deve ser sempre feito para fora, afastando a lâmina do corpo. Guarde na bainha quando não estiver em uso.
  • Régua/Fita Métrica: Cuidado com as bordas metálicas que podem ser cortantes.
  • Pá: Mantenha a postura correta, com as costas retas, para evitar lesões ao cavar ou mover terra.
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