Como Fazer a Especialidade de Samambaias – Desbravadores
REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:
- Qual a diferença entre as samambaias, árvores e flores?
- Onde fica o caule das samambaias? Que parte da mesma cresce acima da terra? Em que ambiente é mais viável uma samambaia crescer?
- Explicar como acontece a reprodução de uma samambaia. Localizar e descrever 3 tipos de soros a partir de 3 tipos de samambaias.
- Como os esporos viajam da planta mãe para um novo local? Quanto tempo leva para um esporo se desenvolver em uma planta adulta? Demonstrar, através de fotografias ou ao natural, como as samambaias jovens são diferentes das samambaias adultas.
- Citar 3 tipos de samambaias que podemos utilizar como remédio medicinal.
- Desenhar, fotografar e identificar, pelo menos, 10 tipos de samambaias contendo: Nome científico, classificação e onde pode ser encontrada.
- Além das samambaias comuns, existem plantas semelhantes a samambaias que são conhecidas como licopódio e cavalinha. Ser capaz de reconhecer 2 licopodiáceas e 1 cavalinha. Explicar as suas semelhanças com as samambaias.
Aprendendo sobre a Especialidade de Samambaias
Descubra o fascinante mundo das samambaias e conquiste sua especialidade! Este guia prático para desbravadores revela todos os segredos para cumprir os requisitos e se tornar um verdadeiro especialista nestas plantas pré-históricas.
Como fazer a Especialidade de Samambaias
As samambaias são plantas incríveis que existem há milhões de anos, muito antes dos dinossauros. Concluir a Especialidade de Samambaias é uma jornada de descoberta sobre botânica, ecologia e até medicina popular. Este guia ajudará cada desbravador a cumprir todos os requisitos de forma clara e objetiva.
O Que Torna a Samambaia Única no Reino Vegetal?
Para entender as samambaias, é fundamental saber o que as diferencia de outras plantas. A principal distinção está na forma de reprodução. Samambaias são plantas vasculares que não produzem flores nem sementes. Em vez disso, elas se reproduzem através de esporos, pequenas estruturas que parecem um pó fino.
As árvores, por outro lado, se reproduzem por sementes. Algumas, como os pinheiros (gimnospermas), produzem sementes em cones, sem flores. Outras, como as mangueiras (angiospermas), usam flores para criar sementes protegidas dentro de frutos. As flores, portanto, são as estruturas reprodutivas das angiospermas, um grupo que inclui desde pequenas ervas até árvores gigantes.
A Anatomia Secreta e o Habitat Ideal das Samambaias
Muitos se perguntam onde fica o caule de uma samambaia. Na maioria das espécies, o caule é um rizoma, que cresce horizontalmente debaixo da terra ou rente à superfície. Deste rizoma, as raízes crescem para baixo, fixando a planta, e as folhas crescem para cima. A parte que vemos e reconhecemos como uma samambaia são, na verdade, suas folhas, chamadas de frondes.
O ambiente perfeito para uma samambaia é úmido e sombreado. Elas prosperam em florestas tropicais, perto de rios e em locais pantanosos, onde a umidade do ar e do solo é alta. Proteção contra ventos fortes também é crucial, pois eles podem ressecar suas delicadas frondes rapidamente.
O Ciclo de Vida Mágico: Da Espora à Planta Adulta
A reprodução das samambaias é um processo fascinante de alternância de gerações. A planta adulta, que é o esporófito, produz na parte de baixo de suas folhas os soros, que são pequenos pontos ou linhas escuras. Os soros são agrupamentos de esporângios, as cápsulas que fabricam e guardam os esporos.
Quando maduros, os esporos são liberados, sendo tão leves que viajam com o vento, colonizando novos lugares. Ao cair em solo úmido, o esporo germina e forma o protalo, uma pequena lâmina verde em forma de coração. É no protalo que ocorre a fecundação, com a ajuda da água. Desse encontro, nasce um zigoto que se desenvolve em uma nova samambaia adulta, completando o ciclo.
O tempo para um esporo se tornar uma planta adulta pode variar de meses a anos, dependendo da espécie e das condições do ambiente.
Identificando os Soros em Diferentes Espécies
Observar os soros é uma ótima maneira de identificar diferentes tipos de samambaia. Para cumprir um dos requisitos da Especialidade de Samambaias, é preciso conhecer alguns formatos:
- Samambaia Americana (Nephrolepis exaltata): Possui soros arredondados, como pequenos pontos, localizados nas margens dos folíolos (as pequenas folhas que compõem a fronde).
- Avenca (Adiantum capillus-veneris): Seus soros são alongados (oblongos) e ficam na borda inferior dos folíolos, protegidos por uma dobra da própria folha.
- Asplênio (Asplenium nidus): Apresenta soros lineares, em formato de traços, dispostos em fileiras inclinadas na parte de baixo das frondes inteiras.
Samambaias que Curam: Usos Medicinais
Além de sua beleza ornamental, algumas samambaias têm propriedades medicinais conhecidas há séculos. Conhecer esses usos é parte importante da Especialidade de Samambaias.
- Avenca (Adiantum capillus-veneris): É tradicionalmente usada como expectorante e anti-inflamatório, auxiliando no tratamento de problemas respiratórios como asma e bronquite.
- Polipódio (Polypodium leucotomos): Seu extrato é famoso como fotoprotetor oral, ajudando a proteger a pele dos danos do sol. Também é usado no tratamento de condições como psoríase e vitiligo.
- Himinófio (Hymenophyllum sp.): Citada em fontes mais antigas por suas propriedades adstringentes, que ajudam a contrair tecidos e controlar sangramentos leves.
Guia de Identificação: 10 Samambaias para Conhecer
Para completar os requisitos práticos da especialidade, é preciso identificar pelo menos 10 tipos de samambaias. Aqui está uma lista para ajudar os desbravadores a reconhecê-las.
- Samambaia Americana (Nephrolepis exaltata): Uma das mais populares para cultivo em vasos suspensos, encontrada em varandas e interiores bem iluminados.
- Avenca (Adiantum capillus-veneris): Com folhas delicadas e escuras, prefere locais muito úmidos e sombreados, como banheiros.
- Renda Francesa (Rumohra adiantiformis): Robusta e resistente, é usada tanto em ambientes internos quanto externos, com boa adaptação.
- Samambaia Amazonas (Polypodium decumanum): Nativa do Brasil, possui frondes grandes que podem atingir 1 metro de comprimento.
- Samambaia de Metro (Polypodium persicifolium): Outra espécie brasileira, famosa por suas folhas que podem chegar a 2 metros, ideal para varandas.
- Chifre-de-veado (Platycerium bifurcatum): Uma samambaia epífita, que cresce sobre troncos de árvores. Precisa de alta umidade e luz indireta.
- Asplênio (Asplenium nidus): Conhecida como ninho-de-passarinho, suas folhas são largas e inteiras, formando uma roseta.
- Samambaia Jamaicana (Phymatosorus scolopendria): Originária da Índia, cresce de forma horizontal e atinge cerca de 70 cm de altura.
- Mini-Samambaia (Nephrolepis exaltata ‘Marisa’): Uma versão compacta da samambaia americana, perfeita para terrários e espaços pequenos.
- Língua-de-Cervo (Asplenium scolopendrium): Possui frondes inteiras e alongadas, parecidas com uma língua. Gosta de ambientes internos úmidos.
Primas Distantes: Conhecendo Licopódios e Cavalinhas
Além das samambaias, existem outras plantas que também se reproduzem por esporos, conhecidas como licopódios e cavalinhas. Elas pertencem ao grande grupo das pteridófitas, assim como as samambaias, compartilhando o mesmo tipo de ciclo de vida e a necessidade de água para a fecundação.
Saber reconhecê-las é um dos requisitos finais da Especialidade de Samambaias. A principal diferença está na estrutura de suas folhas e caules.
- Licopodiáceas: Incluem o Licopódio (Lycopodium sp.), com um caule ereto coberto por folhas muito pequenas e simples, e a Selaginela (Selaginella sp.), que parece um musgo delicado com folhas pequenas e compactas.
- Cavalinha (Equisetum sp.): É inconfundível. Possui um caule oco e articulado, com nós e entrenós bem visíveis, e uma textura áspera devido à sílica. Suas folhas são pequenas escamas que surgem nos nós do caule.