Como Fazer a Especialidade de Rastreio de Animais – Desbravadores
REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:
- Saber identificar, pelo menos, 10 tipos de pegadas de animais, incluindo 2 de aves. Faça pelo menos, 5 moldes em alto relevo em gesso da pegada de diferentes animais.
- Citar, pelo menos, 3 coisas que os rastros nos dizem.
- Seguir a trilha deixada por um animal. Se possível, identificar o animal, dizer se estava correndo e andando.
- Montar e manter uma área de rastreamento por, pelo menos, 3 dias, observando o seguinte:
- Selecione um local aberto em um lugar tranquilo perto de seu acampamento, casa ou área rural.
- Alise o chão deixando-o propício a registrar as marcas dos animais que passarem por ali.
- Coloque comida para animais selvagens.
- Verifique diariamente se o local foi visitado e reponha os alimentos, se necessário.
- Cite, pelo menos, 2 animais para cada grupo.
- Com pés chatos.
- Que andam na ponta dos pés.
- Que andam na ponta dos dedos.
- Com unhas ou garras.
- Identifique, pelo menos, 4 sinais da presença de mamíferos.
- Saber distinguir entre pegadas de canídeos, felídeos e outros carnívoros comuns em sua região.
- Relacione, pelo menos, 2 grupos de animais (mamíferos, aves, insetos, etc) que deixam odores pela trilha que fazem para que outros da mesma espécie possam seguir.
- Citar, pelo menos, 2 pássaros que, pelos seus rastros, eles:
- Saltam
- Andam
- Além das pegadas, mencionar 2 outros sinais da presença de Aves.
- Citar dois pássaros identificados pelo seu padrão de voo e descrever o padrão.
- Em sua região, observe rastros, trilhas ou pegadas de 1 ou mais dos seguintes animais:
- Sapo ou rã
- Cobra
- Tartaruga, cágado ou jabuti
- Molusco
- Minhoca
- Roedores
Aprendendo sobre a Especialidade de Rastreio de Animais
Aprenda a decifrar os segredos da natureza com a Especialidade de Rastreio de Animais. Este guia prático ajuda desbravadores a identificar pegadas, interpretar sinais e entender o comportamento da fauna ao seu redor, tornando cada trilha uma nova aventura.
Como fazer a Especialidade de Rastreio de Animais
O rastreio de animais é uma habilidade fascinante que transforma uma simples caminhada na natureza em uma investigação. As pegadas e sinais deixados pelos animais são como uma linguagem, revelando histórias sobre quem passou por ali, para onde ia e o que estava fazendo. Dominar esta especialidade é abrir uma nova janela para o mundo selvagem.
O Que os Rastros nos Dizem?
Cada rastro é uma assinatura que fornece informações valiosas. Ao analisar uma trilha, é possível descobrir muito mais do que apenas a presença de um animal. Os rastros revelam três coisas principais:
- Identificação da espécie: O formato, o tamanho, o número de dedos e a presença ou ausência de garras ajudam a determinar exatamente qual animal passou pelo local.
- Direção e velocidade: A disposição e a distância entre as pegadas indicam o rumo que o animal seguia. Pegadas mais espaçadas e profundas na frente sugerem uma corrida, enquanto passos regulares indicam uma caminhada calma.
- Comportamento e interações: Vários rastros juntos podem indicar um grupo. Pegadas sobrepostas de espécies diferentes podem revelar uma perseguição entre predador e presa, e a profundidade pode dar uma ideia do peso do animal.
Guia de Identificação de Pegadas de Animais
Para cumprir os requisitos da Especialidade de Rastreio de Animais, é essencial saber identificar as pegadas mais comuns. A observação de detalhes como o número de dedos, o formato da almofada plantar e as marcas de garras é fundamental. Um bom guia de campo é um ótimo aliado nesse processo.
Pegadas Comuns de Mamíferos e Aves
Aqui estão alguns exemplos de pegadas que podem ser encontradas no Brasil:
- Onça-pintada: Grande e arredondada, com quatro dedos e sem marcas de garras (são retráteis). A almofada principal tem três lóbulos na parte de trás.
- Jaguatirica: Similar à da onça, mas bem menor, com cerca de 4 a 5 cm.
- Lobo-guará: Pegada ovalada de canídeo, com quatro dedos e marcas de garras visíveis. Os dois dedos do meio são mais unidos.
- Cachorro-do-mato: Semelhante à de um cão doméstico, com quatro dedos e marcas de unhas, sendo mais simétrica que a dos felinos.
- Anta: Pegada grande com três dedos largos, sendo o do meio o maior.
- Capivara: A pata dianteira tem quatro dedos e a traseira três, com membranas. O formato lembra uma meia estrela aberta.
- Paca: Marca quatro dedos longos na pata dianteira e três na traseira.
- Caititu: Parecida com a de um porco pequeno, com dois cascos principais bem marcados.
- Galinha/Galo: Três dedos para frente e um para trás.
- Ema/Seriema: Pegada grande com três dedos robustos voltados para a frente.
Diferenciando Pegadas de Felídeos e Canídeos
Distinguir entre felinos e caninos é uma das habilidades centrais no rastreio. A principal diferença está nas garras e no formato geral da pegada.
- Felídeos (Onça, Jaguatirica): Possuem pegadas mais arredondadas e, crucialmente, não mostram marcas de garras, pois são retráteis. A almofada plantar é grande e tem três lóbulos na parte posterior, com uma disposição assimétrica dos dedos.
- Canídeos (Lobo-guará, Cachorro-do-mato): Apresentam pegadas mais ovaladas, com marcas de garras sempre visíveis, pois não são retráteis. A almofada plantar é mais triangular, com apenas um lóbulo posterior, e os dedos são dispostos de forma mais simétrica.
Criando um Registro Permanente: Moldes de Gesso
Fazer um molde de gesso é uma excelente maneira de registrar e estudar uma pegada. O processo cria uma cópia em alto relevo da marca deixada pelo animal.
- Encontre a Pegada Perfeita: Procure uma marca clara e bem definida em solo úmido, como lama ou areia.
- Limpe a Área: Remova com cuidado folhas, galhos e detritos de dentro da pegada.
- Prepare a Forma: Coloque um anel de papelão ou uma tira de garrafa PET ao redor da pegada para conter o gesso.
- Misture o Gesso: Em um recipiente, misture o gesso em pó com água até atingir uma consistência de mingau.
- Despeje o Gesso: Derrame a mistura lentamente sobre a pegada, preenchendo toda a forma com uma camada de pelo menos 2,5 cm de espessura.
- Aguarde a Secagem: Deixe o gesso endurecer por 30 a 60 minutos. Ele irá esquentar e depois esfriar, sinalizando que está pronto.
- Remova o Molde: Com cuidado, escave ao redor do molde e levante-o. A limpeza final da terra pode ser feita com uma escova macia após a secagem completa.
A Arte de Seguir uma Trilha na Prática
Seguir uma trilha exige paciência e um olhar treinado. Para não perder o rastro, caminhe sempre ao lado das pegadas, nunca sobre elas. Use a luz do sol de manhã cedo ou no final da tarde, pois a iluminação baixa cria sombras que destacam as marcas no solo. Se perder a trilha, marque a última pegada encontrada e procure em círculos crescentes a partir dela até reencontrar o caminho.
Para saber se o animal estava andando ou correndo, observe a distância entre as pegadas (a passada). Uma passada longa indica corrida, enquanto uma curta e regular sugere caminhada. Na corrida, a parte da frente da pegada também tende a ser mais funda, pois o animal se impulsiona para frente.
Montando sua Própria Área de Rastreamento
Criar uma “armadilha de pegadas” é uma forma eficaz de estudar a fauna local sem perturbar os animais. Esta atividade da Especialidade de Rastreio de Animais deve ser mantida por pelo menos três dias.
- Escolha do Local: Selecione uma área tranquila, como a borda de uma mata ou um jardim, que pareça ser uma rota natural de passagem dos animais.
- Preparação do Solo: Limpe uma área de cerca de 1 a 2 metros quadrados. Alise bem o solo, umedecendo-o se necessário e cobrindo com uma fina camada de areia para registrar pegadas nítidas.
- Uso de Iscas: No centro da área, coloque alimentos para atrair a fauna. Frutas como banana e mamão atraem herbívoros e onívoros, enquanto um pedaço de carne enterrado pode atrair carnívoros pelo cheiro.
- Monitoramento Diário: Verifique a área todas as manhãs. Fotografe e desenhe as pegadas encontradas, alise o solo novamente e reponha a isca.
Além das Pegadas: Outros Sinais da Vida Selvagem
O rastreio vai além das pegadas. A natureza está cheia de outros sinais que indicam a presença de animais. Aprender a reconhecê-los é fundamental para completar os requisitos da especialidade.
Sinais Deixados por Mamíferos
- Fezes e Urina: O formato e o conteúdo das fezes revelam a dieta do animal (pêlos e ossos para carnívoros, fibras para herbívoros).
- Restos de Alimentação: Frutos roídos, nozes quebradas e galhos comidos são pistas importantes.
- Tocas e Abrigos: Buracos no chão (tatus, pacas) ou ninhos em árvores indicam onde os animais vivem.
- Marcas no Ambiente: Arranhões em troncos (felinos), árvores com casca esfregada (veados) e trilhas batidas na vegetação são sinais de atividade.
Sinais Deixados por Aves
- Penas: Encontrar penas no chão é um sinal óbvio. A cor e o tamanho podem ajudar na identificação da espécie.
- Ninhos e Ovos: Ninhos em árvores, arbustos ou no chão, assim como cascas de ovos, são provas de atividade reprodutiva.
Classificação dos Animais pelo Modo de Andar
A forma como um animal se apoia no chão para se locomover é uma característica importante. Existem três grupos principais:
- Plantígrados (Pés chatos): Caminham apoiando toda a planta do pé no solo, o que lhes dá estabilidade. Exemplos: Urso, Guaxinim.
- Digitígrados (Ponta dos pés): Andam sobre os dedos, o que permite um movimento mais rápido e silencioso. Exemplos: Cães, Gatos.
- Ungulados (Ponta dos dedos/cascos): Apoiam-se na ponta dos dedos, protegidos por cascos, uma adaptação para corrida. Exemplos: Cavalo, Veado.
Animais com garras visíveis na pegada incluem o lobo-guará e o cachorro, enquanto felinos como a onça possuem garras retráteis que geralmente não marcam o solo.
Observando as Aves: Movimento e Voo
As aves também deixam rastros e podem ser identificadas por seu comportamento. O padrão de suas pegadas no solo revela se elas andam ou saltam.
- Aves que Saltam: Deixam pares de pegadas lado a lado. É um comportamento típico de aves arborícolas. Exemplos: Sabiá, Pardal.
- Aves que Andam: Deixam uma trilha de pegadas alternadas, uma na frente da outra. É comum em aves terrestres. Exemplos: Pombo, Galinha.
Além disso, o padrão de voo é distintivo. O Urubu, por exemplo, utiliza um voo planador, circulando em correntes de ar térmicas com o mínimo de batidas de asa. Já o Beija-flor tem um voo vibratório e pairado, batendo as asas em altíssima velocidade para se manter parado no ar enquanto se alimenta.
Rastros Invisíveis e de Pequenos Animais
A comunicação química é outra forma de rastreio. Muitos mamíferos (como felinos e canídeos) e insetos (como formigas e cupins) deixam trilhas de odor com urina, fezes ou feromônios para marcar território ou guiar outros da mesma espécie. Concluir a Especialidade de Rastreio de Animais também envolve observar os rastros de animais menores.
- Cobra: Deixa um rastro sinuoso e contínuo na areia ou poeira.
- Tartaruga/Jabuti: Deixa marcas de patas nas laterais e um arrasto central do casco.
- Molusco (Lesma/Caracol): Deixa uma trilha brilhante e prateada de muco seco.
- Roedores: Suas pegadas podem ser acompanhadas por uma fina linha de arrasto da cauda.