Estudos da Natureza

Como Fazer a Especialidade de Rastreio de Animais – Desbravadores

Especialidade de Rastreio de Animais

REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:

  1. Saber identificar, pelo menos, 10 tipos de pegadas de animais, incluindo 2 de aves. Faça pelo menos, 5 moldes em alto relevo em gesso da pegada de diferentes animais.
  2. Citar, pelo menos, 3 coisas que os rastros nos dizem.
  3. Seguir a trilha deixada por um animal. Se possível, identificar o animal, dizer se estava correndo e andando.
  4. Montar e manter uma área de rastreamento por, pelo menos, 3 dias, observando o seguinte:
    1. Selecione um local aberto em um lugar tranquilo perto de seu acampamento, casa ou área rural.
    2. Alise o chão deixando-o propício a registrar as marcas dos animais que passarem por ali.
    3. Coloque comida para animais selvagens.
    4. Verifique diariamente se o local foi visitado e reponha os alimentos, se necessário.
  5. Cite, pelo menos, 2 animais para cada grupo.
    1. Com pés chatos.
    2. Que andam na ponta dos pés.
    3. Que andam na ponta dos dedos.
    4. Com unhas ou garras.
  6. Identifique, pelo menos, 4 sinais da presença de mamíferos.
  7. Saber distinguir entre pegadas de canídeos, felídeos e outros carnívoros comuns em sua região.
  8. Relacione, pelo menos, 2 grupos de animais (mamíferos, aves, insetos, etc) que deixam odores pela trilha que fazem para que outros da mesma espécie possam seguir.
  9. Citar, pelo menos, 2 pássaros que, pelos seus rastros, eles:
    1. Saltam
    2. Andam
  10. Além das pegadas, mencionar 2 outros sinais da presença de Aves.
  11. Citar dois pássaros identificados pelo seu padrão de voo e descrever o padrão.
  12. Em sua região, observe rastros, trilhas ou pegadas de 1 ou mais dos seguintes animais:
    1. Sapo ou rã
    2. Cobra
    3. Tartaruga, cágado ou jabuti
    4. Molusco
    5. Minhoca
    6. Roedores

Aprendendo sobre a Especialidade de Rastreio de Animais

Aprenda a decifrar os segredos da natureza com a Especialidade de Rastreio de Animais. Este guia prático ajuda desbravadores a identificar pegadas, interpretar sinais e entender o comportamento da fauna ao seu redor, tornando cada trilha uma nova aventura.

Como fazer a Especialidade de Rastreio de Animais

O rastreio de animais é uma habilidade fascinante que transforma uma simples caminhada na natureza em uma investigação. As pegadas e sinais deixados pelos animais são como uma linguagem, revelando histórias sobre quem passou por ali, para onde ia e o que estava fazendo. Dominar esta especialidade é abrir uma nova janela para o mundo selvagem.

O Que os Rastros nos Dizem?

Cada rastro é uma assinatura que fornece informações valiosas. Ao analisar uma trilha, é possível descobrir muito mais do que apenas a presença de um animal. Os rastros revelam três coisas principais:

  • Identificação da espécie: O formato, o tamanho, o número de dedos e a presença ou ausência de garras ajudam a determinar exatamente qual animal passou pelo local.
  • Direção e velocidade: A disposição e a distância entre as pegadas indicam o rumo que o animal seguia. Pegadas mais espaçadas e profundas na frente sugerem uma corrida, enquanto passos regulares indicam uma caminhada calma.
  • Comportamento e interações: Vários rastros juntos podem indicar um grupo. Pegadas sobrepostas de espécies diferentes podem revelar uma perseguição entre predador e presa, e a profundidade pode dar uma ideia do peso do animal.

Guia de Identificação de Pegadas de Animais

Para cumprir os requisitos da Especialidade de Rastreio de Animais, é essencial saber identificar as pegadas mais comuns. A observação de detalhes como o número de dedos, o formato da almofada plantar e as marcas de garras é fundamental. Um bom guia de campo é um ótimo aliado nesse processo.

Pegadas Comuns de Mamíferos e Aves

Aqui estão alguns exemplos de pegadas que podem ser encontradas no Brasil:

  • Onça-pintada: Grande e arredondada, com quatro dedos e sem marcas de garras (são retráteis). A almofada principal tem três lóbulos na parte de trás.
  • Jaguatirica: Similar à da onça, mas bem menor, com cerca de 4 a 5 cm.
  • Lobo-guará: Pegada ovalada de canídeo, com quatro dedos e marcas de garras visíveis. Os dois dedos do meio são mais unidos.
  • Cachorro-do-mato: Semelhante à de um cão doméstico, com quatro dedos e marcas de unhas, sendo mais simétrica que a dos felinos.
  • Anta: Pegada grande com três dedos largos, sendo o do meio o maior.
  • Capivara: A pata dianteira tem quatro dedos e a traseira três, com membranas. O formato lembra uma meia estrela aberta.
  • Paca: Marca quatro dedos longos na pata dianteira e três na traseira.
  • Caititu: Parecida com a de um porco pequeno, com dois cascos principais bem marcados.
  • Galinha/Galo: Três dedos para frente e um para trás.
  • Ema/Seriema: Pegada grande com três dedos robustos voltados para a frente.

Diferenciando Pegadas de Felídeos e Canídeos

Distinguir entre felinos e caninos é uma das habilidades centrais no rastreio. A principal diferença está nas garras e no formato geral da pegada.

  • Felídeos (Onça, Jaguatirica): Possuem pegadas mais arredondadas e, crucialmente, não mostram marcas de garras, pois são retráteis. A almofada plantar é grande e tem três lóbulos na parte posterior, com uma disposição assimétrica dos dedos.
  • Canídeos (Lobo-guará, Cachorro-do-mato): Apresentam pegadas mais ovaladas, com marcas de garras sempre visíveis, pois não são retráteis. A almofada plantar é mais triangular, com apenas um lóbulo posterior, e os dedos são dispostos de forma mais simétrica.

Criando um Registro Permanente: Moldes de Gesso

Fazer um molde de gesso é uma excelente maneira de registrar e estudar uma pegada. O processo cria uma cópia em alto relevo da marca deixada pelo animal.

  1. Encontre a Pegada Perfeita: Procure uma marca clara e bem definida em solo úmido, como lama ou areia.
  2. Limpe a Área: Remova com cuidado folhas, galhos e detritos de dentro da pegada.
  3. Prepare a Forma: Coloque um anel de papelão ou uma tira de garrafa PET ao redor da pegada para conter o gesso.
  4. Misture o Gesso: Em um recipiente, misture o gesso em pó com água até atingir uma consistência de mingau.
  5. Despeje o Gesso: Derrame a mistura lentamente sobre a pegada, preenchendo toda a forma com uma camada de pelo menos 2,5 cm de espessura.
  6. Aguarde a Secagem: Deixe o gesso endurecer por 30 a 60 minutos. Ele irá esquentar e depois esfriar, sinalizando que está pronto.
  7. Remova o Molde: Com cuidado, escave ao redor do molde e levante-o. A limpeza final da terra pode ser feita com uma escova macia após a secagem completa.

A Arte de Seguir uma Trilha na Prática

Seguir uma trilha exige paciência e um olhar treinado. Para não perder o rastro, caminhe sempre ao lado das pegadas, nunca sobre elas. Use a luz do sol de manhã cedo ou no final da tarde, pois a iluminação baixa cria sombras que destacam as marcas no solo. Se perder a trilha, marque a última pegada encontrada e procure em círculos crescentes a partir dela até reencontrar o caminho.

Para saber se o animal estava andando ou correndo, observe a distância entre as pegadas (a passada). Uma passada longa indica corrida, enquanto uma curta e regular sugere caminhada. Na corrida, a parte da frente da pegada também tende a ser mais funda, pois o animal se impulsiona para frente.

Montando sua Própria Área de Rastreamento

Criar uma “armadilha de pegadas” é uma forma eficaz de estudar a fauna local sem perturbar os animais. Esta atividade da Especialidade de Rastreio de Animais deve ser mantida por pelo menos três dias.

  1. Escolha do Local: Selecione uma área tranquila, como a borda de uma mata ou um jardim, que pareça ser uma rota natural de passagem dos animais.
  2. Preparação do Solo: Limpe uma área de cerca de 1 a 2 metros quadrados. Alise bem o solo, umedecendo-o se necessário e cobrindo com uma fina camada de areia para registrar pegadas nítidas.
  3. Uso de Iscas: No centro da área, coloque alimentos para atrair a fauna. Frutas como banana e mamão atraem herbívoros e onívoros, enquanto um pedaço de carne enterrado pode atrair carnívoros pelo cheiro.
  4. Monitoramento Diário: Verifique a área todas as manhãs. Fotografe e desenhe as pegadas encontradas, alise o solo novamente e reponha a isca.

Além das Pegadas: Outros Sinais da Vida Selvagem

O rastreio vai além das pegadas. A natureza está cheia de outros sinais que indicam a presença de animais. Aprender a reconhecê-los é fundamental para completar os requisitos da especialidade.

Sinais Deixados por Mamíferos

  • Fezes e Urina: O formato e o conteúdo das fezes revelam a dieta do animal (pêlos e ossos para carnívoros, fibras para herbívoros).
  • Restos de Alimentação: Frutos roídos, nozes quebradas e galhos comidos são pistas importantes.
  • Tocas e Abrigos: Buracos no chão (tatus, pacas) ou ninhos em árvores indicam onde os animais vivem.
  • Marcas no Ambiente: Arranhões em troncos (felinos), árvores com casca esfregada (veados) e trilhas batidas na vegetação são sinais de atividade.

Sinais Deixados por Aves

  • Penas: Encontrar penas no chão é um sinal óbvio. A cor e o tamanho podem ajudar na identificação da espécie.
  • Ninhos e Ovos: Ninhos em árvores, arbustos ou no chão, assim como cascas de ovos, são provas de atividade reprodutiva.

Classificação dos Animais pelo Modo de Andar

A forma como um animal se apoia no chão para se locomover é uma característica importante. Existem três grupos principais:

  • Plantígrados (Pés chatos): Caminham apoiando toda a planta do pé no solo, o que lhes dá estabilidade. Exemplos: Urso, Guaxinim.
  • Digitígrados (Ponta dos pés): Andam sobre os dedos, o que permite um movimento mais rápido e silencioso. Exemplos: Cães, Gatos.
  • Ungulados (Ponta dos dedos/cascos): Apoiam-se na ponta dos dedos, protegidos por cascos, uma adaptação para corrida. Exemplos: Cavalo, Veado.

Animais com garras visíveis na pegada incluem o lobo-guará e o cachorro, enquanto felinos como a onça possuem garras retráteis que geralmente não marcam o solo.

Observando as Aves: Movimento e Voo

As aves também deixam rastros e podem ser identificadas por seu comportamento. O padrão de suas pegadas no solo revela se elas andam ou saltam.

  • Aves que Saltam: Deixam pares de pegadas lado a lado. É um comportamento típico de aves arborícolas. Exemplos: Sabiá, Pardal.
  • Aves que Andam: Deixam uma trilha de pegadas alternadas, uma na frente da outra. É comum em aves terrestres. Exemplos: Pombo, Galinha.

Além disso, o padrão de voo é distintivo. O Urubu, por exemplo, utiliza um voo planador, circulando em correntes de ar térmicas com o mínimo de batidas de asa. Já o Beija-flor tem um voo vibratório e pairado, batendo as asas em altíssima velocidade para se manter parado no ar enquanto se alimenta.

Rastros Invisíveis e de Pequenos Animais

A comunicação química é outra forma de rastreio. Muitos mamíferos (como felinos e canídeos) e insetos (como formigas e cupins) deixam trilhas de odor com urina, fezes ou feromônios para marcar território ou guiar outros da mesma espécie. Concluir a Especialidade de Rastreio de Animais também envolve observar os rastros de animais menores.

  • Cobra: Deixa um rastro sinuoso e contínuo na areia ou poeira.
  • Tartaruga/Jabuti: Deixa marcas de patas nas laterais e um arrasto central do casco.
  • Molusco (Lesma/Caracol): Deixa uma trilha brilhante e prateada de muco seco.
  • Roedores: Suas pegadas podem ser acompanhadas por uma fina linha de arrasto da cauda.
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