Como Fazer a Especialidade de Orquídeas – avançado – Desbravadores
REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:
- Ter a especialidade de Orquídeas.
- Desenhar ou prensar uma orquídea e identificar o seguinte: a. Sépalas, b. Pétalas, c. Coluna, d. Antera, e. Polínias, f. Labelo, g. Estigma
- Qual a principal diferença entre orquídeas monopodiais e simpodiais?
- O que são ‘cultivares’?
- Como funciona a ‘reprodução’ por meristema? Com que objetivo ela é praticada?
- O que são Keikis?
- Listar 3 utilidades das orquídeas para o homem.
- Conhecer os elementos essenciais ao crescimento de orquídeas?
- Nomear, pelo menos, 2 espécies de orquídeas que podem crescer nas seguintes condições na região em que vive:
- Citar alguns fatores que podem contribuir para que uma espécie de orquídea entre em ‘perigo de extinção’.
- Explicar os requisitos de quarentena exigidos em seu país em relação à importação de orquídeas.
- Explicar o processo de crescimento de sementes de orquídeas nas condições existentes em um vaso de vidro.
- Descrever a distribuição mundial das orquídeas e analise como o conhecimento da altura acima do nível do mar, do habitat nativo de uma orquídea é importante para quem a cultiva.
- Cultivar uma pequena coleção de orquídeas (de, pelo menos, 2 gêneros) até que floresçam (mínimo 4 diferentes orquídeas). Ao final do período, apresentar um histórico fotográfico mensal, acompanhado de anotações sobre o desenvolvimento e cuidados necessários durante cada mês, com a evolução de cada planta.
Aprendendo sobre a Especialidade de Orquídeas – avançado
Aprofunde seus conhecimentos no fascinante mundo das orquídeas! Este guia detalhado oferece tudo o que os desbravadores precisam para conquistar a Especialidade de Orquídeas – avançado, abordando desde a anatomia complexa até técnicas de cultivo e conservação.
Como fazer a Especialidade de Orquídeas – avançado
Para iniciar a jornada na Especialidade de Orquídeas – avançado, é fundamental já possuir a especialidade básica. Esse conhecimento prévio serve como alicerce para os tópicos mais complexos que serão explorados, garantindo que o desbravador já compreenda a estrutura e os cuidados fundamentais dessas plantas incríveis.
Anatomia Detalhada: Desvendando a Flor da Orquídea
Um dos primeiros passos práticos é analisar a estrutura de uma flor de orquídea. É possível fazer isso desenhando com precisão ou prensando uma flor entre folhas de papel em um livro pesado. O objetivo é identificar suas partes essenciais, que revelam a complexidade e a beleza única da família Orchidaceae.
- Sépalas: As três estruturas mais externas que protegem o botão floral antes de abrir.
- Pétalas: São três, sendo duas idênticas e uma modificada, chamada labelo.
- Labelo: A pétala modificada, que se destaca pela cor, formato e tamanho. Funciona como uma plataforma de pouso para os polinizadores.
- Coluna (ou Ginostêmio): O órgão reprodutivo central, resultado da fusão das partes masculina e feminina da flor.
- Antera: Uma pequena “tampa” na ponta da coluna que guarda as polínias.
- Polínias: Pequenas massas de pólen que são transportadas pelos insetos.
- Estigma: Uma cavidade pegajosa na coluna, onde as polínias são depositadas para a fecundação.
Padrões de Crescimento: Monopodial vs. Simpodial
Entender como uma orquídea cresce é vital para seu cultivo. Existem dois padrões principais que definem a estrutura da planta.
- Orquídeas Monopodiais: Crescem a partir de um único caule vertical, que se alonga para cima continuamente. As folhas e hastes florais surgem ao longo desse caule. Elas não possuem pseudobulbos. Gêneros como Phalaenopsis e Vanda são exemplos clássicos.
- Orquídeas Simpodiais: Crescem horizontalmente através de um rizoma. A cada novo ciclo, um broto surge, forma um pseudobulbo (que armazena água e nutrientes) e depois floresce. Elas crescem formando touceiras. Gêneros como Cattleya e Oncidium seguem este padrão.
Técnicas de Reprodução e Melhoramento Genético
O mundo das orquídeas é rico em técnicas de reprodução que vão além do simples plantio. Uma delas envolve os “keikis”, palavra havaiana para “bebês”. Keikis são mudas que brotam diretamente da planta-mãe, geralmente na haste floral (em Phalaenopsis) ou nos pseudobulbos (em Dendrobium), sendo clones perfeitos. Quando desenvolvem raízes, podem ser plantados como uma nova planta.
Cultivares e a Clonagem por Meristema
Quando uma orquídea possui características excepcionais, como uma cor rara ou uma forma perfeita, os produtores querem replicá-la. É aqui que entram os conceitos de cultivar e reprodução por meristema. Um cultivar é uma variedade de planta selecionada por humanos por suas qualidades desejáveis. Seu nome é escrito após a espécie, entre aspas simples, como em Phalaenopsis amabilis ‘Harlequin’.
Para produzir esses cultivares em massa, utiliza-se a técnica de meristema, uma forma de clonagem em laboratório. Retira-se um pequeno tecido de uma gema da planta-mãe e o coloca em um meio de cultura nutritivo e estéril. O objetivo é produzir milhares de mudas geneticamente idênticas, preservando as características da planta original e garantindo plantas livres de vírus.
Germinação de Sementes em Laboratório
Outro processo fascinante é a germinação de sementes in vitro. As sementes de orquídeas são como um pó fino, sem reservas nutritivas. Na natureza, precisam de um fungo específico para germinar. Em laboratório, esse processo é recriado em um frasco de vidro com um gel nutritivo e estéril. As sementes são espalhadas nesse meio, germinam formando pequenos protocórmios e, ao longo de meses, desenvolvem-se em plântulas prontas para serem aclimatadas.
Os 5 Pilares para um Cultivo de Sucesso
Para que uma orquídea prospere e floresça, é preciso equilibrar cinco elementos essenciais. Dominar esses fatores é um passo importante para cumprir os requisitos da Especialidade de Orquídeas – avançado.
- Luz: Essencial para a fotossíntese. A maioria prefere luz indireta e filtrada. Sol direto pode queimar as folhas, enquanto pouca luz impede a floração.
- Água: O excesso de água é mais prejudicial que a falta. A rega deve ser feita apenas quando o substrato estiver quase seco, evitando o apodrecimento das raízes.
- Umidade: Sendo de origem tropical, apreciam alta umidade do ar. Borrifar água nas folhas ou usar bandejas com água por perto pode ajudar.
- Ventilação: A boa circulação de ar previne o surgimento de fungos e doenças. Um ambiente arejado, mas sem ventos fortes, é o ideal.
- Nutrição: Como os substratos são pobres em nutrientes, a adubação regular com fertilizantes específicos para orquídeas é crucial, especialmente na fase de crescimento.
Escolhendo a Orquídea Certa e Entendendo seu Habitat
As orquídeas são encontradas em quase todo o mundo, exceto na Antártida, com a maior diversidade nas florestas tropicais. Conhecer o habitat nativo de uma espécie, especialmente a altitude, é um segredo para o sucesso no cultivo. A altitude influencia diretamente a temperatura, a umidade e a luz que a planta recebe. Tentar cultivar uma orquídea de montanhas frias em um local quente e baixo, por exemplo, raramente funciona.
Com base nisso, é possível escolher espécies adequadas para cada ambiente. Aqui estão alguns exemplos para condições comuns no Brasil:
- Ao ar livre (jardim ou rocha): Spathoglottis plicata (Orquídea-uva) e Epidendrum fulgens (Orquídea-da-praia).
- À sombra ou meia-luz (apartamentos): Híbridos de Phalaenopsis e Ludisia discolor (Orquídea-joia).
- Em estufa não aquecida: Cattleya intermedia e Dendrobium nobile.
- Em estufa aquecida: Híbridos de Vanda e Paphiopedilum de clima quente.
Utilidades, Ameaças e Legislação
Embora sejam famosas pelo valor ornamental, as orquídeas têm outras utilidades. A mais conhecida é a produção de baunilha, a partir dos frutos da Vanilla planifolia. Historicamente, também foram usadas na medicina tradicional e, hoje, seu cultivo é reconhecido como uma atividade terapêutica. O mercado de flores movimenta a economia e gera empregos em todo o mundo.
Infelizmente, muitas espécies de orquídeas estão em perigo de extinção. A principal causa é a destruição de seus habitats pelo desmatamento, seguida pela coleta ilegal para o comércio predatório.
Mudanças climáticas, queimadas e espécies invasoras também representam grandes ameaças. Para proteger a flora, a importação de orquídeas no Brasil é rigorosamente controlada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). O processo exige autorizações, certificados fitossanitários e, em muitos casos, um período de quarentena para garantir que as plantas não tragam pragas ou doenças para o país.
Seu Projeto Pessoal: Cultivando e Documentando sua Coleção
O requisito final da Especialidade de Orquídeas – avançado é um desafio prático de longo prazo. O desbravador deve cultivar uma pequena coleção de, no mínimo, quatro orquídeas de pelo menos dois gêneros diferentes, até que floresçam. O processo deve ser documentado com um histórico fotográfico mensal e anotações detalhadas.
Para isso, crie um “diário de cultivo” para cada planta. Anote a data de aquisição, a frequência de regas, as adubações e qualquer mudança observada: novas folhas, raízes, hastes florais e, o mais esperado, as flores. Ao final, organize esse material para apresentar a evolução de cada planta sob seus cuidados, demonstrando a aplicação prática de todo o conhecimento adquirido.