Como Fazer a Especialidade de Geologia – avançado – Desbravadores
REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:
- Ter a especialidade de Geologia.
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Responder às seguintes perguntas:
- De que forma os terremotos revelam como é o interior da terra? Citar e explicar as características dos diferentes tipos de ondas que causam os terremotos.
- Os efeitos de uma quantidade muito grande de água (como o Dilúvio do tempo de Noé) em poucos meses, comparados aos efeitos de pouca água em milhares e milhões de anos.
- Por que se têm evidências de geleiras em zonas de clima temperado, onde não existem geleiras atualmente?
- Como os criacionistas que acreditam num dilúvio universal e numa idade relativamente jovem da terra, desde a criação, compreendem e usam o quadro de tempo geológico?
- Qual é a teoria da deriva continental (placa tectônica) e como os criacionistas podem inserir tal atividade geológica no tempo desde a criação?
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Saber identificar num mapa ou globo, onde provavelmente se poderia ver o seguinte:
- Grandes geleiras
- Vulcões ativos
- Dunas de areia
- Mineralização de diamante
- Fossas oceânicas
- Escrever um trabalho de, pelo menos, 500 palavras sobre um aspecto geológico interessante que você tenha observado numa viagem recente. Se possível, descreva a rocha (cor, granulometria, textura, estrutura). Caso seja um perfil litológico, desenhá-lo com escala.
Aprendendo sobre a Especialidade de Geologia – avançado
Aprofunde seus conhecimentos com a Especialidade de Geologia – avançado! Descubra como terremotos revelam o interior da Terra, explore evidências de eventos geológicos passados e aprenda a identificar formações incríveis. Este guia prático foi criado para desbravadores que desejam ir além e entender as forças que moldam nosso planeta, cumprindo todos os requisitos de forma clara e objetiva.
Como fazer a Especialidade de Geologia – avançado
Para iniciar a jornada pela Especialidade de Geologia – avançado, é fundamental já ter conquistado a especialidade básica de Geologia. Ela serve como alicerce, fornecendo o conhecimento sobre termos, rochas e processos geológicos que serão aprofundados aqui. Esta etapa avançada desafia o desbravador a analisar diferentes perspectivas e a observar o mundo com um olhar mais crítico e investigativo.
Desvendando o Interior da Terra com Terremotos
Os terremotos são muito mais do que desastres naturais; eles funcionam como um ultrassom do nosso planeta. Quando um sismo ocorre, ele gera ondas sísmicas que viajam pelo interior da Terra. Sismógrafos ao redor do globo registram a chegada e o comportamento dessas ondas. Ao analisar como a velocidade e a direção delas mudam, os geofísicos conseguem mapear as camadas internas da Terra, como a crosta, o manto e o núcleo, sem nunca terem estado lá.
Existem dois tipos principais de ondas que viajam pelo interior do planeta, conhecidas como ondas de corpo:
- Ondas P (Primárias): São as mais rápidas e as primeiras a serem detectadas. Elas são ondas de compressão, movendo as partículas na mesma direção da propagação da onda, como uma mola. As Ondas P conseguem atravessar materiais sólidos, líquidos e gasosos.
- Ondas S (Secundárias): Chegam depois das Ondas P, pois são mais lentas. São ondas transversais, que fazem as partículas vibrarem de forma perpendicular à propagação da onda, como uma corda sendo sacudida. Sua característica mais importante é que não se propagam através de líquidos. Foi a descoberta de uma “zona de sombra” onde as Ondas S não chegam que levou os cientistas a concluir que o núcleo externo da Terra é líquido.
Duas Visões Sobre o Tempo Geológico: Catástrofe vs. Gradualismo
A geologia pode ser interpretada de diferentes maneiras. Uma delas é através do Catastrofismo, que considera que grandes catástrofes, como o Dilúvio descrito na Bíblia, foram responsáveis por moldar a geologia da Terra. Um evento dessa magnitude, com um volume imenso de água em pouco tempo, causaria erosão massiva, depositaria rapidamente enormes camadas de sedimentos e criaria condições ideais para a fossilização em larga escala, soterrando organismos de forma súbita.
Por outro lado, o Uniformitarismo é a visão convencional que afirma que “o presente é a chave para o passado”. Segundo essa perspectiva, os processos geológicos que vemos hoje, como a erosão lenta por rios e ventos, ocorreram de forma gradual ao longo de milhões de anos para formar paisagens como cânions e montanhas. A fossilização é vista como um evento raro, e os movimentos das placas tectônicas ocorrem a uma taxa de poucos centímetros por ano.
As Cicatrizes da Era do Gelo: Evidências Glaciais
A presença de evidências de geleiras em regiões de clima temperado, onde hoje não há gelo, é uma prova forte de que o clima do planeta já foi muito diferente. Essas marcas apontam para uma ou mais Eras Glaciais, quando espessas camadas de gelo cobriram grandes partes dos continentes. Na perspectiva criacionista, uma única e intensa Era Glacial teria ocorrido logo após o Dilúvio. As evidências deixadas por essas geleiras são claras e fascinantes.
- Vales em forma de ‘U’: Ao contrário dos vales de rios (em ‘V’), as geleiras escavam o fundo e as laterais, criando um perfil alargado e arredondado em ‘U’.
- Morainas: São depósitos de rochas e detritos transportados e deixados pelas geleiras em suas bordas ou na frente.
- Estrias e Polimento Glacial: Rochas presas na base da geleira arranham o leito rochoso por onde passam, deixando sulcos que indicam a direção do movimento do gelo.
- Blocos Erráticos: São rochas gigantes transportadas por centenas de quilômetros e abandonadas em um local com geologia completamente diferente quando o gelo derreteu.
- Fiordes: Vales glaciais em ‘U’ que foram invadidos pela água do mar após o recuo do gelo.
Interpretando a Coluna Geológica e a Tectônica de Placas
A coluna geológica, que representa as camadas de rochas da Terra, também é interpretada de maneiras distintas. Criacionistas que defendem uma Terra jovem veem a maior parte das camadas sedimentares e fósseis como resultado do Dilúvio de Noé. Nessa visão, a sequência de fósseis não representa evolução, mas o soterramento progressivo de diferentes ecossistemas à medida que as águas subiam, com organismos marinhos sendo enterrados primeiro e animais terrestres por último.
A Teoria da Tectônica de Placas, que descreve o movimento dos continentes, é aceita por muitos criacionistas, mas em uma escala de tempo diferente. O modelo da Tectônica de Placas Catastrófica propõe que os continentes se moveram rapidamente, a metros por segundo, durante o Dilúvio. Esse movimento veloz teria causado a separação da Pangeia, erupções vulcânicas massivas e tsunamis, desacelerando para as taxas atuais após o evento.
Onde Encontrar Maravilhas Geológicas pelo Mundo?
Completar os requisitos da Especialidade de Geologia – avançado também envolve conhecer a localização de fenômenos geológicos notáveis. Saber onde encontrá-los ajuda a visualizar a escala e a beleza dos processos que estudamos.
Grandes Geleiras
- Antártica e Groenlândia: Onde estão as maiores camadas de gelo do mundo.
- Patagônia (Argentina/Chile): Lar da famosa geleira Perito Moreno.
- Alasca (EUA): Com inúmeras geleiras acessíveis em parques nacionais.
- Islândia e Noruega: Onde se encontram as maiores geleiras da Europa.
Vulcões Ativos
- Itália: Famosa pelos vulcões Etna, Vesúvio e Stromboli.
- Círculo de Fogo do Pacífico: Inclui países como Japão, Indonésia e Chile, com intensa atividade vulcânica.
- Havaí (EUA): Onde fica o Kīlauea, um dos vulcões mais ativos do planeta.
- Islândia: Conhecida como a “Terra do Fogo e do Gelo”.
Impressionantes Dunas de Areia
- Deserto do Saara (África): O maior deserto quente do mundo.
- Deserto do Namibe (Namíbia): Famoso pelas dunas vermelhas de Sossusvlei.
- Lençóis Maranhenses (Brasil): Uma paisagem única de dunas brancas e lagoas de água doce.
- Huacachina (Peru): Um oásis cercado por altas dunas de areia.
Zonas de Mineralização de Diamante
- África: Países como Botsuana, Congo e África do Sul são grandes produtores.
- Rússia: Atualmente o maior produtor em volume.
- Austrália e Canadá: Com importantes minas de diamantes.
- Brasil: Possui jazidas históricas, principalmente em Minas Gerais e na Bahia.
As Profundezas das Fossas Oceânicas
- Fossa das Marianas (Oceano Pacífico): O ponto mais profundo dos oceanos.
- Fossa de Tonga e Fossa das Filipinas: Outras fossas extremamente profundas no Pacífico.
- Fossa de Porto Rico: O local mais profundo do Oceano Atlântico.
Colocando a Mão na Massa: Seu Relatório Geológico
A parte final desta especialidade é a aplicação prática do conhecimento. É preciso escrever um trabalho de no mínimo 500 palavras sobre uma observação geológica feita em uma viagem ou mesmo na sua cidade. O objetivo é descrever o que foi visto usando a terminologia correta e pesquisar a geologia local para entender o porquê daquela formação existir.
Como Descrever uma Rocha como um Geólogo
Ao encontrar uma rocha interessante para seu relatório, descreva suas características principais:
- Cor: Anote a cor geral e as cores dos minerais individuais que você consegue ver.
- Granulometria: Refere-se ao tamanho dos grãos. São grandes e visíveis (granulação grossa) ou muito pequenos (granulação fina)?
- Textura: É o arranjo dos grãos. Estão alinhados em camadas (foliada) ou dispostos aleatoriamente (maciça)?
- Estrutura: Observe características maiores, como a presença de camadas (estratificação), dobras ou fraturas.
Desenhando um Perfil Litológico
Se você observar um barranco ou corte de estrada com diferentes camadas de solo ou rocha, pode desenhar um perfil litológico. É um desenho técnico que representa essas camadas.
- Meça as Camadas: Use uma trena para medir a espessura de cada camada visível.
- Defina uma Escala: Crie uma escala para seu desenho (ex: 1 cm no papel = 10 cm na realidade) para que ele seja proporcional.
- Desenhe e Simbolize: Desenhe as camadas na escala correta e use cores ou padrões diferentes para cada tipo de material (areia, argila, cascalho).
- Crie uma Legenda: Ao lado do desenho, explique o que cada cor ou padrão representa e não se esqueça de indicar a escala utilizada.