Como Fazer a Especialidade de Fósseis – Desbravadores
REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:
- O que são fósseis?
- Descrever, pelo menos, 3 processos de fossilização.
- Qual a diferença entre fóssil, Somatofóssil e icnofóssil?
- Definir as seguintes palavras:
- Geologia
- Fósseis
- Catastrofismo
- Pelecípode
- Graptolite
- Trilobita
- Dinossauro
- Mamute
- Mastodonte
- Crinoide
- Lingula
- Foraminífera
- Radiolário
- Paleozoico
- Mesozoico
- Cenozoico
- Pleistoceno
- Paleontologia
- Paleobotânica
- Braquiópode
- Que explicação há para a existência de animais congelados nas regiões árticas? Qual explicação se dá para sua condição e quando, provavelmente, viveram na terra?
- Qual a relação direta entre o dilúvio citado na Bíblia e a quantidade de fósseis encontrados no planeta?
- Citar textos da Bíblia e do Espírito de Profecia para explicar a origem dos seguintes itens:
- Carvão
- Petróleo
- Fósseis
- Calcário
- Visitar um museu onde há fósseis em exibição e fazer um relatório da excursão.
- Responder as perguntas abaixo por pesquisa pessoal ou com auxílio de um arqueólogo ou paleontólogo:
- Visitar um sítio paleontológico e fazer um relatório oral ou por escrito da excursão.
- Dizer como o esqueleto de um dinossauro ou outro fóssil de proporções gigantescas deveria ser removido.
- Por que principiantes não devem retirar estes espécimes?
- O que um principiante deve fazer se encontrar um fóssil?
- Descrever o processo de limpeza dos espécimes assim que são retirados, para prepara-los para o museu.
- Explicar a diferença entre as teorias apresentadas por evolucionistas e criacionistas diante da presença de fósseis.
- Pesquisar sobre a ocorrência de fósseis em sua região/país e descobrir onde está o sítio paleontólogo mais próximo.
Aprendendo sobre a Especialidade de Fósseis
Desvende os segredos do mundo antigo com a Especialidade de Fósseis! Aprenda o que são fósseis, como se formam e a sua relação com o Dilúvio. Um guia para Desbravadores.
Como fazer a Especialidade de Fósseis
O Que São Fósseis: Janelas Para o Passado
Fósseis são os restos ou vestígios de seres vivos, como plantas e animais, que foram preservados naturalmente ao longo do tempo. Esses registros incríveis podem ser partes do corpo, como ossos, dentes e conchas, ou evidências de suas atividades, como pegadas e ovos. Para ser considerado um fóssil, o material geralmente precisa ter mais de 11.000 anos. A ciência que estuda esses tesouros é a Paleontologia, que nos ajuda a compreender a história da vida na Terra.
Como a Natureza Preserva a História: Processos de Fossilização
A transformação de um ser vivo em fóssil é um evento raro e depende de condições muito específicas. Conhecer os principais processos de fossilização é fundamental para entender como esses registros chegaram até nós. Existem várias maneiras pelas quais isso pode acontecer, sendo as mais comuns:
- Permineralização (Petrificação): É o processo mais comum para ossos e madeira. Após o soterramento, a água rica em minerais preenche os espaços vazios do material orgânico. Com o tempo, esses minerais se cristalizam, criando uma cópia de rocha que preserva a estrutura original.
- Moldagem: Acontece quando um organismo é soterrado em sedimento, que endurece ao seu redor. O corpo se decompõe, deixando uma cavidade com o formato exato de sua parte externa (molde externo). Se essa cavidade for preenchida por outros minerais, forma-se uma réplica do ser vivo (contramolde).
- Mumificação (Conservação): Um processo raro que preserva até as partes moles, como pele e músculos. Ocorre em condições que impedem a decomposição, como o congelamento rápido no gelo, a desidratação em desertos ou a conservação em âmbar (resina de árvore).
Corpos ou Rastros: Entendendo Somatofósseis e Icnofósseis
Dentro do estudo da Especialidade de Fósseis, é importante distinguir os dois tipos principais de fósseis. O termo “fóssil” é geral, mas ele se divide em duas categorias que contam histórias diferentes sobre a vida no passado.
O Somatofóssil (do grego soma, “corpo”) refere-se à preservação de partes do corpo do organismo. São evidências diretas, como ossos de dinossauro, dentes de tubarão, conchas de moluscos e troncos de árvores petrificados. Eles nos mostram como eram os seres vivos.
Já o Icnofóssil (do grego ikhnos, “rastro”) é um vestígio da atividade de um ser vivo, não do seu corpo. São evidências indiretas, como pegadas, tocas, ninhos, ovos e até fezes fossilizadas (coprólitos). Eles revelam como os animais se comportavam e interagiam com o ambiente.
Desvendando o Vocabulário da Paleontologia
Para mergulhar de cabeça na Especialidade de Fósseis, é essencial conhecer alguns termos chave. Essas definições ajudarão a compreender melhor os conceitos, os tipos de fósseis e as eras geológicas que formam o cenário da história da vida.
Conceitos e Eras Geológicas
- Geologia: A ciência que estuda a Terra, sua composição, estrutura e as transformações que a moldam.
- Paleontologia: O estudo científico dos fósseis para entender a história da vida.
- Paleobotânica: Ramo da paleontologia focado no estudo de fósseis de plantas.
- Catastrofismo: Teoria que explica as grandes mudanças geológicas e extinções por eventos súbitos e violentos, como o Dilúvio.
- Paleozoico: A “Era da Vida Antiga”, marcada pela explosão da vida nos oceanos e a conquista da terra.
- Mesozoico: A “Era da Vida Intermediária”, conhecida como a “Era dos Dinossauros”.
- Cenozoico: A “Era da Vida Recente”, chamada de “Era dos Mamíferos”, que continua até hoje.
- Pleistoceno: A “Idade do Gelo”, uma época dentro do Cenozoico marcada por grandes glaciações e pela presença da megafauna.
Tipos de Fósseis de Animais
- Trilobita: Artrópodes marinhos extintos, muito comuns na Era Paleozoica, com um corpo dividido em três lobos.
- Dinossauro: Grupo de répteis que dominaram a Terra durante a Era Mesozoica. O nome significa “lagarto terrível”.
- Mamute: Parente dos elefantes adaptado ao frio, com longas presas curvas e corpo coberto de pelos. Viveu na Idade do Gelo.
- Mastodonte: Parente distante dos elefantes, mais robusto que os mamutes, com dentes adaptados para esmagar galhos.
- Graptolite: Animais coloniais marinhos extintos que parecem “escritas na rocha”. Importantes para datar rochas do Paleozoico.
- Crinoide: Conhecidos como “lírios-do-mar”, são parentes das estrelas-do-mar. Seus fósseis são muito comuns.
- Braquiópode: Animais marinhos com concha de duas valvas, muito abundantes no Paleozoico. A Lingula é um famoso “fóssil vivo” deste grupo.
- Pelecípode: Nome antigo para os moluscos bivalves, como ostras e mariscos.
Microfósseis
- Foraminífera: Organismos unicelulares marinhos que produzem uma concha de calcário. Seus fósseis formam rochas calcárias.
- Radiolário: Protozoários marinhos com um esqueleto complexo de sílica. Seus restos formam rochas silicosas.
O Mistério dos Gigantes Congelados do Ártico
A descoberta de animais como mamutes perfeitamente preservados no gelo da Sibéria fascina cientistas e curiosos. Esses animais viveram durante a Época do Pleistoceno, a “Idade do Gelo”. A explicação criacionista para essa preservação excepcional está ligada a uma mudança climática drástica e repentina após o Dilúvio bíblico.
Essa visão sugere que o fim do Dilúvio provocou uma alteração climática quase instantânea, transformando um ambiente temperado em polar. Os grandes animais teriam sido surpreendidos e congelados tão rapidamente que a decomposição não teve tempo de começar. A presença de comida não digerida em seus estômagos é apontada como uma forte evidência da rapidez desse evento catastrófico.
O Dilúvio e o Registro Fóssil: Uma Conexão Profunda
Na perspectiva criacionista, o Dilúvio global narrado em Gênesis é o evento central que explica a existência da vasta maioria dos fósseis. Antes dessa catástrofe, as condições para a fossilização seriam raras. O Dilúvio, contudo, teria soterrado bilhões de organismos de forma violenta e rápida sob toneladas de sedimento carregado pelas águas.
Esse soterramento massivo teria criado as condições ideais para a preservação, protegendo os corpos da decomposição e permitindo a fossilização em escala mundial. Assim, os extensos leitos fósseis não representariam longas eras geológicas, mas o testemunho de um único evento catastrófico que enterrou ecossistemas inteiros.
Origens do Carvão, Petróleo e Fósseis: Uma Perspectiva Bíblica
A Bíblia e os textos do Espírito de Profecia oferecem explicações para a origem de recursos geológicos e dos próprios fósseis, conectando-os diretamente ao Dilúvio.
- Carvão e Petróleo: Acredita-se que as imensas florestas do mundo pré-diluviano foram arrancadas e soterradas pelas águas. A enorme pressão das camadas de sedimento sobre essa matéria orgânica (vegetal e animal) a transformou, ao longo do tempo, nos depósitos de carvão e petróleo que usamos hoje.
Vastas florestas foram sepultadas na terra. Estas se transformaram desde então no que hoje conhecemos como jazidas de carvão, e produzem também o petróleo.
Patriarcas e Profetas, p. 108
- Fósseis: Embora a palavra “fóssil” não esteja na Bíblia, o relato do Dilúvio fornece a base para sua formação. Os fósseis são vistos como os restos de animais, plantas e até seres humanos que morreram na inundação e foram rapidamente sepultados, preservando um registro da vida que existia antes daquele evento.
- Calcário: Muitas camadas de rocha calcária, ricas em fósseis de conchas e corais, são explicadas como tendo se formado rapidamente durante e após o Dilúvio. As águas, repletas de minerais e organismos marinhos mortos, teriam criado as condições perfeitas para a precipitação e cimentação do carbonato de cálcio em larga escala.
Aventura no Museu: Como Preparar seu Relatório de Fósseis
Uma das partes mais empolgantes desta especialidade é ver os fósseis de perto. Para cumprir este requisito, o desbravador precisa visitar um museu com uma coleção paleontológica e elaborar um relatório. O segredo é se preparar bem.
- Antes da Visita: Pesquise museus de história natural ou geologia em sua região. Verifique os horários e as exposições disponíveis.
- Durante a Visita: Leve um caderno. Anote o nome do museu e da exposição. Fotografe ou desenhe os fósseis que mais gostar. Leia as placas e anote nomes, períodos e locais de origem. Observe a variedade: há plantas, dinossauros, mamíferos?
- Escrevendo o Relatório: Crie um documento organizado com capa, introdução (apresentando o museu e o objetivo), desenvolvimento (descrevendo de 3 a 5 fósseis em detalhe, com suas fotos ou desenhos) e uma conclusão pessoal sobre o que você aprendeu de mais importante.
Na Prática: O Trabalho do Paleontólogo no Campo
Completar a Especialidade de Fósseis também envolve entender o trabalho prático de um paleontólogo. Visitar um sítio paleontológico, se possível, é uma experiência única. O relatório deve focar no ambiente da descoberta, nas rochas e nas ferramentas utilizadas.
A remoção de um fóssil grande, como um esqueleto de dinossauro, é uma operação delicada. Os cientistas expõem o osso com ferramentas de precisão e o cobrem com uma “jaqueta de gesso” para protegê-lo durante o transporte. Este trabalho exige conhecimento técnico para não danificar o espécime e, principalmente, para não perder informações científicas cruciais sobre o contexto em que o fóssil foi encontrado.
Por isso, principiantes nunca devem remover um fóssil. Além do risco de dano irreparável e da perda de dados, no Brasil os fósseis são propriedade da União e sua coleta sem autorização é crime. Se você encontrar um fóssil, siga estes passos:
- Não toque e não remova. Deixe-o exatamente onde está.
- Documente. Tire fotos do fóssil e do local.
- Registre a localização. Use um GPS ou anote pontos de referência.
- Contate as autoridades. Informe um museu, universidade ou o Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM).
No laboratório, a limpeza continua. A rocha ao redor do fóssil é removida grão por grão com microferramentas, e o osso é estabilizado com resinas especiais. É um trabalho de paciência que pode levar milhares de horas.
Duas Visões Sobre a História: Criacionismo vs. Evolucionismo
O registro fóssil é interpretado de formas muito diferentes por criacionistas e evolucionistas. Compreender essas duas visões é um requisito importante da Especialidade de Fósseis.
- Visão Evolucionista: O registro fóssil é visto como uma prova da evolução ao longo de milhões de anos. As camadas de rocha representam eras geológicas, com fósseis mais simples e antigos nas camadas mais profundas, mostrando uma progressão gradual para formas mais complexas.
- Visão Criacionista: A maioria dos fósseis é vista como o resultado do Dilúvio bíblico. A ordem nas camadas de rocha não representaria tempo, mas a sequência de soterramento de diferentes ecossistemas durante a catástrofe global, com organismos marinhos sendo enterrados primeiro.
Mapa do Tesouro: Onde Encontrar Fósseis no Brasil
O Brasil é um país riquíssimo em fósseis. Conhecer os principais locais pode ajudar os desbravadores a planejar visitas e a entender a paleontologia nacional. A melhor forma de encontrar o sítio ou museu mais próximo é pesquisar por “museu de paleontologia” ou “sítio fossilífero” seguido do nome do seu estado.
Alguns dos locais mais famosos incluem:
- Bacia do Araripe (CE, PE, PI): Famosa mundialmente por fósseis incrivelmente preservados de peixes, pterossauros e dinossauros do período Cretáceo.
- Rio Grande do Sul: Abriga alguns dos dinossauros mais antigos do mundo, do período Triássico, na região do geoparque da Quarta Colônia.
- Bacia de Bauru (SP, MG): Rica em fósseis de grandes dinossauros titanossauros do final do Cretáceo.
- Minas Gerais: Na região de Lagoa Santa, são encontrados fósseis da megafauna da Idade do Gelo, como preguiças-gigantes e tigres-dentes-de-sabre.