Estudos da Natureza

Como Fazer a Especialidade de Aves – avançado – Desbravadores

Especialidade de Aves - avançado

REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:

  1. Ter a especialidade de Aves.
  2. Conhecer as leis de proteção às aves em seu país. Apresentar este item através de relatório.
  3. Através de um esquema trazido pelo instrutor, identificar as principais partes anatômicas e morfológicas de uma ave.
  4. Qual a importância das penas para as aves?
  5. De que maneira os pés, pernas e bicos das aves encontram-se modificados para adaptá-los a seu meio-ambiente?
  6. Identificar, através de imagens, aves que apresentem:
    1. Patas modificadas para nadar.
    2. Patas adaptadas para andar ou saltar.
    3. Patas adaptadas para escalar.
    4. Patas adaptadas para empoleirar.
    5. Bico adaptado para furar madeira.
    6. Bico e línguas longos para retirar néctar de flores.
    7. Bico adaptado para arrancar pedaços.
  7. Sobre os beija-flores, saber:
    1. O que os beija-flores comem na natureza e com que frequência?
    2. Por que os beija-flores não têm medo de grandes mamíferos ou pássaros?
    3. Qual a diferença dos movimentos de suas asas, comparadas a outros pássaros?
    4. Quão rápido são capazes de voar?
    5. Com que rapidez batem as asas e o coração?
    6. Qual o formato da língua?
  8. Por qual motivo as aves migram?
  9. O que é anilhamento? Como ele contribui para informações a respeito de migrações, comportamento e estrutura social? Que outros mecanismos são utilizados para monitorar as aves?
  10. Mencionar a origem e o destino final de 10 espécies migratórias que ocorram em seu continente, de preferência em seu país ou região.
  11. Descrever, pelo menos, 3 diferentes formas utilizadas pelas aves para se orientar em suas viagens.
  12. Fazer uma lista de 30 espécies de aves que você já tenha observado pessoalmente. Para cada espécie desta lista, notar o seguinte: a. Nome b. Data de observação c. Local de observação d. Habitat (ou seja, campo, bosque, rio, lago, etc.)
  13. Fazer uma lista de 10 espécies de aves que você identificou pelo som, ao ar livre.
  14. Confeccionar uma coleção com nome popular e científico de 60 aves (imagens ou fotos), onde, pelo menos, 50 devem ser típicas de seu país.
  15. Participar de uma caminhada em grupo para observar aves. Realizar um relatório sobre a caminhada e listar os materiais necessários para uma boa caminhada de observação de aves.

Aprendendo sobre a Especialidade de Aves – avançado

Aprofunde seus conhecimentos com a Especialidade de Aves – avançado! Este guia ajuda desbravadores a identificar, proteger e entender o fascinante mundo das aves, desde sua anatomia até as incríveis jornadas migratórias.

Como fazer a Especialidade de Aves – avançado

A jornada para conquistar a Especialidade de Aves – avançado é um mergulho profundo no universo da ornitologia. Ela expande os conhecimentos adquiridos na especialidade básica, desafiando o desbravador a se tornar um observador mais atento, consciente e preparado. O primeiro passo é, naturalmente, já ter concluído a especialidade de Aves, pois ela serve como alicerce para os estudos mais complexos que virão.

A Responsabilidade do Observador: Leis de Proteção às Aves

Observar aves também significa protegê-las. No Brasil, a fauna silvestre é protegida por lei. A principal delas é a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), que torna crime matar, caçar, apanhar ou manter aves silvestres em cativeiro sem a devida autorização do IBAMA. A Lei de Proteção à Fauna (Lei nº 5.197/67) reforça que os animais, seus ninhos e abrigos são propriedade do Estado. Para cumprir este requisito da especialidade, é preciso elaborar um relatório detalhando essas leis, o papel de órgãos fiscalizadores e a importância de combater o tráfico de animais silvestres.

Conhecendo uma Ave de Perto: Anatomia e Morfologia

Identificar uma ave corretamente começa por conhecer suas partes. A morfologia externa fornece pistas cruciais sobre a espécie e seus hábitos. Utilizando um esquema, é fundamental saber localizar as principais estruturas anatômicas de uma ave.

  • Cabeça: Inclui o píleo (topo), nuca, loro (região entre o olho e o bico), bochecha e garganta.
  • Bico (Rostro): Composto pela maxila (superior) e mandíbula (inferior).
  • Corpo: Formado pelo dorso, peito, abdômen, flancos e uropígio (base da cauda).
  • Asas: Contêm as rêmiges (penas de voo) e as coberteiras (penas menores que as cobrem).
  • Cauda: Formada pelas retrizes (penas longas).
  • Patas e Pés: Compostos pelo tarso, dedos e garras.

A Engenharia das Penas: Mais que Apenas Voo

As penas são uma das características mais marcantes das aves e possuem múltiplas funções vitais. Elas não servem apenas para voar. Sua estrutura complexa é uma obra de engenharia da natureza, essencial para a sobrevivência em diversos aspectos.

  • Voo: As penas das asas e da cauda criam a superfície aerodinâmica necessária para sustentação e propulsão.
  • Isolamento Térmico: As plumas retêm o ar perto do corpo, mantendo a ave aquecida no frio e fresca no calor.
  • Impermeabilização: Um óleo da glândula uropigiana espalhado sobre as penas as torna resistentes à água.
  • Comunicação e Camuflagem: As cores e padrões servem tanto para se esconder de predadores quanto para atrair parceiros.

Adaptações Incríveis: Como Bicos e Pés Revelam o Estilo de Vida

A forma dos bicos e dos pés de uma ave é um reflexo direto de sua dieta e do ambiente onde vive. Essas adaptações são exemplos fantásticos de como as espécies evoluem para explorar diferentes nichos ecológicos. Ao observar um bico, é possível deduzir o que a ave come.

  • Bicos Granívoros: Curtos e fortes para quebrar sementes, como os de um coleirinho.
  • Bicos Carnívoros: Curvados e em gancho para rasgar carne, como os de gaviões e águias.
  • Bicos Nectarívoros: Longos e finos para alcançar o néctar das flores, a marca dos beija-flores.
  • Bicos Filtradores: Largos e com “peneiras” para filtrar alimento da água, como os de patos e flamingos.

Da mesma forma, os pés revelam onde a ave passa a maior parte do tempo. É preciso saber identificar visualmente, por meio de imagens, aves com essas diferentes características.

  • Patas para Nadar: Com membranas entre os dedos, como as do pato-do-mato.
  • Patas para Andar: Fortes e robustas, como as da seriema.
  • Patas para Escalar: Com dois dedos para frente e dois para trás (zigodáctilos), como as do pica-pau.
  • Patas para Empoleirar: Com um mecanismo de trava que permite dormir em galhos sem cair, como as do sabiá-laranjeira.

Os Acrobatas do Ar: Segredos dos Beija-Flores

Os beija-flores são um grupo de aves fascinante e cheio de particularidades. Para a Especialidade de Aves – avançado, é necessário conhecer alguns de seus segredos. Sua dieta principal é o néctar, consumido várias vezes por hora para suprir seu metabolismo acelerado, mas eles também comem pequenos insetos para obter proteínas.

Sua agilidade e velocidade de voo, que pode passar de 50 km/h, os tornam destemidos e agressivos na defesa de seu território. O movimento de suas asas é único, descrevendo um “8” que lhes permite pairar no ar e até voar para trás. Seus corações podem bater mais de 1.200 vezes por minuto, e suas línguas bifurcadas são ferramentas perfeitas para coletar néctar por capilaridade.

As Grandes Jornadas: Desvendando a Migração das Aves

A migração é um dos fenômenos mais impressionantes do reino animal. As aves migram principalmente por três motivos: buscar alimento, fugir de condições climáticas extremas e encontrar locais ideais para reprodução e criação dos filhotes. É uma estratégia de sobrevivência que envolve viagens épicas.

A Bússola Interna: Como as Aves se Orientam?

Para navegar por milhares de quilômetros, as aves usam um sistema de orientação sofisticado, que combina diferentes “ferramentas” naturais.

  • Orientação pelo Sol: Durante o dia, usam a posição do sol, ajustando-se ao seu movimento com um relógio biológico interno.
  • Orientação pelas Estrelas: À noite, reconhecem padrões de constelações para se guiar.
  • Bússola Magnética: Elas possuem a incrível capacidade de “ver” o campo magnético da Terra, usando-o como um guia de direção.

Rastreando os Viajantes: A Ciência do Anilhamento

Para estudar essas longas viagens, os cientistas usam o anilhamento. Essa técnica consiste em colocar um pequeno anel com um código único na pata da ave. Se a ave for recapturada, os pesquisadores obtêm dados valiosos sobre suas rotas, longevidade e comportamento. Além do anilhamento, outras tecnologias modernas são usadas, como rastreadores GPS via satélite, geolocalizadores que medem a luz do dia e rádio-telemetria.

Rotas Brasileiras: Exemplos de Aves Migratórias

O Brasil é uma importante rota de passagem para muitas espécies. Conhecer algumas delas é um dos requisitos da especialidade. Aqui estão exemplos de aves que viajam longas distâncias e podem ser vistas no país:

  1. Maçarico-de-papo-vermelho (Calidris canutus): Vem do Ártico e vai para a Patagônia, parando no litoral brasileiro.
  2. Andorinha-do-mar-ártica (Sterna paradisaea): Realiza a migração mais longa do mundo, do Ártico à Antártica, passando pela costa do Brasil.
  3. Tesourinha (Tyrannus savana): Populações do sul do Brasil migram para a Amazônia durante o inverno.
  4. Gavião-de-asa-larga (Buteo platypterus): Vem da América do Norte e passa pela Amazônia.
  5. Bacurau-norte-americano (Chordeiles minor): Reproduz-se na América do Norte e passa o inverno na América do Sul, incluindo o Brasil.
  6. Maçarico-acanelado (Calidris subruficolis): Origem no Ártico e destino no sul da América do Sul.
  7. Juruviara (Vireo chivi): Populações do norte migram para a América do Sul.
  8. Talha-mar (Rynchops niger): Populações da América do Norte se encontram com as residentes no Brasil.
  9. Tisiu (Volatinia jacarina): Migrante austral, que vai do sul para a Amazônia no inverno.
  10. Andorinha-azul (Progne subis): Vem da América do Norte para passar o inverno na América do Sul.

Mãos à Obra: A Prática da Observação de Aves

A parte mais emocionante da Especialidade de Aves – avançado é a prática. Ir a campo para observar, ouvir e registrar as aves é fundamental. Para isso, o desbravador precisa se preparar, organizar o material e, principalmente, treinar seus sentidos.

Equipamentos Essenciais para o Observador de Aves

Participar de uma caminhada de observação exige alguns materiais básicos para garantir o sucesso da atividade. O relatório sobre a caminhada deve listar esses itens e descrever a experiência, o local e as aves avistadas.

  • Binóculos: O item mais importante para ver detalhes à distância.
  • Guia de Campo ou Aplicativo: Ferramentas como Merlin ou WikiAves ajudam na identificação.
  • Caderno de Campo e Lápis: Para anotações rápidas.
  • Roupas de cores neutras: Para não espantar as aves.
  • Itens de proteção: Chapéu, protetor solar e repelente.
  • Água e lanche.

Criando seu Diário de Campo e Coleção

Dois requisitos práticos da especialidade envolvem criar listas. A primeira é uma lista pessoal de 30 espécies de aves observadas, anotando nome, data, local e habitat. A segunda é uma lista de 10 espécies identificadas apenas pelo som. Para isso, é preciso treinar o ouvido, usando recursos online para aprender os cantos. Aves como o bem-te-vi, o sabiá-laranjeira e o quero-quero têm cantos muito distintos e são ótimas para começar.

Finalmente, é preciso confeccionar uma coleção de 60 espécies de aves, usando fotos ou imagens. Para cada uma, deve-se incluir o nome popular e o científico. Pelo menos 50 dessas aves devem ser típicas do Brasil. Esta coleção pode ser um álbum físico ou um arquivo digital, e serve como um excelente guia de referência pessoal, consolidando todo o aprendizado da Especialidade de Aves – avançado.

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