Como Fazer a Especialidade de Windsurf – Desbravadores

REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:

Aprendendo sobre a Especialidade de Windsurf

Domine os ventos e as águas com a Especialidade de Windsurf! Este guia prático foi criado para desbravadores que buscam aprender tudo sobre este esporte, desde os termos náuticos até as manobras essenciais para conquistar este desafio com segurança e habilidade.

Como Fazer a Especialidade de Windsurf

Pré-requisito Essencial: Segurança na Água

Antes de subir na prancha, a segurança é a prioridade máxima. Por isso, um dos requisitos fundamentais para iniciar a Especialidade de Windsurf é já possuir a especialidade de Natação Intermediário I. Ter essa base garante que o desbravador tenha a confiança e as habilidades aquáticas necessárias, como nadar longas distâncias e executar técnicas de partida e virada, para lidar com qualquer situação inesperada na água.

O Dicionário do Windsurfista: Termos que Você Precisa Conhecer

Para navegar com confiança, é preciso falar a língua do vento e do mar. Conhecer a terminologia correta é um passo crucial para entender as instruções e o comportamento do seu equipamento. Estes são os termos essenciais da Especialidade de Windsurf:

• Linha do vento: A direção exata de onde o vento sopra.
• Vento pelo través: Navegar com o vento vindo de lado, a 90 graus da prancha.
• Vento aparente: A combinação do vento real com o vento gerado pelo movimento da prancha. É o que impulsiona a vela.
• Controle da prancha: A habilidade de manobrar a prancha usando o corpo e a vela para manter o rumo e a velocidade.
• Barlavento: O lado de onde o vento sopra, que recebe o vento diretamente.
• Sotavento: O lado oposto ao barlavento, para onde o vento vai após passar pela vela.
• Posição de mastro: A inclinação do mastro para controlar a direção e a potência da vela.
• Arribar: Afastar a frente (proa) da prancha da linha do vento, navegando mais a favor dele.
• Jibe: Manobra de virada onde a traseira (popa) da prancha cruza a linha do vento, uma curva a favor do vento.
• Bolina: Uma quilha retrátil no centro de pranchas de iniciante, que aumenta a estabilidade e evita que a prancha ande de lado.
• Empopada: Navegar com o vento soprando diretamente pela traseira da prancha.
• Linha de centro: Linha imaginária que divide a prancha no comprimento, essencial para o equilíbrio.
• Frente: A proa ou bico da prancha.
• Orçar: Aproximar a frente da prancha da linha do vento, navegando o mais contra o vento possível.
• Mão de mastro: A mão que segura o mastro.
• Panejo da vela: Quando a vela bate ou tremula sem captar vento de forma eficiente.
• Auto salvamento: Técnicas para retornar à margem em segurança caso o equipamento quebre.
• Técnica tesoura: Uma técnica de virada básica em que o velejador gira a prancha e a vela.
• Corda: Termo genérico para os cabos que ajustam o equipamento.
• Uphaul: Cabo elástico usado para levantar a vela da água.
• Decoração do barco: Refere-se ao conjunto completo do equipamento: vela, mastro e retranca, também chamado de “rig” ou “aparelho”.
• Ponto de referência visual: Um objeto fixo em terra usado para orientação e para manter o rumo.

Conhecendo seu Equipamento: Da Prancha à Vela

O equipamento de windsurf, conhecido como “rig”, é um sistema onde cada parte tem uma função específica. Dominar os componentes é o primeiro passo para montar e utilizar tudo corretamente.

Partes Fundamentais do Equipamento de Windsurf

• Prancha: A base onde o velejador fica. Modelos para iniciantes são maiores para maior estabilidade.
• Vela: Captura o vento para gerar movimento. Seu tamanho varia com a força do vento.
• Mastro: A vara que dá estrutura vertical à vela.
• Retranca (Boom): A peça em formato de “U” que o velejador segura para controlar a vela.
• Pé de Mastro: Conecta o mastro à prancha, permitindo o movimento da vela.
• Quilha (Fin): Localizada na parte de baixo da popa, dá estabilidade direcional e evita que a prancha derrape.
• Alças (Footstraps): Onde se encaixam os pés para maior controle em alta velocidade.
• Cabo de Uphaul: A corda utilizada para erguer a vela da água.

Como Montar (Rigar) a Vela Corretamente

1. Inserir o Mastro: Desenrole a vela no chão e insira o mastro na bainha da vela até o topo.
2. Conectar o Extensor: Encaixe o extensor na base do mastro e passe o cabo pelo ilhó da vela, puxando para criar a tensão vertical (downhaul).
3. Fixar a Retranca: Prenda a retranca no mastro na altura dos ombros e trave a alavanca.
4. Tensionar a Retranca: Leve a outra ponta da retranca até o final da vela e passe o cabo pelo ilhó para esticar a vela horizontalmente (outhaul), prendendo-o no cunho.

Navegação e Manobras Fundamentais

Com o equipamento montado e os termos na ponta da língua, é hora de aprender a se mover. O processo de velejar envolve uma sequência de passos que, quando dominados, tornam a experiência fluida e controlada.

Do Repouso ao Movimento: Seus Primeiros Impulsos na Água

1. Posicionar a Prancha: Coloque a prancha na água de forma que fique perpendicular ao vento.
2. Subir na Prancha: Suba com cuidado, mantendo os pés na linha central para máximo equilíbrio.
3. Levantar a Vela: Use o cabo de uphaul para erguer a vela da água, usando a força das pernas e mantendo as costas retas.
4. Assumir a Posição Neutra: Fique em pé, segurando o mastro com a vela panejando (sem força) à sua frente. Esta é a posição de segurança e equilíbrio.
5. Pegar na Retranca: Posicione a mão da frente perto do mastro e a mão de trás mais afastada na retranca.
6. Capturar o Vento: Puxe a retranca com a mão de trás para que a vela se encha de vento. A prancha começará a se mover.

Manobra de Virada 1: Bordejar (Tack)

Bordejar, ou “tack”, é a manobra de virada passando a frente da prancha pela linha do vento. É a técnica mais segura para iniciantes.

1. Aproximação: Incline a vela para trás para fazer a proa da prancha virar em direção ao vento (orçar).
2. Passagem pelo Vento: Quando a proa apontar para o vento, a vela perderá a força. Dê um passo para a frente, contornando o mastro.
3. Troca de Lado: Solte a retranca e segure o mastro com as duas mãos enquanto passa para o novo lado da prancha.
4. Retomada: Já no novo lado, pegue a retranca e incline a vela para frente para capturar o vento e seguir na nova direção.

Manobra de Virada 2: Jibe (Gybe)

O “jibe” é a manobra de virar passando a traseira da prancha pela linha do vento. É uma curva a favor do vento, mais rápida e fluida.

1. Aproximação: Incline a vela para frente para afastar a prancha da linha do vento (arribar), iniciando a curva.
2. Troca dos Pés: Quando a prancha estiver a favor do vento, troque a posição dos pés (o da frente vai para trás e vice-versa).
3. Rotação da Vela: Deixe a vela girar naturalmente para o outro lado, passando pela sua frente. Mantenha o corpo baixo.
4. Finalização: Pegue a retranca no novo lado, estabilize a vela e continue a velejar na nova direção.

Segurança em Primeiro Lugar: Regras de Ouro no Windsurf

A prática do windsurf deve ser sempre acompanhada de medidas de segurança rigorosas. Conhecer os equipamentos, as condições do tempo e os sinais de comunicação é essencial para todos os desbravadores.

• Que equipamento de segurança deve ser usado? O uso de um colete salva-vidas de flutuação adequada é obrigatório. Para águas frias, uma roupa de neoprene é vital para evitar hipotermia. Capacete e sapatilhas de proteção também são altamente recomendados.
• Por que é importante saber a previsão do tempo? A previsão do tempo informa sobre a velocidade do vento, a possibilidade de tempestades e mudanças bruscas de condições. Ignorar essa informação aumenta drasticamente o risco de acidentes e de não conseguir retornar à margem.
• Por que aprender em área fechada? Uma baía, lagoa ou represa oferece um ambiente controlado, com águas calmas e vento previsível. Mais importante, se a correnteza ou o vento o levarem, você sempre acabará em uma margem próxima, e não em mar aberto.
• Quais são os sinais de mão universais? Para sinalizar “Está tudo bem / OK”, coloque uma ou as duas mãos no topo da cabeça, formando um “O”. Para pedir “Ajuda / Socorro”, agite os dois braços para cima e para baixo repetidamente.

Cuidando do seu Equipamento para Durar Mais

Para garantir a longevidade e o bom desempenho do seu equipamento de windsurf, alguns cuidados de conservação são indispensáveis após cada sessão na água.

• Lave com Água Doce: Sempre lave a prancha, a vela e todas as partes com água doce para remover o sal e a areia, que são corrosivos.
• Proteja do Sol: Nunca deixe o equipamento exposto diretamente ao sol por longos períodos. Os raios UV danificam os materiais, tornando-os frágeis.
• Guarde a Vela Corretamente: Seque a vela completamente antes de guardá-la. Enrole-a com cuidado, sem dobrar, e armazene na bolsa própria.
• Armazene a Prancha com Cuidado: Guarde a prancha em local protegido, de preferência em uma capa para evitar batidas e arranhões.
• Evite Impactos: Manuseie o equipamento com cuidado, evitando arrastá-lo ou batê-lo contra pedras e superfícies duras.

Colocando em Prática: A Prova Final na Água

O teste final para a Especialidade de Windsurf é a demonstração prática de todas as habilidades aprendidas. O desbravador deverá velejar até um ponto de referência visível e retornar ao ponto de partida. Isso exige planejar o percurso, controlar a prancha, escolher a manobra de virada correta (bordejar ou jibe) e navegar de volta com segurança, provando seu domínio sobre o vento e o equipamento.