Como Fazer a Especialidade de Salvamento de Afogados – Desbravadores
REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:
- Ter a especialidade de Natação intermediário I.
- Fazer um curso de salvamento de afogados, oferecido por uma instituição autorizada e credenciada para isto, com, pelos menos, 6 horas de prática.
- Tirar a roupa em águas profundas e nadar 100 metros.
- Mergulhar em águas com profundidade de 2 metros, retirando 3 objetos quaisquer do fundo, sendo que um deles deve pesar 4,5 Kg.
- Fazer a aproximação correta, nadando 9 metros, e carregar a “vítima” com o braço em torno do peito por 9 metros.
- Fazer a aproximação correta por baixo d’água, em mergulho, e carregar a “vítima” por 9 metros.
- Fazer a aproximação correta, nadando 9 metros, e carregar a “vítima” pelo cabelo ou pelo braço por 9 metros.
- Logo após nadar 50 metros, aproxime-se da “vítima” e a carregue por 9 metros.
- Libertar-se corretamente de uma “vítima” que esteja segurando seu punho (repetir o método para ambos os punhos). Demonstrar como fazê-lo dentro e fora d’água.
- Libertar-se corretamente de uma “vítima” que esteja lhe agarrando pelo pescoço (libertar-se escapando pela direita e, posteriormente, pela esquerda). Demonstrar como fazê-lo dentro e fora d’água.
- Demonstrar a maneira correta de se fazer respiração artificial num afogado.
Aprendendo sobre a Especialidade de Salvamento de Afogados
Aprenda a salvar vidas com a Especialidade de Salvamento de Afogados! Este guia prático para desbravadores ensina técnicas essenciais de resgate aquático, primeiros socorros e como agir em emergências, preparando você para servir com segurança e coragem.
Como Fazer a Especialidade de Salvamento de Afogados
A Especialidade de Salvamento de Afogados é uma das mais desafiadoras e gratificantes para os desbravadores. Ela desenvolve não apenas habilidades físicas, mas também autocontrole, coragem e a capacidade de agir sob pressão. Cumprir os requisitos exige dedicação e treinamento adequado para garantir a segurança tanto do socorrista quanto da vítima.
Construindo a Base: Pré-requisitos Essenciais
Antes de iniciar as técnicas de resgate, é fundamental ter uma base sólida em natação. Por isso, o primeiro passo é possuir a especialidade de Natação Intermediário I. Ela garante que o desbravador tenha a resistência e a técnica necessárias para se deslocar na água com eficiência, mesmo em condições adversas, como estar vestido.
O segundo pilar é o conhecimento técnico obtido através de um curso de salvamento de afogados com, no mínimo, 6 horas de prática. A busca por uma instituição credenciada, como o Corpo de Bombeiros ou a SOBRASA (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático), é crucial. Nesses cursos, instrutores qualificados ensinam sobre prevenção, técnicas de resgate e suporte básico de vida, garantindo uma formação segura e eficaz.
Testando Seus Limites: Resistência e Habilidades Subaquáticas
Uma situação real de salvamento pode acontecer a qualquer momento. Por isso, é preciso estar preparado para agir mesmo vestido. Um dos requisitos testa essa habilidade, exigindo que o desbravador consiga tirar a roupa em águas profundas e nadar 100 metros. Roupas molhadas aumentam o peso e o arrasto, podendo levar à exaustão. Manter a calma é a chave para executar esta tarefa com segurança.
- Mantenha a calma: Respire de forma controlada para economizar energia e manter a flutuabilidade.
- Flutue: Adote uma posição de flutuação para manter as vias aéreas livres enquanto se despe.
- Comece pelos botões e zíperes: Use uma mão para abrir tudo, enquanto a outra ajuda na flutuação.
- Remova as peças: Empurre a calça para baixo e retire um pé de cada vez. Puxe a camisa por cima da cabeça, liberando um braço de cada vez.
Outra habilidade vital é a capacidade de mergulho. O desafio consiste em mergulhar a uma profundidade de 2 metros para recuperar três objetos do fundo, sendo um deles com 4,5 kg. A técnica correta, como o “mergulho de pato”, ajuda a descer verticalmente com mais eficiência. Ao recuperar o objeto pesado, abrace-o contra o peito e use a força das pernas para subir, sempre com supervisão.
Técnicas de Abordagem e Reboque de Vítimas
Aproximar-se de uma vítima de afogamento exige uma técnica específica. O nado de aproximação é feito com a cabeça fora da água, mantendo contato visual constante para avaliar a situação. Após a aproximação, diferentes técnicas de reboque são aplicadas dependendo do estado da vítima.
A regra de ouro na abordagem é sempre se aproximar da vítima por trás. Isso evita que uma pessoa em pânico se agarre ao socorrista, colocando ambos em risco.
Para uma vítima consciente e em pânico, a técnica de reboque com o braço em torno do peito é uma das mais seguras. O socorrista passa um braço por baixo da axila da vítima, cruzando-o sobre seu peito e segurando o ombro oposto. Isso imobiliza a vítima e mantém seu rosto fora da água, enquanto o braço livre e as pernas do socorrista garantem a propulsão.
Quando a vítima está muito agitada, a aproximação por baixo d’água é a tática mais segura. O socorrista mergulha a uma distância segura e emerge por trás da vítima, surpreendendo-a e assumindo o controle antes que ela possa reagir. A partir daí, aplica uma das técnicas de reboque para levá-la à segurança.
Se a vítima estiver inconsciente ou passiva, o reboque pelo cabelo ou pelo queixo é eficaz. Segurar o queixo ou o cabelo na nuca permite controlar a cabeça, mantendo as vias aéreas livres. Para simular um cenário mais realista, a especialidade também exige a execução de um resgate após nadar 50 metros, testando a capacidade do desbravador de realizar as técnicas mesmo sob fadiga.
Autopreservação: Como se Libertar de um Afogado em Pânico
Um socorrista em perigo não pode salvar ninguém. Por isso, saber se libertar de um agarramento é uma das habilidades mais importantes da Especialidade de Salvamento de Afogados. A principal estratégia é universal: afundar. O instinto de sobrevivência fará com que a vítima em pânico solte o socorrista para tentar alcançar a superfície.
Para se libertar de um agarramento de punho, gire seu braço bruscamente na direção do polegar da vítima (o ponto mais fraco da pegada) e, simultaneamente, afunde na água. Para um agarramento no pescoço, que é extremamente perigoso, proteja sua via aérea virando o rosto, afunde e gire seu corpo por baixo do braço da vítima para se soltar. Após se libertar, afaste-se e reavalie a abordagem.
O Passo Final: Suporte Básico de Vida para Afogados
Após retirar a vítima da água, a ação rápida e correta pode ser a diferença entre a vida e a morte. No afogamento, a causa da parada cardiorrespiratória é a falta de oxigênio (hipóxia), por isso o protocolo de primeiros socorros tem uma diferença crucial.
Ao demonstrar a maneira correta de fazer a respiração artificial, siga estes passos essenciais do Suporte Básico de Vida (SBV) para afogados:
- Segurança e Verificação: Coloque a vítima em local seguro e verifique se ela responde e respira.
- Comece com Ventilações: Se a vítima não respira, a prioridade é a ventilação. Abra as vias aéreas e realize 5 ventilações de resgate (boca a boca). Isso é fundamental para tentar reverter a hipóxia.
- Inicie a RCP: Se a vítima não reagir, inicie os ciclos de Reanimação Cardiopulmonar. Faça 30 compressões torácicas fortes e rápidas no centro do peito.
- Continue os Ciclos: Alterne 30 compressões com 2 ventilações. Continue este ciclo até a chegada do socorro especializado, o uso de um DEA (Desfibrilador Externo Automático) ou até a vítima voltar a respirar.