Como Fazer a Especialidade de Rapel – Desbravadores
REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:
- Faça o seguinte:
- Relacione e explique as regras de segurança
- Explique a placa de sinalização: ‘perigo de queda’
- Explicar o uso dos seguintes nós:
- Nó de fita
- Nó borboleta
- Figura de oito
- Pescador duplo
- Prussik
- Lais de Guia
- Desenhe um diagrama para descidas por rapel nos seguinte casos:
- Técnica de corda única
- Rapel positivo e negativo
- Saiba identificar o caminho para ancoragem segura em várias circunstancias. Exemplo: árvores, pedras, obstáculos.
Aprendendo sobre a Especialidade de Rapel
Pronto para a aventura vertical? Conquiste a Especialidade de Rapel! Aprenda os nós essenciais, técnicas de segurança e como descer com confiança. Este guia foi feito para desbravadores que buscam dominar os requisitos e se destacar nesta emocionante atividade.
Como Fazer a Especialidade de Rapel
A Especialidade de Rapel é uma das mais procuradas pelos desbravadores, pois combina desafio, técnica e contato com a natureza. Para cumpri-la, é preciso ir além da simples descida e compreender os fundamentos que garantem uma prática segura e responsável. Dominar os equipamentos, os nós e os procedimentos de segurança é o primeiro passo para qualquer aventureiro.
Segurança em Primeiro Lugar: Regras Essenciais do Rapel
Antes de qualquer descida, a segurança é a prioridade máxima. A prática do rapel envolve riscos que podem ser minimizados com planejamento e atenção aos detalhes. Seguir as regras de segurança não é opcional; é o que separa uma aventura incrível de um acidente. Isso começa com a sua própria condição e se estende a todo o ambiente ao redor.
- Condições Pessoais: Esteja sempre em boa forma física e mental. O cansaço e a distração são inimigos da segurança.
- Planejamento: Estude o local da descida, planeje cada passo e nunca pratique rapel sozinho. Sempre avise um responsável sobre seus planos.
- Clima: Verifique a previsão do tempo antes de sair. Chuva e ventos fortes podem tornar a atividade extremamente perigosa.
- Acompanhamento: Principalmente para iniciantes, é fundamental estar acompanhado por um instrutor experiente ou uma empresa certificada.
- Conheça seus Limites: Respeite seus limites físicos e emocionais, os de seus parceiros e os da natureza.
A checagem dos equipamentos é um ritual obrigatório. Cada item deve ser inspecionado antes de cada uso, mesmo que pareça perfeito. Procure por equipamentos com certificação internacional (UIAA, CE) e sempre verifique a capacidade de carga. A redundância é um conceito chave: utilize sistemas de ancoragem com múltiplos pontos para garantir que, se um falhar, o outro segurará.
Uma regra de ouro no rapel é sempre dar um nó na ponta final da corda. Isso impede que ela escape acidentalmente do seu freio durante a descida, uma medida simples que previne quedas graves.
Parte da segurança é entender a sinalização. A placa de “perigo de queda”, geralmente triangular com fundo amarelo e um pictograma preto, serve como um alerta visual universal. Ela indica a presença de um desnível acentuado, exigindo cuidado máximo. Em áreas de rapel, essa placa delimita a zona de risco na borda, alertando participantes e curiosos.
Dominando os Nós Essenciais para a Especialidade de Rapel
Os nós são as ferramentas fundamentais de quem pratica atividades verticais. Para a Especialidade de Rapel, conhecer e saber executar corretamente um conjunto específico de nós é um requisito crucial. Cada um tem uma função específica, e a sua segurança depende diretamente da correta confecção e aplicação deles.
Nó de Fita (ou Nó d’Água): Este nó é usado exclusivamente para unir as duas pontas de uma fita tubular, criando um anel de fita. Esses anéis são versáteis, servindo principalmente para montar ancoragens em pontos naturais, como árvores e grandes rochas.
- Faça um nó simples em uma das pontas da fita, deixando uma sobra.
- Com a outra ponta, siga o caminho do nó simples na direção oposta, como se estivesse “costurando” o nó.
- A fita deve passar paralelamente, sem torcer ou se sobrepor.
- Ajuste o nó puxando as quatro partes para que fique compacto e organizado.
Nó Borboleta (ou Borboleta Alpina): Conhecido por criar uma alça fixa e segura no meio de uma corda. Sua grande vantagem é que ele funciona sob tensão em qualquer uma das três direções. É perfeito para isolar um trecho danificado da corda ou criar um ponto de ancoragem no meio do caminho.
- Enrole a corda três vezes na palma da mão.
- Pegue a primeira volta (mais perto dos dedos) e passe-a por cima das outras duas.
- Pegue essa mesma volta novamente e passe-a por cima da volta restante.
- Puxe essa alça por baixo de tudo e para fora, ajustando o nó.
Nó Figura de Oito: É o nó mais importante para se conectar à corda. Na sua forma de “oito duplo enfiado”, é o padrão para amarrar a corda na cadeirinha (arnês). É extremamente seguro, fácil de inspecionar visualmente e não aperta demais após receber peso, facilitando na hora de desfazê-lo.
- Dobre a ponta da corda, criando uma alça dupla.
- Com a parte dobrada, faça uma volta passando por trás da corda principal.
- Continue a volta, passando pela frente e inserindo a ponta da alça por dentro da primeira volta criada.
- Ajuste para que as cordas fiquem paralelas, formando um desenho de número 8.
Nó Pescador Duplo: É o nó mais seguro para unir duas cordas de diâmetros iguais ou parecidos. Também é o nó padrão para fazer anéis de cordelete, que são usados para o nó Prussik. Uma vez apertado sob carga, pode ser muito difícil de desatar.
- Coloque as duas cordas em paralelo.
- Com a ponta de uma corda, dê duas voltas ao redor da outra e passe a ponta por dentro das voltas. Aperte.
- Faça o mesmo processo com a outra corda, na direção oposta.
- Puxe as cordas principais para que os dois nós se encontrem e se travem no centro.
Nó Prussik: Este é um nó blocante, feito com um anel de cordelete em volta da corda principal. Ele desliza quando está sem peso, mas trava firmemente quando a carga é aplicada. Seu uso mais importante no rapel é como um backup de segurança: se você soltar a corda, o Prussik trava e impede a queda.
- Use um anel de cordelete (feito com o pescador duplo).
- “Abrace” a corda principal com o anel.
- Passe uma ponta do anel por dentro da outra, envolvendo a corda principal.
- Repita o processo mais duas vezes (três voltas no total).
- Organize as voltas e puxe a alça para apertar.
Nó Lais de Guia: Um nó clássico para formar uma alça fixa na ponta da corda. Sua fama vem da facilidade de ser desfeito, mesmo após muita tensão. No entanto, por essa mesma razão, ele exige um nó de arremate (backup) para garantir que não se solte sozinho.
- Faça uma pequena volta na corda (a “toca do coelho”).
- Passe a ponta da corda (o “coelho”) por dentro da toca, de baixo para cima.
- Dê a volta por trás da corda principal.
- Volte com a ponta para dentro da toca, de cima para baixo.
- Aperte o nó e faça um nó de segurança com a sobra.
Técnicas de Descida: Entendendo os Diagramas
Compreender a montagem do sistema de descida é vital para a Especialidade de Rapel. Embora um desenho físico seja mais claro, a descrição conceitual ajuda a visualizar como os componentes se conectam para garantir uma descida controlada e segura.
A Técnica de Corda Única (SRT) é o método mais comum, onde se utiliza um único lance de corda ancorado no topo. O sistema se divide em três partes:
- Ancoragem: No topo, a corda é fixada em pontos “à prova de bombas” (extremamente seguros), preferencialmente dois, com a carga distribuída entre eles.
- Praticante: O desbravador conecta sua cadeirinha à corda usando um freio (como o freio oito) para controlar a velocidade e um nó blocante (Prussik) como backup de segurança.
- Corda: A corda desce livre até a base, com um nó na ponta para segurança. Ela deve ter comprimento suficiente para alcançar um local seguro.
Além da montagem, existem diferentes estilos de descida. A diferença entre rapel positivo e negativo está no contato com a superfície. No rapel positivo, o praticante mantém os pés apoiados na parede, “caminhando” para trás. É a técnica mais comum para iniciantes. Já no rapel negativo, a descida ocorre em vão livre, sem apoio para os pés, como em pontes ou cachoeiras. O controle do corpo e da velocidade depende exclusivamente do equipamento.
A Arte da Ancoragem: Identificando Pontos Seguros
A escolha da ancoragem é talvez a decisão mais crítica em toda a preparação para o rapel. Uma ancoragem fraca compromete todo o sistema. Aprender a identificar um caminho seguro para ancorar em diferentes circunstâncias é um dos principais requisitos desta especialidade.
Ao usar árvores, escolha uma que seja viva, grossa (diâmetro mínimo de 20-30 cm) e com raízes firmes. Ancore sempre o mais perto possível da base para evitar um efeito de alavanca. Proteja a casca da árvore e sua corda com protetores específicos. Para rochas, procure blocos grandes e sólidos, que façam parte da formação principal. Bata na rocha para testar se o som é maciço e verifique se não há rachaduras. Cuidado com arestas cortantes.
Os três princípios fundamentais para uma ancoragem segura, que todo desbravador deve memorizar, são:
- Redundância: Nunca confie em um único ponto. Use no mínimo dois pontos de ancoragem independentes.
- Equalização: A força deve ser distribuída igualmente entre os pontos de ancoragem.
- Ângulo Baixo: O ângulo formado pelas fitas que ligam os pontos de ancoragem deve ser o menor possível (idealmente abaixo de 60 graus) para não multiplicar a força sobre eles.