Como Fazer a Especialidade de Ordem Unida – instrutor – Desbravadores
REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:
- Ter a especialidade de Ordem unida – avançado.
- Relacione algumas regras de segurança para se praticar ordem unida. Considerar tipo de solo, calçados, etc.
- Demonstrar conhecimento em primeiros socorros para o seguinte:
- Torção
- Insolação
- Com base nas três etapas da voz de comando, identifique-as nos comandos a seguir:
- Clube, sentido
- Direita volver
- Frente para a retaguarda
- Marcar passo
- Em frente
- Em direção à esquerda
- Fora de forma, marche
- Utilizando-se do método de ensino de execução por tempos, explique como se desenvolve cada parte da execução dos seguintes comandos:
- A pé firme
- Em deslocamento
- Como deve ser a inserção de novatos nos exercícios de ordem unida? Explique qual a importância das instruções individuais e da divisão inicial do grupo por nível de habilidade.
- Descreva os deveres e as qualidades que um instrutor deve ter para que os exercícios de ordem unida atinjam as suas finalidades.
- Ensinar um grupo de desbravadores novos no clube a executarem corretamente os requisitos 7 e 8 da especialidade de Ordem Unida.
- Em quais posições (postura e posição) o instrutor deverá permanecer enquanto comanda um grupo em ordem unida, parado e em deslocamento?
- Comandar um grupo por, pelo menos, 30 minutos. Neste período deverão ser efetuados comandos a pé firme e em passo ordinário. O que deve ser avaliado é o posicionamento, postura, a energia e execução correta das etapas de voz de quem comanda.
- Treinar um grupo de desbravadores, ensinando os movimentos com bandeirins e participar de uma cerimônia cívica na igreja ou em outra programação especial.
- Participar de, pelo menos, 3 desfiles como instrutor de pelotão. Um dos pelotões deve ser de bandeiras e/ou bandeirins.
- Quais as diferenças entre a forma de condução de bandeiras e bandeirins, em desfiles e passeatas?
- Descrever a diferença entre coreografia e ordem unida.
- Usando apenas os comandos abaixo, desenvolver e treinar um grupo de, pelo menos, 30 desbravadores a formarem um dos emblemas dos Desbravadores. O grupo devera iniciar a evolução a partir da formação que se entra em forma.
- Criar uma evolução usando os comandos e movimentos padrões de ordem unida.
- Criar uma brincadeira usando seu conhecimento de ordem unida.
- Que princípios de ordem unida podem ser aprendidos na Bíblia através da leitura de Joel 2: 7 e 8? Que importante promessa esse mesmo capítulo ensina nos versos 28 e 32?
Aprendendo sobre a Especialidade de Ordem Unida – instrutor
Tornar-se um líder de pelotão é um passo marcante na jornada de um desbravador. A Especialidade de Ordem Unida – Instrutor desenvolve disciplina, liderança e a capacidade de ensinar. Este guia detalha os requisitos para dominar os comandos, treinar seu pelotão e ser um exemplo de precisão e marcialidade para todos.
Como fazer a Especialidade de Ordem Unida – instrutor
O Ponto de Partida: Dominando a Ordem Unida Avançada
Para se tornar um instrutor, o primeiro passo é ser um mestre naquilo que se pretende ensinar. Por isso, ter a especialidade de Ordem Unida – Avançado é um pré-requisito fundamental. Isso garante que o candidato já possui uma base sólida, incluindo experiência em um pelotão por pelo menos seis meses, participação em apresentações públicas e o domínio de movimentos com bandeirins. A habilidade de manter o passo, executar evoluções e comandar um grupo em movimentos básicos já deve estar consolidada.
Segurança em Primeiro Lugar: Prevenindo e Tratando Lesões
A prática da ordem unida exige atenção à segurança para evitar acidentes e garantir o bem-estar de todos os desbravadores. Um bom instrutor está sempre atento a esses detalhes, que são cruciais para o sucesso do treinamento.
Regras de Segurança Essenciais na Prática
- Local Adequado: O terreno deve ser plano, livre de buracos, pedras ou qualquer obstáculo. Solos muito duros, como asfalto, ou escorregadios, como grama molhada, devem ser evitados.
- Calçados Apropriados: É indispensável o uso de calçados fechados e confortáveis, como botas ou tênis, que ofereçam bom suporte aos tornozelos.
- Hidratação Constante: Especialmente em dias quentes, pausas regulares para beber água são essenciais para evitar a desidratação.
- Duração do Treino: Sessões curtas e frequentes, de no máximo 30 minutos contínuos, são mais eficazes e evitam o cansaço excessivo.
- Condições Climáticas: A prática sob sol forte ou chuva intensa deve ser evitada. Procurar locais com sombra é sempre uma boa opção.
- Respeito aos Limites: O instrutor deve respeitar as limitações físicas de cada um, sem forçar ou ridicularizar quem apresenta dificuldades.
Primeiros Socorros para Torções e Insolação
Mesmo com todas as precauções, acidentes podem acontecer. Saber como agir em situações de emergência é uma responsabilidade chave na Especialidade de Ordem Unida – instrutor. As lesões mais comuns são torções e casos de insolação.
Para casos de Torção (Entorse):
- Repouso: Interromper a atividade imediatamente e evitar colocar peso sobre a articulação afetada.
- Gelo: Aplicar uma bolsa de gelo enrolada em um pano no local por 15 a 20 minutos para reduzir a dor e o inchaço.
- Compressão: Enfaixar a articulação com uma atadura elástica para dar firmeza, sem apertar demais.
- Elevação: Manter o membro lesionado elevado, de preferência acima do nível do coração.
Para casos de Insolação:
- Levar a vítima para um local fresco, arejado e com sombra imediatamente.
- Afrouxar as roupas para facilitar a respiração e o resfriamento do corpo.
- Aplicar compressas úmidas na testa, pescoço, axilas e virilhas.
- Se a pessoa estiver consciente, oferecer água em pequenos goles.
- Procurar atendimento médico o mais rápido possível, pois a insolação é uma condição grave.
A Arte da Voz de Comando: Estrutura e Aplicação
A voz de comando é a ferramenta principal do instrutor. Ela possui uma estrutura de três partes que garante clareza e precisão na execução dos movimentos. Compreender essa estrutura é essencial para comandar com eficácia.
- Voz de Advertência: Alerta o grupo sobre um comando iminente (Ex: “Clube!”).
- Voz de Comando: Indica qual movimento será executado (Ex: “Direita”).
- Voz de Execução: Determina o momento exato da ação, sendo curta e enérgica (Ex: “VOLVER!”).
Analisando alguns comandos, a identificação fica mais clara:
- Clube, sentido: “Clube” (Advertência) e “Sentido” (Execução, com comando implícito).
- Direita volver: “Direita” (Comando) e “Volver” (Execução).
- Frente para a retaguarda: “Frente para a” (Comando) e “Retaguarda” (Execução).
- Marcar passo: “Marcar” (Comando) e “Passo” (Execução).
- Fora de forma, marche: “Fora de forma” (Comando) e “Marche” (Execução).
Ensinando com Precisão: O Método por Tempos
Para ensinar movimentos complexos, o método por tempos é uma técnica pedagógica valiosa. Ele divide a ação em partes menores e numeradas, permitindo que os desbravadores aprendam o movimento passo a passo, facilitando a correção e a memorização.
Execução a Pé Firme (Ex: Esquerda Volver)
- Tempo 1: O desbravador levanta a ponta do pé esquerdo e o calcanhar do direito, apoiando o peso do corpo nesses dois pontos.
- Tempo 2: Gira 90 graus para a esquerda sobre o pivô formado pelo calcanhar esquerdo e a ponta do pé direito.
- Tempo 3: Une o pé direito ao esquerdo com energia, batendo os calcanhares e voltando à posição de “Sentido”.
Execução em Deslocamento (Ex: Direita Volver em Marcha)
- A voz de comando é dada quando o pé esquerdo toca o solo.
- O desbravador dá um passo à frente com o pé direito e, ao assentá-lo, gira 90 graus para a direita sobre a planta do pé.
- A perna esquerda avança flexionada, bate no solo e a marcha recomeça na nova direção.
Integrando Novos Desbravadores com Sucesso
A maneira como um novato é introduzido à ordem unida pode definir sua percepção sobre a atividade. A inserção deve ser gradual e encorajadora. A instrução individual é o ponto de partida ideal, pois permite que o instrutor dê atenção focada, corrija posturas com paciência e construa a confiança do desbravador sem a pressão do grupo. Somente após o domínio dos movimentos básicos, o novato deve ser integrado ao coletivo.
Quando possível, dividir o pelotão por nível de habilidade (iniciantes, intermediários, avançados) otimiza o treino. Essa estratégia permite um ensino direcionado, evitando que os avançados fiquem entediados e que os iniciantes se sintam perdidos. Isso cria um ambiente de aprendizado mais justo e motivador para todos.
O Perfil do Instrutor: Deveres e Qualidades de um Líder
Ser um instrutor de ordem unida vai além de saber os comandos. É um papel de liderança e educação. Para que os objetivos de disciplina e unidade sejam alcançados, o instrutor deve possuir certas qualidades e cumprir deveres específicos.
- Deveres: Explicar e demonstrar cada movimento, corrigir com paciência, planejar a instrução, garantir a segurança e, acima de tudo, ser o exemplo em disciplina e postura.
- Qualidades: Paciência e respeito são fundamentais. A voz de comando deve ser firme, mas não agressiva. É preciso ter conhecimento técnico, liderança, entusiasmo e uma boa aparência pessoal, com o uniforme sempre alinhado.
Plano de Aula Prático: Ensinando os Fundamentos
Para cumprir os requisitos práticos da Especialidade de Ordem Unida – instrutor, como ensinar os movimentos básicos a um grupo de novatos, um plano de aula estruturado é a chave. A sessão pode ser dividida em etapas, começando com uma preparação animada, seguida pelo ensino dos movimentos a pé firme (Sentido, Descansar, Voltas) e, depois, os movimentos em marcha (Passo Ordinário, Alto, Marcar Passo). Utilizar o método por tempos e analogias ajuda na compreensão. O encerramento deve incluir uma revisão e palavras de incentivo.
Posicionamento Estratégico do Instrutor
A posição do instrutor durante o comando não é aleatória; ela é estratégica para garantir a eficácia da instrução. Com o grupo parado, o instrutor deve se posicionar à frente e centralizado, a uma distância que permita ser visto e ouvido por todos, sempre na posição de “Sentido” ao comandar. Já com o grupo em deslocamento, a posição correta é ao lado esquerdo da formação, na altura do meio do pelotão. Isso permite observar o alinhamento, a cadência e fazer correções individuais com facilidade.
Liderando na Prática: Comandando um Pelotão por 30 Minutos
A avaliação prática de comandar um grupo por 30 minutos testa a capacidade do candidato a instrutor. O segredo é planejar a sessão, alternando entre comandos a pé firme e em marcha para manter o grupo engajado. O avaliador observará o posicionamento correto, a postura exemplar, a energia e o entusiasmo transmitidos, e a execução da voz de comando, que deve ser clara, com a entonação correta e com a pausa adequada entre a voz de comando e a de execução.
Conduzindo com Honra: Bandeiras, Bandeirins e Desfiles
A condução de bandeiras e bandeirins adiciona um elemento de solenidade à ordem unida. O instrutor deve saber ensinar os movimentos específicos e liderar o pelotão em cerimônias e desfiles, demonstrando respeito e precisão.
Ensinando Movimentos com Bandeirins
O bandeirim possui movimentos próprios que adaptam os comandos a pé firme. Posições como “Descansar”, “Sentido”, “Apresentar Arma” (para hinos ou orações) e “Ombro Arma” (para marcha) devem ser ensinadas com atenção aos detalhes, como a posição das mãos e o ângulo do mastro.
Atuando como Instrutor em Desfiles
Participar de desfiles como instrutor é uma experiência prática valiosa. Exige preparação intensa, com treinos focados na manutenção do passo e alinhamento. Durante o desfile, o instrutor se posiciona ao lado esquerdo do pelotão, comandando as conversões e a continência ao passar por autoridades com o comando “OLHAR À DIREITA!”.
Diferenças na Condução de Bandeiras e Bandeirins
Embora ambos sejam símbolos, há diferenças cruciais na condução. As bandeiras são mais pesadas, exigem um cinto especial (talabarte) e são mantidas na vertical. A Bandeira Nacional, em particular, nunca se inclina. Já os bandeirins são mais leves, conduzidos na posição de “Ombro Arma” durante o desfile, e seu portador executa todos os comandos, incluindo virar a cabeça em continência.
Ordem Unida vs. Coreografia: Disciplina versus Expressão Artística
É importante não confundir ordem unida com coreografia. A Ordem Unida tem finalidade prática e formativa, com movimentos padronizados e rígidos, executados sob voz de comando para desenvolver disciplina e unidade. A Coreografia, por outro lado, tem finalidade artística e expressiva, com movimentos livres e criativos, geralmente sincronizados com música para contar uma história ou criar um efeito visual.
Criatividade e Precisão: Desenvolvendo Evoluções
As evoluções são o lado criativo da ordem unida. Elas combinam comandos padrões para criar apresentações complexas e visualmente impactantes. O planejamento é a chave para o sucesso.
Formando Emblemas com Comandos Básicos
Um desafio interessante é usar comandos básicos para formar figuras, como o triângulo dos Desbravadores. Isso exige um planejamento cuidadoso no papel, calculando quantos passos e giros cada desbravador precisa executar. Comandos como “X passos em frente, MARCHE”, “Conversão à Direita” e “Oitavas a esquerda” são ferramentas essenciais para mover as colunas e fileiras de forma precisa até a formação desejada.
Criando uma Evolução Sincronizada
Uma evolução, ou ordem unida sem comando, é uma sequência de movimentos planejada e sincronizada com uma música ou contagem. O processo envolve escolher uma música com batida clara, desenhar a sequência de movimentos no papel, atribuir um número de batidas a cada movimento e ensaiar exaustivamente, primeiro com contagem e depois com a música, até atingir a sincronia perfeita.
Aprendizado Divertido: Brincadeiras com Ordem Unida
Transformar o treino em diversão é uma ótima maneira de engajar os desbravadores. Brincadeiras que usam comandos de ordem unida ajudam a reforçar o aprendizado de forma leve.
- O Mestre Mandou (Versão O.U.): O líder dá comandos de ordem unida, mas só devem ser obedecidos se precedidos por “O mestre mandou…”. Treina a atenção.
- Corrida de Comandos: Unidades competem para ver quem executa uma sequência de comandos mais rápido e corretamente.
- Labirinto Humano: Os desbravadores formam um labirinto com os braços, e o instrutor muda os corredores com comandos de “Direita Volver” ou “Esquerda Volver”, enquanto um “gato” persegue um “rato”.
Fundamentos Espirituais: Lições de Joel para o Desbravador
A Bíblia também oferece princípios que se alinham com a ordem unida. Os versos de Joel 2:7-8 descrevem um exército disciplinado que serve como uma poderosa analogia. “Cada um vai no seu caminho e não se desvia da sua fileira” e “Não empurram uns aos outros” falam diretamente sobre alinhamento, cobertura, respeito e cooperação, valores centrais tanto para um pelotão quanto para o povo de Deus.
O mesmo capítulo, nos versos 28 e 32, traz promessas fundamentais. A primeira é o derramamento do Espírito Santo sobre todos, capacitando o povo de Deus para a missão. A segunda é a promessa da salvação para “todo aquele que invocar o nome do SENHOR”. Essas promessas lembram ao instrutor e aos desbravadores que a disciplina e a unidade têm um propósito maior: servir a Deus, que nos capacita e nos oferece a salvação.