Como Fazer a Especialidade de Mapa e Bússola – Desbravadores

REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:

Aprendendo sobre a Especialidade de Mapa e Bússola

Domine a navegação e explore com segurança! Este guia para a Especialidade de Mapa e Bússola ensina a ler mapas topográficos, usar coordenadas UTM e orientar-se com precisão. Concluir estes requisitos prepara qualquer desbravador para a aventura.

Como fazer a Especialidade de Mapa e Bússola

Desvendando os Mapas Topográficos e Ortofotos

Um mapa topográfico é uma representação detalhada da superfície terrestre em duas dimensões. Sua principal função é mostrar o relevo, ou seja, as subidas e descidas do terreno, através de linhas chamadas curvas de nível. Diferente de um mapa comum, ele oferece uma visão tridimensional do local, sendo uma ferramenta essencial para a exploração.

Além do relevo, um mapa topográfico contém informações vitais para qualquer desbravador. Nele, encontramos representações de rios e lagos (hidrografia), estradas e construções (planimetria), e tipos de vegetação. O mapa também inclui uma legenda para decifrar os símbolos, a escala para medir distâncias e informações sobre o norte, que são cruciais para a navegação. Para cumprir os requisitos da especialidade, é fundamental entender como esses elementos se combinam.

Os mapas topográficos são ferramentas versáteis com múltiplos usos. Eles são indispensáveis no planejamento de trilhas e acampamentos, na engenharia para a construção de estradas e edifícios, e em estudos ambientais para analisar bacias hidrográficas e o solo.

Uma versão moderna e fotográfica do mapa é o mapa ortofoto. Trata-se de uma fotografia aérea corrigida digitalmente para eliminar distorções. O resultado é uma imagem com escala precisa, que funciona como um mapa fotográfico. Com uma ortofoto, é possível medir distâncias e áreas diretamente na imagem, tornando-a uma base poderosa para o planejamento e monitoramento de áreas.

Decifrando a Linguagem dos Símbolos Cartográficos

Para ler um mapa corretamente, é preciso conhecer sua linguagem: os símbolos e convenções cartográficas. A legenda é o dicionário do mapa, mas familiarizar-se com os símbolos mais comuns acelera a interpretação e a tomada de decisões em campo. Abaixo estão alguns dos símbolos essenciais para a Especialidade de Mapa e Bússola.

a. Construções Humanas (Planimetria)

• Estrada pavimentada: Geralmente uma linha dupla e vermelha.
• Estrada não pavimentada: Linhas tracejadas.
• Ferrovia: Uma linha preta com pequenos traços perpendiculares.
• Edificações e áreas urbanas: Polígonos preenchidos de preto ou rosa.
• Ponte: Símbolo específico sobre o traçado de uma estrada ou rio.
• Igreja: Quadrado com uma cruz no topo.
• Cemitério: Área demarcada com pequenas cruzes.
• Linha de alta tensão: Linha tracejada com pontos, representando as torres.

b. Locais com Água (Hidrografia)

• Rio ou córrego perene: Linha azul contínua.
• Rio ou córrego intermitente: Linha azul tracejada.
• Lago ou represa: Polígono preenchido de azul.
• Pântano ou brejo: Símbolos de tufos de vegetação sobre uma área azulada.
• Nascente de água: Pequeno círculo azul.
• Cachoeira: Símbolo de degrau sobre o curso do rio.

c. Características da Vegetação

• Mata ou floresta: Área preenchida com a cor verde.
• Reflorestamento ou cultura: Padrão regular de pequenos símbolos.
• Campo ou vegetação rasteira: Verde claro ou a cor branca do papel.
• Mangue: Símbolo que combina água e vegetação.
• Pomar ou plantação: Símbolos organizados em fileiras.

Entendendo o Relevo: Curvas de Nível e Elevação

A elevação é a altitude de um ponto em relação ao nível do mar. Nos mapas, ela é mostrada pelas curvas de nível. Cada linha conecta pontos de mesma altitude. O intervalo entre curvas de nível, ou equidistância, é a diferença de altitude fixa entre uma curva e outra (por exemplo, 20 metros). Essa informação, sempre presente na legenda, revela o quão íngreme é o terreno.

A forma como as curvas de nível são desenhadas permite identificar o relevo:

• Montes e cumes: São representados por curvas de nível fechadas, uma dentro da outra. O ponto mais alto fica no centro.
• Vales: As curvas formam um “V” ou “U”. O vértice do “V” sempre aponta para a parte mais alta do terreno (montante).
• Penhascos e terrenos íngremes: Indicados por curvas de nível muito próximas. Quanto mais juntas, mais íngreme é a subida ou descida.
• Terreno plano: Mostrado por curvas de nível bem distantes umas das outras.

Medindo Distâncias: Escala e Conversão

A escala de um mapa é a relação matemática entre a distância no papel e a distância no mundo real. Ela define como as distâncias são representadas e é fundamental para o planejamento de qualquer percurso. Existem dois tipos de escala que todo desbravador precisa conhecer para completar os requisitos da especialidade.

1. Escala Numérica: Expressa como uma fração (ex: 1:50.000). Isso significa que 1 centímetro no mapa equivale a 50.000 centímetros (ou 500 metros) na realidade.
2. Escala Gráfica: Uma régua desenhada no mapa que mostra diretamente a correspondência. Por exemplo, um segmento de 2 cm na barra pode indicar 1 km no terreno.

Para medir uma distância, use uma régua para obter a medida em linha reta no mapa. Se o caminho for curvo, como uma trilha, use um barbante para contornar o trajeto e depois meça o comprimento do barbante. Para converter essa medida para a distância real usando a escala numérica (ex: 1:100.000), multiplique os centímetros medidos por 100.000. Se mediu 4 cm, a distância real é de 400.000 cm, o que equivale a 4 quilômetros.

Navegação Precisa com Coordenadas e o Sistema UTM

O sistema de grade (Grid) é uma rede de linhas que forma quadrados sobre o mapa, permitindo localizar qualquer ponto com precisão. O sistema mais comum é o UTM (Universal Transversa de Mercator), que divide o mundo em 60 fusos verticais. O território da Divisão Sul-Americana abrange múltiplos fusos UTM. Para descobrir o fuso da sua cidade, você pode usar ferramentas como o Google Earth, que mostra a grade e o número do fuso correspondente (por exemplo, Brasília está no fuso 23K).

Uma coordenada UTM completa informa o fuso, a zona de latitude e as coordenadas em metros (Leste e Norte). No entanto, para uma localização rápida, usa-se um sistema de grade de 6 dígitos. Os três primeiros dígitos são da coordenada Leste e os três últimos, da Norte. A regra é “ler à direita, depois para cima”. Isso permite localizar um ponto com uma precisão de 100 metros, uma habilidade essencial para a Especialidade de Mapa e Bússola.

Os Três Nortes: Orientação para Desbravadores

Para usar um mapa e uma bússola juntos, é crucial entender que existem três “nortes” diferentes. Confundi-los pode levar a erros significativos de navegação.

• Norte Verdadeiro (NV): A direção do Polo Norte geográfico, um ponto fixo. É a referência principal.
• Norte Magnético (NM): A direção para onde a agulha da bússola aponta. Este ponto magnético se move lentamente ao longo do tempo.
• Norte da Quadrícula (NQ): A direção norte indicada pelas linhas verticais da grade UTM em um mapa plano.

A diferença angular entre o Norte Verdadeiro e o Norte Magnético é chamada de Declinação Magnética. Já a diferença entre o Norte Verdadeiro e o Norte da Quadrícula é a Convergência Meridiana. O diagrama de declinação, impresso na margem do mapa, mostra a relação entre esses três nortes. Saber como usar essa informação para corrigir a leitura da bússola é uma das competências mais importantes para quem deseja dominar a arte da orientação e concluir com sucesso a Especialidade de Mapa e Bússola.