Atividades Profissionais

Como Fazer a Especialidade de Intérprete de Língua de Sinais – Desbravadores

Especialidade de Intérprete de Língua de Sinais

REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:

  1. Ter a especialidade de Língua de sinais – avançado.
  2. Fazer uma pesquisa sobre a história mundial dos surdos, a partir de Pedro Ponce de León, e escrever uma redação de, pelo menos, 500 palavras ou fazer uma apresentação oral de 5 minutos.
  3. O que é Classificador? Qual a importância desta estrutura gramatical na língua de sinais?
  4. Fazer uma pesquisa sobre a legislação em seu país que trata sobre surdez ou língua de sinais. Quais são os direitos e deveres dos surdos contidos nesses documentos jurídicos?
  5. Por que não se deve usar a expressão surdo-mudo, mas apenas surdo?
  6. Sobre a profissão de intérprete, pesquisar os seguintes tópicos:
    1. O que é necessário para se tornar um intérprete de língua de sinais?
    2. Quais são as oportunidades de trabalho, em sua região ou Estado, para estes profissionais?
    3. Quais instituições, em sua região ou Estado, oferecem cursos nesta área?
    4. Existem cursos de graduação e/ou pós-graduação em língua de sinais em seu país? Qual o perfil profissional dos alunos formados nestes cursos?
  7. Como funciona a certificação de proficiência na língua de sinais em seu pais? Quais são os critérios para se obter este certificado? Quais as vantagens de se obtê-lo?
  8. Cumprir um dos seguintes:
    1. Ser intérprete em sua Igreja, interpretando, pelo menos, 1 vez por semana durante, no mínimo, 6 meses.
    2. Trabalhar como intérprete em qualquer instituição ou empresa por, pelo menos, 3 meses.
    3. Atuar como monitor de uma disciplina de lingua de sinais por, pelo menos, 1 semestre.
    4. Se você já cumpriu os itens a, b ou c no passado, cumprir um deles, novamente, por, no mínimo, 1 mês.

Aprendendo sobre a Especialidade de Intérprete de Língua de Sinais

Aprender a interpretar a Língua de Sinais é abrir uma porta para um novo universo de comunicação, inclusão e serviço. Conquistar a Especialidade de Intérprete de Língua de Sinais prepara os desbravadores para serem pontes de comunicação, quebrando barreiras e conectando pessoas. Este guia detalha os requisitos e conhecimentos para você dominar essa habilidade tão importante.

Como fazer a Especialidade de Intérprete de Língua de Sinais

O Ponto de Partida: O Nível Avançado

Antes de se tornar um intérprete, é fundamental ter uma base sólida. O primeiro passo para a Especialidade de Intérprete de Língua de Sinais é já possuir a especialidade de Língua de Sinais – Avançado. Isso garante que o desbravador já domina um vocabulário extenso, consegue manter uma conversa básica e compreende as estruturas gramaticais essenciais da Libras, como o uso de expressões faciais e a correta configuração das mãos.

Uma Viagem no Tempo: A História da Comunidade Surda

Compreender o presente exige conhecer o passado. A história da comunidade surda é marcada por lutas e grandes conquistas. Um marco inicial é Pedro Ponce de León, um monge espanhol do século XVI, considerado o primeiro professor de surdos da história. Ele provou que os surdos eram capazes de aprender, contrariando a crença da época de que a audição era essencial para o raciocínio.

Outros nomes importantes surgiram, como o abade francês Charles-Michel de l’Épée, que fundou a primeira escola pública para surdos em Paris, defendendo o uso da língua de sinais. Seu trabalho influenciou a educação de surdos em toda a Europa e levou a língua de sinais aos Estados Unidos através de seu aluno, Laurent Clerc. No entanto, o Congresso de Milão, em 1880, representou um grande retrocesso ao proibir as línguas de sinais nas escolas, impondo o método oralista. Apenas no final do século XX a importância do bilinguismo foi novamente reconhecida.

Desvendando a Gramática Visual: O Poder dos Classificadores

Na Língua Brasileira de Sinais (Libras), os classificadores (CL) são uma ferramenta gramatical poderosa e essencial. Um classificador é uma configuração de mão específica que descreve visualmente características como forma, tamanho, movimento e localização de objetos, pessoas ou animais. Eles funcionam como “desenhos no ar”, tornando a comunicação mais rica, detalhada e eficiente.

Por exemplo, em vez de um sinal único para “carro subindo a ladeira”, um intérprete pode usar um classificador que representa um veículo e mover a mão em uma trajetória ascendente. Dominar os classificadores é um passo crucial para alcançar a fluência em Libras, permitindo transmitir informações complexas de forma visual e precisa, algo fundamental para a Especialidade de Intérprete de Língua de Sinais.

Comunicação com Respeito: Por que Usar o Termo “Surdo”?

A linguagem que usamos molda a realidade e demonstra respeito. A expressão “surdo-mudo” é incorreta, pejorativa e não deve ser utilizada. O motivo principal é que a surdez não afeta os órgãos responsáveis pela fala. Muitas pessoas surdas aprendem a falar através de terapia e são conhecidas como “surdas oralizadas”.

O termo correto e respeitoso é simplesmente “surdo” ou “pessoa surda”. Usar a terminologia adequada é reconhecer a identidade cultural e linguística da comunidade surda, que lutou para superar estigmas históricos.

Direitos e Leis: A Legislação Brasileira sobre Libras

O Brasil possui uma legislação avançada que garante os direitos da comunidade surda e o reconhecimento da Libras. Conhecer essas leis é parte dos requisitos da especialidade. Os principais documentos são:

  • Lei nº 10.436/2002 (Lei de Libras): Reconheceu a Libras como meio legal de comunicação e expressão no Brasil.
  • Decreto nº 5.626/2005: Regulamentou a Lei de Libras, garantindo a presença de intérpretes em serviços públicos e tornando a disciplina de Libras obrigatória em cursos de formação de professores.
  • Lei nº 12.319/2010: Regulamentou a profissão de Tradutor e Intérprete de Libras.
  • Lei nº 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência): Reforçou o direito à educação bilíngue, saúde, trabalho e acesso à informação com recursos de acessibilidade.

Essas leis garantem que os surdos tenham acesso a uma educação inclusiva, atendimento em saúde com intérpretes, e acessibilidade em repartições públicas e na mídia. Os deveres dos cidadãos surdos são os mesmos de todos os outros brasileiros.

A Carreira de Intérprete de Libras: Formação e Oportunidades

A profissão de intérprete de Libras é regulamentada e oferece um campo de trabalho em expansão. Para os desbravadores que desejam seguir essa carreira, é importante conhecer o caminho da formação e as áreas de atuação.

Como se Tornar um Intérprete Profissional?

Para atuar profissionalmente, é necessário ter no mínimo o ensino médio completo e uma formação específica na área. As principais vias de qualificação incluem cursos de graduação (Letras-Libras), pós-graduação em tradução e interpretação, ou cursos profissionalizantes reconhecidos pelo MEC. A certificação de proficiência, como o antigo PROLIBRAS, também é um diferencial importante que atesta a competência do profissional.

O Mercado de Trabalho e Onde Estudar

As oportunidades para intérpretes são diversas e podem ser encontradas em todo o país. As principais áreas de atuação incluem:

  • Educação: Acompanhando alunos surdos em escolas e universidades.
  • Eventos: Em palestras, conferências, shows e eventos corporativos.
  • Mídia: Em programas de televisão, lives e conteúdo online.
  • Setor Jurídico e de Saúde: Em audiências, delegacias e consultas médicas.

No Brasil, diversas universidades federais oferecem a graduação em Letras-Libras. Além disso, instituições como SENAC, SESI e plataformas online especializadas oferecem cursos de formação e capacitação, permitindo que o estudante encontre uma opção adequada em sua região.

Colocando a Mão na Massa: Ganhando Experiência Prática

A parte final da Especialidade de Intérprete de Língua de Sinais exige imersão prática. O desbravador precisa aplicar seus conhecimentos em um ambiente real. Existem diferentes maneiras de cumprir este requisito prático:

  • Intérprete na Igreja: Muitas igrejas possuem ministérios para surdos. Converse com a liderança e ofereça-se para interpretar cultos ou reuniões. É uma excelente forma de servir à comunidade e praticar em um ambiente familiar.
  • Trabalho ou Voluntariado: Busque oportunidades de estágio ou trabalho voluntário em escolas, associações de surdos, ONGs ou eventos. Essa experiência proporciona um contato valioso com a comunidade surda e o dia a dia da profissão.
  • Monitoria Acadêmica: Se você está na universidade ou em um curso de Libras, verifique a possibilidade de atuar como monitor, auxiliando o professor e os colegas. É uma ótima maneira de reforçar o aprendizado e desenvolver habilidades de ensino.
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