Como Fazer a Especialidade de Arco e Flecha – avançado – Desbravadores

REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:

Aprendendo sobre a Especialidade de Arco e Flecha – avançado

A Especialidade de Arco e Flecha – avançado eleva suas habilidades de arqueiro a um novo patamar de precisão e técnica. Este guia detalha os requisitos para dominar equipamentos sofisticados, refinar sua postura e atingir pontuações de competição. Prepare-se para aprofundar seus conhecimentos e se tornar um arqueiro mais disciplinado e competente, cumprindo mais uma especialidade de Desbravadores.

Como fazer a Especialidade de Arco e Flecha – avançado

O Ponto de Partida: Pré-requisitos Essenciais

Para iniciar a jornada na Especialidade de Arco e Flecha – avançado, é fundamental já possuir a especialidade básica de Arco e Flecha. Este pré-requisito garante que o Desbravador tenha uma base sólida sobre as regras de segurança, o manuseio correto do equipamento e as técnicas fundamentais de tiro. Com essa fundação, o aprendizado dos conceitos avançados se torna mais seguro e eficiente.

Conhecendo seu Equipamento Avançado

Um arqueiro avançado precisa conhecer as ferramentas que aprimoram sua precisão. Identificar esses componentes e entender sua função principal é um passo crucial. Cada peça desempenha um papel específico para garantir um tiro consistente e certeiro.

• Esquadro do arco (Bow Square): Ferramenta em “T” para medir o brace height (distância da corda à empunhadura) e definir a posição exata do nocking point, onde a flecha se encaixa na corda.
• Bow Sight (Mira do arco): Acessório com pinos ajustáveis que ajuda o arqueiro a mirar em diferentes distâncias, aumentando a precisão.
• Peep Sight (Alça de mira): Pequena peça inserida na corda do arco, na altura do olho. Funciona como uma mira traseira que se alinha com a mira frontal (bow sight) e o alvo.
• Estabilizador: Haste rosqueada na frente do arco que absorve vibrações, reduz o ruído e aumenta a estabilidade durante a mira.
• Clicker bow (Clicador): Lâmina que emite um “clique” quando a flecha é puxada até um ponto pré-definido, garantindo que cada puxada tenha a mesma força e consistência.
• Bow Level (Nivelador): Um pequeno nível de bolha, geralmente integrado à mira, que indica se o arco está inclinado para os lados, ajudando a corrigir erros de mira lateral.
• Penas Plásticas (Vanes): Aletas de plástico coladas na flecha que a fazem girar durante o voo, estabilizando sua trajetória para um percurso reto e preciso.
• Flip Rest (Descanso de Flecha regulável): Suporte que segura a flecha e se retrai no momento do disparo, permitindo que a flecha passe com o mínimo de interferência, resultando em um voo mais limpo.

O Paradoxo do Arqueiro: Entendendo o Voo da Flecha

A flexibilidade da flecha, conhecida como “spine”, é um conceito vital na arquearia. Quando a corda empurra a flecha, ela não sai voando perfeitamente reta no início. Na verdade, ela se flexiona para contornar o corpo do arco, em um fenômeno chamado de Paradoxo do Arqueiro. Entender como isso funciona é essencial para a escolha correta das flechas.

1. Repouso: A flecha está reta no arco.
2. Compressão: A força da corda comprime a flecha, fazendo-a dobrar para fora do arco.
3. Flexão Contrária: Imediatamente, a flecha se dobra na direção oposta, contornando o arco.
4. Estabilização: A flecha continua oscilando, mas as penas rapidamente a estabilizam, fazendo-a seguir em linha reta até o alvo.

Se o spine da flecha for muito duro ou muito mole para a potência do arco, ela não se flexionará corretamente, resultando em desvios e perda de precisão.

Técnicas Seguras para Encordoar seu Arco

Encordoar um arco recurvo de forma incorreta pode danificar as lâminas ou causar acidentes. É fundamental usar uma técnica segura. Lembre-se: nunca dispare um arco sem flecha (“disparo a seco”), pois a energia pode danificar o equipamento. Existem dois métodos principais e seguros para essa tarefa.

Método do Encordoador de Arco (Bow Stringer)

Este é o método mais seguro e recomendado por especialistas. O encordoador é uma corda especial que distribui a força de maneira uniforme pelas lâminas. Para usá-lo, encaixe as extremidades do encordoador nas pontas do arco, pise no meio dele e puxe o arco para cima. Isso flexionará as lâminas, permitindo que você deslize a corda do arco para o lugar correto sem esforço e com total segurança.

Método de Passar a Perna (Step-Through)

Este método dispensa ferramentas, mas exige mais cuidado para não torcer as lâminas. Passe uma perna por dentro do arco, apoiando a lâmina inferior no peito do pé (nunca no chão). Puxe a empunhadura com uma mão enquanto empurra a lâmina superior com a outra para flexioná-la. Com o arco flexionado, deslize a corda até o encaixe. Este método requer prática para ser executado sem comprometer a integridade do arco.

Dominando as Técnicas de Mira

Para a Especialidade de Arco e Flecha – avançado, é preciso conhecer diferentes formas de mirar. O termo “retesar o arco” neste requisito refere-se, na verdade, às técnicas de mira. Dominar esses métodos permite ao arqueiro adaptar-se a diferentes situações e equipamentos.

• Tiro Instintivo: A forma mais pura de mira. O arqueiro foca intensamente no alvo com ambos os olhos abertos, sem usar miras. O cérebro calcula a trajetória com base na repetição e na memória muscular, de forma semelhante a arremessar uma bola.
• Mira por Vão (Gap Shooting): Utiliza a ponta da flecha como referência. O arqueiro mira com a ponta em um ponto acima ou abaixo do alvo, compensando a parábola do voo da flecha. Esse “vão” (gap) muda conforme a distância.
• Caminhar na Corda (String Walking): Uma técnica para arcos sem mira (barebow). O ponto de ancoragem no rosto é fixo, mas a posição dos dedos na corda varia. Para tiros curtos, os dedos descem na corda; para longos, sobem. Isso altera o ângulo da flecha e permite mirar diretamente no alvo em várias distâncias.

Ajuste Fino: Corrigindo Problemas Comuns no Tiro

A consistência é a chave para a precisão na arquearia. Identificar e corrigir pequenos erros na sua forma pode fazer uma grande diferença na pontuação. A seguir, alguns problemas comuns e suas soluções.

Correção da Postura Corporal

Um erro comum é inclinar o corpo para frente ou para trás. A correção é manter uma base estável, com os pés afastados na largura dos ombros e o corpo ereto. Gire a cintura em direção ao alvo, mantendo a cabeça reta e virando apenas o pescoço para mirar. Isso cria uma plataforma sólida para o tiro.

Ajuste da Empunhadura

Segurar o arco com muita força, o chamado “punho da morte”, causa torção e inconsistência. A empunhadura deve ser relaxada. O arco repousa na base do polegar, e os dedos ficam relaxados. O uso de uma alça de dedo (sling) ajuda a confiar que o arco não cairá, permitindo uma mão completamente relaxada.

Melhorando a Largada

Uma largada inconsistente, onde os dedos “arrancam” a corda, desvia a flecha. A solução é uma largada passiva. A mão de puxada deve relaxar e se mover para trás, ao longo da mandíbula, em um movimento de continuação suave e consistente, sem cair ou se mover para o lado.

Consistência na Ancoragem

Ancorar a mão em um ponto diferente a cada tiro é um erro grave que afeta a precisão vertical. É preciso definir um ponto de ancoragem sólido e repetível no rosto, como o dedo indicador sob o queixo, com a corda tocando o nariz e o canto da boca. A mão deve ter contato firme com a mandíbula em todos os disparos.

Criando uma Rotina de Treino Eficaz

A excelência na Especialidade de Arco e Flecha – avançado exige disciplina. É necessário estabelecer uma rotina de prática de, no mínimo, 3 horas por dia, 3 vezes por semana, durante 8 semanas. Manter um diário de treino para registrar a pontuação é parte essencial do processo. Uma sessão de treino estruturada inclui aquecimento, tiros focados na técnica, séries de pontuação e desaquecimento. Anotar data, condições do tempo e observações sobre o desempenho ajuda a monitorar o progresso e a identificar áreas para melhoria.

Competição: Regras de Segurança para Indoor vs. Outdoor

As competições de tiro com arco podem ocorrer em ambientes internos (Indoor) ou externos (Outdoor), cada um com suas particularidades. As competições Indoor acontecem em ambientes controlados, com distâncias curtas (geralmente 18 metros) e alvos menores (40 cm). Já as competições Outdoor são em campo aberto, sujeitas ao clima, com distâncias longas (até 70 ou 90 metros) e alvos maiores (até 122 cm). As regras de segurança são rigorosas em ambos, mas a atenção é redobrada no Outdoor devido ao maior alcance das flechas. É crucial sempre obedecer aos comandos do juiz, nunca ultrapassar a linha de tiro antes do sinal e ter cuidado ao retirar as flechas do alvo.

O Desafio Final: Atingindo a Pontuação Alvo

O teste final de habilidade para esta especialidade é alcançar uma pontuação mínima usando um arco recurvo. O Desbravador deve escolher um dos dois desafios, que demonstram precisão e consistência sob as regras de competição.

• Desafio Indoor: Marcar 100 pontos a uma distância de 18 metros. O alvo tem 40 cm e são disparadas 30 flechas. Isso exige uma média de acertos nas zonas azul, vermelha e amarela do alvo.
• Desafio Outdoor: Marcar 150 pontos a uma distância de 25 metros. O alvo é maior, com 60 cm, e também são disparadas 30 flechas. A meta aqui é manter os tiros predominantemente nas zonas azul e vermelha.