Como Fazer a Especialidade de Santuário – Desbravadores
REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:
- Qual o nome das três partes do santuário? a. Descreva o que tinha em cada parte; b. Descreva o que cada peça representava.
- Desenhe um modelo em escada do santuário, do pátio e da posição dos objetos. (lembre-se de adicionar os pontos cardeais: N, S, L, O).
- Quantos revestimentos cobriam o Santuário? a. Liste o tipo de revestimento e a ordem em que estavam um sobre o outro. b. Descreva o que cada revestimento representava.
- As seguintes cores foram usadas no Santuário e nas vestes do Sacerdote. Descreva o que cada cor representava.
- Memorize e participe de um debate sobre I João 1:9, Daniel 8:14 e Êxodo 25:8.
- De qual das 12 tribos pertencia o Sacerdote? Por quê?
- Descreva as vestimentas do: a. Sacerdote b. Sumo-Sacerdote
- Ler a pagina 488 do livro ‘O Grande Conflito’ e Hebreus 4:14 a 16 e participar de um debate sobre o assunto.
- Quais animais eram trazidos diariamente ao pátio?
- Escreva um parágrafo ou descreva como Cristo era representado através do Santuário e seus serviços.
Aprendendo sobre a Especialidade de Santuário
A Especialidade de Santuário revela o plano de salvação de Deus de uma forma visual e profunda. Para os desbravadores, entender seus símbolos é descobrir como Jesus está presente em cada detalhe da Bíblia. Este guia prático vai te ajudar a cumprir todos os requisitos e a compreender a importância do santuário para a nossa fé.
Como fazer a Especialidade de Santuário
O estudo do santuário começa com o desejo de Deus expresso em Êxodo 25:8: “E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles.” Ele não queria distância, mas um relacionamento próximo com seu povo. O santuário era um mapa do caminho de volta para Deus, e cada parte dele tem um significado especial para nós hoje. Concluir a Especialidade de Santuário é uma jornada de descoberta sobre o amor e o plano de Deus.
Explorando a Planta do Santuário Terrestre
O santuário era dividido em três áreas principais, cada uma com móveis específicos que representavam uma etapa da jornada de salvação. A entrada estava sempre voltada para o Leste, fazendo com que o adorador desse as costas para o sol nascente, um ato simbólico de abandonar a adoração pagã para se voltar a Deus.
- Pátio (ou Átrio): A área externa e o primeiro local de acesso. Era aqui que o plano do perdão começava.
- Móveis: O Altar do Holocausto, feito de bronze, onde os animais eram sacrificados; e a Pia de Bronze, onde os sacerdotes se purificavam.
- Simbolismo: O Altar representava a cruz de Cristo e Seu sacrifício. A Pia simbolizava o batismo e a purificação diária do pecado.
- Lugar Santo: O primeiro compartimento da tenda, acessado após passar por um véu.
- Móveis: À direita (Norte), a Mesa dos Pães da Proposição; à esquerda (Sul), o Candelabro de Ouro (Menorá); e à frente, o Altar de Incenso.
- Simbolismo: A Mesa representava Jesus como o Pão da Vida; o Candelabro, Jesus como a Luz do Mundo e a presença do Espírito Santo; e o Altar de Incenso, as orações dos santos subindo a Deus através de Cristo.
- Lugar Santíssimo: O compartimento mais interno e sagrado, separado por um segundo véu.
- Móveis: Apenas a Arca da Aliança, uma caixa de ouro contendo os Dez Mandamentos, um vaso com maná e a vara de Arão. Sobre ela, o Propiciatório com dois querubins.
- Simbolismo: A Arca representava o trono de Deus. A Lei dentro dela, Sua justiça; e o Propiciatório, Sua misericórdia que cobre a lei, tornando o perdão possível pelo sacrifício de Cristo.
As Coberturas do Tabernáculo: Proteção e Simbolismo
A tenda do santuário era coberta por quatro camadas, cada uma com um propósito prático e um profundo significado simbólico, revelando diferentes aspectos do caráter e da missão de Jesus. A ordem das coberturas, de dentro para fora, era fundamental para entender essa representação.
- Linho Fino Retorcido: A camada mais interna, branca com detalhes em azul, púrpura e carmesim, representava a justiça e pureza perfeitas de Cristo.
- Pelos de Cabra: A segunda camada, usada em ofertas pelo pecado, simbolizava a obra de Cristo como nosso substituto, levando nossos pecados.
- Peles de Carneiro Tintas de Vermelho: A terceira camada apontava diretamente para o sangue do sacrifício de Cristo, derramado para a expiação.
- Peles de Animais Marinhos: A cobertura externa, rústica e sem beleza, representava a aparência humana de Jesus (Isaías 53:2), que escondia sua divindade sob uma forma simples.
Decifrando o Código das Cores e Metais
As cores e os metais usados na construção do santuário e nas vestes sacerdotais não foram escolhidos ao acaso. Cada um deles era um símbolo poderoso que ensinava sobre Deus e Seu plano. Entender esses detalhes enriquece o estudo da Especialidade de Santuário.
- Vermelho: Representava o sangue e o sacrifício de Cristo.
- Azul: Simbolizava a Lei de Deus, a obediência e a origem celestial.
- Púrpura: Uma mistura de azul e vermelho, representava a realeza de Cristo como Rei.
- Branco: Apontava para a pureza, justiça e retidão perfeita de Jesus.
- Preto: Simbolizava o pecado e a condição humana necessitada de redenção.
- Ouro: Representava a divindade e a glória celestial de Cristo.
- Prata: Estava associada à redenção e ao preço do resgate.
- Bronze: Simbolizava o juízo sobre o pecado que Cristo suportou na Terra.
O Sacerdócio e os Rituais Diários
O serviço no santuário era realizado por homens especialmente escolhidos por Deus, com vestes sagradas e rituais diários que mantinham a conexão entre Deus e o povo de Israel.
A Tribo Escolhida para o Ministério
Os sacerdotes pertenciam exclusivamente à tribo de Levi. Eles foram escolhidos por sua fidelidade a Deus durante o episódio do bezerro de ouro (Êxodo 32:26-29). Enquanto os outros se voltaram para a idolatria, os levitas se posicionaram ao lado do Senhor, e por isso Deus os separou para o serviço sagrado. Dentro da tribo de Levi, apenas os descendentes de Arão podiam servir como sacerdotes.
Vestes de Glória e Beleza
As vestimentas sacerdotais eram cheias de simbolismo e diferenciavam o sacerdote comum do sumo sacerdote.
- Sacerdote Comum: Usava quatro peças de linho branco, simbolizando pureza: uma túnica longa, um cinto bordado, um turbante e calções.
- Sumo Sacerdote: Usava as mesmas vestes brancas, mas sobre elas adicionava quatro peças de “glória e beleza”: o Manto do Éfode (azul, com sinos e romãs), o Éfode (um avental com os nomes das tribos nos ombros), o Peitoral do Juízo (com 12 pedras preciosas representando as tribos sobre o coração) e a Mitra com a Lâmina de Ouro, gravada com “SANTIDADE AO SENHOR”.
As Ofertas no Pátio
Diariamente, animais sem defeito eram trazidos ao pátio para os sacrifícios. O sacrifício central e obrigatório era o cordeiro de um ano, oferecido toda manhã e tarde. Além dele, o povo trazia outras ofertas, como novilhos, ovelhas, cabras e, para os mais pobres, rolinhas ou pombinhos.
Jesus: O Verdadeiro Significado do Santuário
Cristo era o centro de todo o sistema do santuário. Cada objeto e ritual era uma lição objetiva sobre Sua missão. O cordeiro inocente apontava para Jesus, o “Cordeiro de Deus”. A pia, para a purificação que Ele oferece. Os móveis do Lugar Santo O representavam como o Pão da Vida, a Luz do Mundo e nosso Intercessor. O véu rasgado na Sua morte simbolizou o acesso direto a Deus que Ele nos deu. Finalmente, a Arca e o Propiciatório mostravam como Sua misericórdia satisfaz a justiça da Lei. O Sumo Sacerdote era um tipo de Cristo, nosso verdadeiro Sumo Sacerdote, que hoje ministra por nós no Santuário Celestial.
Fundamentos Bíblicos para o Estudo
Para aprofundar o conhecimento necessário para a Especialidade de Santuário, a reflexão sobre textos-chave é essencial. Eles formam a base para debates e para uma compreensão mais sólida do ministério de Cristo.
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (I João 1:9)
Este verso é o evangelho em poucas palavras. Assim como o pecador confessava seu pecado sobre o cordeiro, hoje confessamos diretamente a Cristo, que nos perdoa (justiça) e nos transforma (purificação). Outro texto fundamental é Daniel 8:14, que fala sobre a purificação do santuário, apontando para o início do juízo investigativo em 1844, a segunda fase do ministério de Cristo no céu.
O Trono da Graça vs. a Autossuficiência
Um dos debates propostos nos requisitos da especialidade de santuário envolve comparar a visão do livro “O Grande Conflito” com Hebreus 4:14-16. O livro alerta sobre a falsificação satânica que nos leva a olhar para nós mesmos em busca de salvação. Em contraste, Hebreus nos aponta para cima, para Jesus, nosso grande Sumo Sacerdote que se compadece de nós.
A filosofia do “eu” leva ao orgulho, mas a verdade bíblica nos dá confiança para nos aproximarmos do “trono da graça”. Fazemos isso não por nossos méritos, mas pela certeza de que em Jesus encontramos misericórdia e ajuda no momento da necessidade. Ele é nosso mediador perfeito e compassivo.