Como Fazer a Especialidade de Língua de Sinais – Desbravadores
REQUISITOS DA ESPECIALIDADE DE LÍNGUA DE SINAIS:
- Aprender e demonstrar ao seu instrutor o alfabeto (letras e números) da língua de sinais do seu pais.
- Ter, no mínimo, cinco horas de aula da língua de sinais do seu país, ministradas por um instrutor fluente nela.
- Usando o alfabeto manual, enviar e receber sinais numa velocidade de dez palavras por minuto, usando um mínimo de 30 letras.
- Aprender, pelo menos, 150 sinais a partir de um instrutor fluente na língua de sinais.
- Aprender e apresentar na língua de sinais do seu país pelo menos duas músicas com, no mínimo, 2 minutos cada. As músicas devem ser apresentadas usando-se sinais e não o alfabeto.
- Cumprir os seguintes itens:
- Saber e explicar a diferença entre sinais e gestos.
- Saber e explicar a diferença entre surdo e deficiente auditivo.
- Visite uma escola de ensino fundamental que trabalhe com surdos e pergunte como funciona o sistema de inclusão do aluno surdo.
Aprendendo sobre a Especialidade de Língua de Sinais
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é uma língua visual-motora completa, a segunda língua oficial do Brasil. Conquistar a Especialidade de Língua de Sinais abre portas para um novo mundo de comunicação e inclusão, permitindo que desbravadores se conectem com a comunidade surda e desenvolvam empatia. Este guia prático detalha os passos para cumprir todos os requisitos e se tornar um comunicador mais consciente e preparado.
Como fazer a Especialidade de Língua de Sinais
O Primeiro Passo: Dominando o Alfabeto e os Números em Libras
O ponto de partida para a jornada na Especialidade de Língua de Sinais é a memorização do alfabeto manual, conhecido como datilologia, e dos números. O alfabeto é um recurso essencial para soletrar nomes de pessoas, lugares ou palavras que ainda não possuem um sinal específico. Cada letra do nosso alfabeto, incluindo o “Ç”, tem uma configuração de mão correspondente em Libras.
É fundamental praticar a posição correta das mãos, pois pequenos detalhes, como a orientação da palma, podem alterar o significado. Os números também possuem configurações próprias e são a base para expressar quantidades, horas e valores. O foco inicial é aprender de 0 a 9, já que os números maiores são formados pela combinação destes.
Desenvolvendo Fluidez na Comunicação Manual
Após aprender o alfabeto, o próximo desafio é ganhar agilidade. Um dos requisitos da especialidade é conseguir enviar e receber palavras soletradas a uma velocidade de dez palavras por minuto. Isso exige prática constante para que os movimentos se tornem fluidos e precisos. A clareza deve sempre vir antes da velocidade.
Para treinar e atingir a fluidez necessária, algumas dicas são valiosas:
- Comece com o básico: Pratique soletrar palavras curtas e familiares, como seu próprio nome, e avance gradualmente para termos mais complexos.
- Treine em dupla: Praticar com um colega torna o aprendizado mais dinâmico, permitindo que um dite palavras para o outro e corrijam os movimentos.
- Use a tecnologia: Assista a vídeos de ditado em datilologia e grave a si mesmo para analisar seus movimentos, identificando pontos de melhoria.
- Foco na recepção: Tão importante quanto soletrar é entender o que está sendo soletrado para você. Treine sua capacidade de leitura dos sinais manuais.
Construindo seu Vocabulário em Libras
A Especialidade de Língua de Sinais vai muito além da datilologia. O objetivo é aprender um vocabulário de, no mínimo, 150 sinais. Diferente do alfabeto, que representa letras, os sinais representam palavras e conceitos inteiros. Para isso, é indispensável ter a orientação de um instrutor fluente, que pode ser um profissional, um intérprete ou um membro da comunidade surda.
O instrutor garantirá que os cinco parâmetros da Libras (configuração de mão, ponto de articulação, movimento, orientação e expressão facial) sejam executados corretamente. Uma boa lista de sinais para começar inclui:
- Saudações e expressões: Oi, tchau, por favor, obrigado, bom dia.
- Família e pessoas: Pai, mãe, amigo, professor, desbravador.
- Verbos de ação: Comer, beber, ir, gostar, aprender, ajudar.
- Natureza e objetos: Sol, flor, casa, livro, Bíblia.
- Termos do Clube: Acampamento, uniforme, lenço, fogueira, orar.
Expressão e Poesia: Interpretando Músicas em Libras
Um dos requisitos mais expressivos é apresentar duas músicas em Libras. Interpretar uma canção não é apenas traduzir cada palavra, mas transmitir a emoção, o ritmo e a mensagem da letra de forma poética e visual. A apresentação deve ser feita com sinais e não soletrando as palavras.
Para uma apresentação de sucesso, siga estes passos:
- Escolha as músicas: Hinos dos Desbravadores ou canções com mensagens claras são ótimas opções, pois permitem uma boa expressão corporal.
- Estude a mensagem: Compreenda o significado profundo da letra para poder transmiti-lo visualmente.
- Traduza com ajuda: Com o apoio do seu instrutor, encontre os sinais que melhor representam os conceitos e sentimentos da música.
- Incorpore emoção: Use expressões faciais e corporais para transmitir o ritmo e a intensidade da canção. A Libras é uma língua 3D.
- Ensaie muito: Pratique para sincronizar os sinais com a música e grave seus ensaios para aprimorar a performance.
Entendendo Conceitos Essenciais da Comunidade Surda
Para concluir a Especialidade de Língua de Sinais, é preciso compreender conceitos fundamentais que demonstram respeito e conhecimento sobre a cultura surda. Isso envolve saber diferenciar termos importantes e vivenciar a realidade da inclusão.
Sinais vs. Gestos: Os sinais são as “palavras” da Libras, com estrutura gramatical e regras próprias. Já os gestos são movimentos mais universais e espontâneos, que não pertencem a um sistema linguístico formal, como acenar para dizer “oi”.
Surdo vs. Deficiente Auditivo: O termo Surdo (com ‘S’ maiúsculo) descreve uma identidade cultural e linguística de quem usa a Libras como primeira língua. Já deficiente auditivo é um termo clínico para perda de audição, geralmente usado por pessoas que se comunicam primariamente pela língua oral.
Vivenciando a Inclusão na Prática
A parte final dos requisitos envolve uma experiência prática: visitar uma escola que promova a inclusão de alunos surdos. O objetivo é observar como o sistema funciona e entender os desafios e as estratégias adotadas. Ao visitar, procure saber mais sobre os seguintes pontos:
- O papel do intérprete de Libras na mediação da comunicação em sala de aula.
- Os recursos visuais e adaptados utilizados para facilitar o aprendizado.
- A interação social dos alunos surdos com os colegas ouvintes nos intervalos e atividades.
- Os principais desafios e sucessos da escola na promoção de um ambiente verdadeiramente inclusivo.