Como Fazer a Especialidade de Etnologia Missionária – Desbravadores
REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:
- Definir cultura e diversidade cultural.
- Definir estereótipo e identificar como você pode ter estereotipado alguém no passado.
- Estudar os seguintes textos bíblicos e responder às perguntas:
- 1 Coríntios 9:20
- Gálatas 3:27
- Efésios 2:14
- Fazer um estudo sobre a vida de qualquer grupo racial ou nacionalidade que não sejam os seus, e com os quais tem a oportunidade de entrar em contato. O objetivo é adquirir uma compreensão e simpatia por suas virtudes, hábitos, defeitos e necessidades, e também para apresentar-lhes o evangelho. Os pontos a seguir devem ser observados neste estudo:
- Sua história no país de origem, ou em seu país, caso a ocupação exceda 100 anos.
- Sua literatura, com menção dos principais escritores e familiarização com os melhores exemplos de prosa e verso.
- Seus hábitos sociais na comunidade e em família; por exemplo, se são fechados ou se gostam de estar em contato com outras pessoas, e quais os costumes da família, e como a mesma é governada.
- Entrevistar uma pessoa cuja cidadania ou raiz cultural (no caso de indígenas) é diferente da sua. Fazer as seguintes perguntas:
- Qual a origem da sua cultura?
- Qual língua é falada?
- Quais as religiões que se destacam na sociedade?
- Quais os alimentos que normalmente são consumidos?
- Como os hábitos alimentares influenciam a sociedade?
- Há tradições culturais que são diferentes das do nosso país? Quais são?
- As pessoas desta cultura comemoram os mesmos feriados que celebramos? Como eles celebram os feriados diferentes do nosso?
- Que costumes e tradições da cultura original foram mantidos pela família neste país?
- Sua forma de vestir-se é diferente da de nossa cultura?
- Identificar, pelo menos, 5 coisas em comum entre a sua cultura e a do entrevistado e 5 coisas que são diferentes. Escrever um parágrafo sobre como esta descoberta afetou seus sentimentos e atitudes para com as pessoas de outras culturas.
- Comparar a sua língua materna com a língua materna do grupo estudado. Qual a origem de cada uma? Há alguma semelhança de estrutura gramatical? Aprender a falar algumas frases nesta língua, adquirindo um vocabulário de, no mínimo, 100 palavras.
Aprendendo sobre a Especialidade de Etnologia Missionária
Descubra o mundo com a Especialidade de Etnologia Missionária! Aprenda sobre culturas, combata estereótipos e veja como a fé une todos os povos. Este guia prático ajudará os desbravadores a cumprir todos os requisitos e a desenvolver uma visão mais ampla e empática do mundo.
Como Fazer a Especialidade de Etnologia Missionária
Entendendo o Mosaico Humano: Cultura e Diversidade
Para iniciar a jornada na Especialidade de Etnologia Missionária, é fundamental compreender dois conceitos-chave. Cultura é o conjunto de conhecimentos, crenças, arte, leis, costumes e hábitos que um grupo de pessoas adquire como membro de uma sociedade. É a maneira como vivemos, nos relacionamos e sobrevivemos, incluindo nossa linguagem, culinária e vestuário. A cultura não é estática; ela se transforma com o tempo, especialmente através do contato com outras manifestações culturais.
Já a diversidade cultural refere-se à existência de múltiplas culturas ao redor do mundo, cada uma com sua identidade única. Essa variedade se expressa por meio de diferentes linguagens, tradições e modos de vida. A importância da diversidade está no enriquecimento que ela traz para a sociedade, promovendo novas formas de expressão e fortalecendo a identidade coletiva. Em um mundo globalizado, conviver com o diferente nos torna mais empáticos e inclusivos.
Quebrando Barreiras: O que são Estereótipos?
Um estereótipo é uma ideia generalizada e simplista sobre um grupo de pessoas, muitas vezes baseada em preconceitos e não em fatos. Ele atribui as mesmas características a todos os indivíduos de um grupo, ignorando a diversidade e a complexidade humana. Exemplos como o “nerd tímido” ou a “loira burra” são comuns e problemáticos, pois limitam o potencial das pessoas e perpetuam preconceitos, podendo afetar negativamente a saúde mental e a autoestima.
Para identificar se você já estereotipou alguém, reflita sobre momentos em que julgou uma pessoa antes de conhecê-la, baseando-se apenas em sua aparência, nacionalidade ou gênero. Pergunte a si mesmo: “Eu já presumi algo sobre alguém apenas pelo grupo a que pertence?”. Reconhecer esses momentos é o primeiro passo. Para evitar criar estereótipos, é essencial abandonar julgamentos precipitados, questionar generalizações e estar aberto a conhecer as pessoas por quem elas realmente são.
Uma Missão de Unidade: A Perspectiva Bíblica
A Bíblia oferece uma base sólida para entender a importância da diversidade cultural na missão cristã. A abordagem do apóstolo Paulo é um exemplo claro de como a sensibilidade cultural é vital para compartilhar o evangelho de forma eficaz.
- 1 Coríntios 9:20: Neste texto, Paulo demonstra sua estratégia de se adaptar culturalmente para criar pontes de comunicação. Ele se dispôs a viver segundo os costumes dos judeus, não por necessidade de salvação pela lei, mas para remover barreiras que pudessem impedir a mensagem de Cristo de ser ouvida. Isso mostra a importância de apresentar o evangelho de maneira relevante para cada cultura.
- Gálatas 3:27: A mensagem aqui é de unidade fundamental em Cristo. Ao sermos batizados, nos “revestimos de Cristo”, e nossa identidade principal passa a ser nossa união com Ele. Na família de Cristo, barreiras sociais, culturais e étnicas são superadas, pois todos são um em Cristo Jesus.
- Efésios 2:14: Cristo é apresentado como nossa paz, aquele que derrubou o “muro de inimizade” que separava judeus e gentios. Ao aceitá-lo, nos tornamos parte de um novo corpo, a igreja, onde as divisões perdem a força. Para aplicar isso hoje, devemos buscar ativamente a reconciliação e a paz com pessoas de diferentes culturas, combatendo o preconceito e refletindo a unidade que Cristo conquistou.
Explorando uma Nova Cultura: Um Guia Prático
Uma parte essencial da Especialidade de Etnologia Missionária é o estudo prático de um grupo cultural diferente do seu. O objetivo é desenvolver empatia e compreensão. Como exemplo, vamos explorar a cultura japonesa no Brasil, que pode ser um ótimo tema para os desbravadores pesquisarem.
A Jornada Histórica
A imigração japonesa no Brasil começou oficialmente em 1908, com a chegada do navio Kasato Maru. Os imigrantes vieram para trabalhar nas lavouras de café, enfrentando muitas dificuldades iniciais, como doenças e a barreira do idioma. Com o tempo, se espalharam por estados como São Paulo e Paraná, dedicando-se a diversas culturas agrícolas. Hoje, o Brasil abriga a maior comunidade de descendentes de japoneses fora do Japão.
Literatura e Expressões Artísticas
A literatura japonesa é rica e antiga, com obras mundialmente famosas como “O Conto de Genji”. Uma forma poética muito conhecida é o haicai, um poema curto de três versos. No Brasil, a influência cultural japonesa é muito visível nos mangás (quadrinhos) e animes (animações), que se tornaram um fenômeno global e uma porta de entrada para muitos jovens à cultura do Japão.
Hábitos Sociais e Familiares
A cultura japonesa valoriza o respeito, a harmonia em grupo e a discrição. As relações sociais e familiares são tradicionalmente hierárquicas, baseadas na idade e posição. O conceito de “uchi-soto” (dentro-fora) dita a forma de tratamento: mais informal com o grupo “de dentro” (família, amigos próximos) e mais formal com os “de fora”. A família é a base da sociedade, com um forte senso de lealdade. Um costume marcante é curvar-se como forma de cumprimento e respeito.
Conectando-se Pessoalmente: O Guia da Entrevista Cultural
Para cumprir os requisitos da especialidade, é preciso entrevistar uma pessoa de uma cultura diferente. Esta é uma oportunidade única de aprendizado. Use as perguntas como um roteiro para uma conversa amigável. Investigue sobre a origem da cultura, a língua falada, as religiões predominantes (no Japão, por exemplo, o Xintoísmo e o Budismo coexistem), e os hábitos alimentares, como a culinária tradicional japonesa (washoku), centrada em arroz e peixe.
Pergunte sobre tradições e feriados distintos, como o costume de tirar os sapatos ao entrar em casa ou a celebração do Ano Novo (Oshougatsu). Descubra quais costumes a família do entrevistado mantém no Brasil e se há diferenças no modo de se vestir, como o uso do quimono em ocasiões especiais. Ao final, reflita sobre o que aprendeu, identificando 5 semelhanças e 5 diferenças entre as culturas, e escreva como essa experiência mudou sua percepção sobre outras pessoas.
A Ponte da Comunicação: Aprendendo um Novo Idioma
A etapa final da Especialidade de Etnologia Missionária envolve a linguagem. Comparar o português com a língua do grupo estudado revela muito sobre a estrutura de pensamento de um povo. O português é uma língua latina com estrutura Sujeito-Verbo-Objeto (Eu como pão). O japonês, por sua vez, tem uma origem debatida e estrutura Sujeito-Objeto-Verbo (Eu pão como), além de usar partículas para indicar a função das palavras.
O desafio é aprender um vocabulário de no mínimo 100 palavras e algumas frases. Comece com o básico para se apresentar e interagir. Abaixo, alguns exemplos em japonês:
- Bom dia: Ohayou gozaimasu (おはようございます)
- Olá/Boa tarde: Konnichiwa (こんにちは)
- Obrigado(a): Arigatou gozaimasu (ありがとうございます)
- Com licença/Desculpe: Sumimasen (すみません)
- Eu: Watashi (私)
- Sim: Hai (はい)
- Não: Iie (いいえ)
- Água: Mizu (水)
- Amigo: Tomodachi (友達)
- Meu nome é [nome]: Watashi no namae wa [nome] desu.