Artes e Habilidades Manuais

Como Fazer a Especialidade de Cestaria – Desbravadores

Especialidade de Cestaria

REQUISITOS DA ESPECIALIDADE:

  1. Apresentar para o examinador (Escrito ou oralmente) um trabalho sobre 2 países onde cresce o junco.
  2. Explicar como tratar o junco antes do trançamento.
  3. Conhecer outros tipos de fibras vegetais que podem ser usadas na cestaria e que são comuns em sua região.
  4. Que ferramentas você usaria para:
    1. Fazer cestas de junco?
    2. Fazer cestas de raffia?
  5. Definir:
    1. Trançamento chamuscado
    2. Achatamento
  6. Explicar como:
    1. Consertar uma estaca quebrada da roda de trançar
    2. Emendar o junco.
  7. Citar 2 tipos de bases usadas em cestas e especificar em qual tipo de cesta cada base pode ser usada.
  8. Descrever como fazer:
    1. Um trançamento duplo
    2. Uma tripla guarnição de raios
  9. Fazer uma bandeja para lanches, com base de madeira.
  10. Fazer algum objeto simples com base trançada.
  11. Fazer um descanso de panelas redondo, de 15 centímetros de diâmetro, de Raffia ou similar.

Aprendendo sobre a Especialidade de Cestaria

Aprenda a arte milenar da cestaria e conquiste uma nova habilidade! Este guia prático para a Especialidade de Cestaria ensina tudo sobre fibras, técnicas e como criar suas próprias peças, ajudando desbravadores a desenvolverem a criatividade e a paciência.

Como fazer a Especialidade de Cestaria

Conhecendo as Fibras da Cestaria

O primeiro passo para dominar a cestaria é conhecer a matéria-prima. O junco, especialmente a espécie Juncus effusus, é uma planta que cresce em locais úmidos em todo o mundo. Em Portugal, por exemplo, o junco é tão tradicional que existe um artesanato certificado de cestas em Forjães, onde a fibra é valorizada por sua robustez. Já no Japão, o junco, chamado de igusa, tem imensa importância cultural, sendo a matéria-prima dos famosos tatamis que cobrem o chão das casas tradicionais.

Além do junco, o Brasil possui uma flora riquíssima que oferece diversas fibras para a arte da cestaria. Dependendo da sua região, você pode encontrar materiais incríveis para seus projetos. Conhecer essas alternativas é fundamental para cumprir os requisitos da especialidade.

  • Bambu: Flexível e durável, encontrado em todo o país.
  • Taboa: Planta aquática de folhas longas, ótima para peças leves.
  • Cipó: Comum na Amazônia, ideal para cestos robustos e decorativos.
  • Palha de Milho: Usada em áreas rurais para artesanato delicado.
  • Fibra de Bananeira: Extraída do tronco, transforma-se em fios para tecelagem.
  • Buriti e Capim Dourado: Típicos do Cerrado e da Amazônia, geram peças de alto valor agregado com brilho e acabamento únicos.

Preparando o Junco: O Segredo da Flexibilidade

O junco seco é duro e quebradiço, impossível de trançar. O tratamento correto é o que garante a maleabilidade necessária para o trabalho. O processo envolve duas etapas cruciais: a secagem e a hidratação. A correta preparação da fibra é um passo essencial para o sucesso na Especialidade de Cestaria.

  1. Colheita e Secagem: Após ser arrancado pela base, o junco é espalhado ao sol por cerca de 15 dias para secar e adquirir um tom dourado. Se a secagem for feita à sombra, ele mantém a cor verde original.
  2. Hidratação: Para se tornar flexível, o junco seco precisa ser umedecido. Mergulhe as fibras em água morna por 5 a 10 minutos ou enrole-as em uma toalha úmida por algumas horas. É importante umedecer apenas a quantidade que será usada no momento para que não sequem durante o trabalho.

Ferramentas Essenciais para o Artesão

Cada tipo de fibra exige ferramentas específicas. Para trabalhar com junco ou ráfia e concluir os projetos desta especialidade, é importante ter o kit certo em mãos. A escolha correta das ferramentas facilita o trabalho e garante um acabamento profissional às peças.

Ferramentas para Cestas de Junco

  • Tesoura de poda ou faca afiada: Para cortar os juncos no tamanho certo.
  • Alicates ou pinças: Ajudam a puxar e apertar os trançados mais justos.
  • Soquete: Ferramenta de madeira usada para compactar as fileiras do trançado.
  • Grampos ou prendedores: Para segurar as estacas verticais no lugar.
  • Borrifador de água: Essencial para manter as fibras úmidas e flexíveis.

Ferramentas para Cestas de Ráfia

  • Tesoura: Para cortar os fios de ráfia.
  • Agulha de tapeçaria: Usada para “costurar” os rolos de ráfia, especialmente na técnica espiral.
  • Cola quente: Útil para acabamentos e para fixar pontas.

Dominando as Técnicas Fundamentais de Trançado

A cestaria é rica em técnicas que criam diferentes texturas, padrões e níveis de resistência. Conhecer alguns desses métodos é um dos requisitos para quem busca a Especialidade de Cestaria. Desde o acabamento até a estrutura, cada técnica tem sua função.

O conhecimento das técnicas de acabamento e tecelagem diferencia um trabalho amador de uma peça de artesanato bem-executada.

Definindo Acabamentos e Texturas

Trançamento chamuscado: É uma técnica de finalização onde a cesta pronta é passada rapidamente sobre uma chama. O objetivo é queimar as pequenas fibras soltas, resultando em uma superfície lisa e com acabamento limpo. Esse processo pode escurecer levemente a fibra, dando um aspecto tostado.

Achatamento: Refere-se ao ato de prensar ou bater as fibras para que fiquem planas em vez de redondas. Isso pode ser feito antes ou durante a tecelagem. O resultado é um trançado mais denso, compacto e com uma textura visual mais uniforme.

Técnicas de Tecelagem Estrutural

Trançamento Duplo: Utiliza dois juncos trançadores ao mesmo tempo. O método consiste em pegar sempre o trançador que está mais à esquerda, passá-lo na frente de uma estaca e por trás da estaca seguinte. Isso cria um padrão torcido que torna a trama mais forte e resistente, ideal para cestas que precisam de mais estrutura.

Tripla Guarnição de Raios: Também conhecido como trançado de três varas, usa três trançadores simultaneamente. A técnica envolve passar o trançador mais à esquerda pela frente de duas estacas e por trás da terceira. É um método muito forte, usado para iniciar a subida das paredes da cesta e para criar bordas reforçadas.

A Estrutura da Cesta: Bases e Reparos

Toda cesta começa com uma base sólida. A escolha do tipo de base influencia não apenas a aparência, mas também a estabilidade e a função do objeto. Além de saber começar, um bom artesão também precisa saber como consertar pequenos problemas que possam surgir durante o processo, garantindo a durabilidade de seu trabalho de cestaria.

Tipos de Base para Cestaria

Base de Madeira (ou MDF): Consiste em uma placa sólida com furos nas bordas para inserir as estacas. É perfeita para iniciantes e para cestas que precisam de um fundo plano e estável, como bandejas e organizadores. Ela elimina a etapa complexa de tecer a base, garantindo um início reto e firme.

Base Trançada (Raios Cruzados): É a base tradicional, feita com as próprias fibras. Começa-se cruzando grupos de raios no centro e tecendo ao redor deles em espiral. É usada na maioria das cestas redondas e ovais, como cestos de roupa, criando uma peça totalmente integrada. Requer mais habilidade para ser mantida plana.

Soluções Práticas: Consertos e Emendas

Consertar uma estaca quebrada: Se uma estaca vertical quebrar, corte-a rente à base. Prepare uma nova estaca, afine a ponta e insira-a no trançado ao lado da antiga, empurrando-a para baixo para que fique firme. Depois, continue o trançado normalmente, incorporando a nova estaca.

Emendar o junco: Quando o junco trançador (horizontal) acabar, deixe a ponta antiga por dentro da cesta. Insira a ponta de um novo junco no mesmo espaço, sobrepondo alguns centímetros, e continue a tecer. A tensão do trançado manterá a emenda no lugar.

Mãos à Obra: Projetos para a Especialidade de Cestaria

A parte mais divertida de qualquer especialidade é colocar o conhecimento em prática. Para a Especialidade de Cestaria, os desbravadores devem criar três peças diferentes, aplicando as técnicas aprendidas. Cada projeto utiliza um método ou material distinto, garantindo um aprendizado completo.

Projeto 1: Bandeja para Lanches com Base de Madeira

Este projeto é ideal para aplicar o conhecimento sobre bases prontas e tecelagem vertical.

  • Prepare os juncos, umedecendo-os em água morna.
  • Insira as estacas verticais nos furos da base de madeira.
  • Comece a tecer com uma técnica forte, como a tripla guarnição de raios, para firmar as estacas.
  • Continue subindo as paredes com um trançado simples até a altura desejada.
  • Finalize dobrando e trançando as pontas das estacas para criar uma borda.

Projeto 2: Objeto Simples com Base Trançada

Aqui, o desafio é criar uma base do zero. Um porta-lápis ou um pequeno cesto redondo são ótimas opções.

  • Comece cruzando os raios da base (por exemplo, dois grupos de quatro raios).
  • Use um junco trançador para travar a cruz e comece a tecer em espiral, separando os raios gradualmente.
  • Quando a base atingir o diâmetro desejado, dobre os raios para cima para formar as paredes.
  • Continue tecendo verticalmente e finalize com uma borda trançada.

Projeto 3: Descanso de Panelas em Ráfia

Este projeto foca na técnica de costura em espiral, usando uma fibra mais macia.

  • Pegue um feixe de ráfia e comece a enrolá-lo para formar um pequeno círculo central.
  • Com uma agulha de tapeçaria, “costure” o miolo para que ele não se desfaça.
  • Continue enrolando o feixe de ráfia ao redor do centro, costurando a nova camada na anterior a cada volta.
  • Trabalhe em uma superfície plana e continue até atingir 15 cm de diâmetro. Arremate a ponta de forma segura.
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